“O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares,
em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado”
William Shakespeare
Capítulo 10A batida na porta fez com que forçasse as pernas que em algum momento da visão haviam cedido a levantarem-se. Todo o corpo de Leah tremia e suava, não percebeu que segurava a peça fechada em um punho até que levou a mão à maçaneta.
O carrinho com o jantar foi empurrado para dentro do quarto, sem tempo para cordialidades fechou a porta na cara do atendente que trouxe sua refeição. Seus ouvidos zumbiam, sua visão ainda estava desfocada, abriu a palma da mão e tentou ver o desenho que estava no relevo da peça, não conseguiu. Leah a colocou de volta, dentro da caixa, suas mãos tão trementes quanto o resto de seus membros, nem seus dedos a obedeciam.
Lágrimas fluiam livres por seu rosto.
“Oh merda, merda, merda! Estou em choque!” - dizia para si mesma - “Vamos Leah respire, você pode fazer isso, respire”.
Tentando controlar suas emoções ela inspirava e soltava o ar, ao fechar os olhos via novamente o rosto de Sullivan, não o dos dias atuais que possuía olhos quentes e acolhedores, boca sexy com uma curva de arrogância, mas sim o rosto da visão, olhar selvagem, boca cruel, e corpo que irradiava violência.
Buscando o celular desbloqueou a tela com a impressão digital, e não conseguiu fazer com que os dedos digitassem o contato da pessoa que poderia ajudá-la. Falando em voz alta, acionou a assistente virtual do aparelho - Ligar para Chaveirinho.
No segundo toque Sophie atendeu - Você conhece algo chamado fuso horário, né?
Não conseguia responder, foi exaustivo o suficiente romper as barreiras entre a ansiedade e sua mente, só conseguia seguir respirando.
Sophie notou que tinha algo errado assim que Leah não lhe devolveu a chacota, a respiração ruidosa era o indício que nada ia bem. - Ok Lili, continue respirando, isso assim, para dentro e para fora, isso mais devagar, para dentro e para fora, se estiver sentada continue, se não sente-se onde puder, até no chão, isso não pare de respirar. Concentre-se no som da minha voz, feche os olhos, se não conseguir fixe eles em em algum ponto a sua frente. - Sophie mantinha a voz baixa e calma - Isso, muito bem, você está ótima, continue, para dentro e para fora, exatamente assim, agora esvazie a sua mente, se não conseguir vamos procurar uma lembrança especial que tal? Vamos juntas, respire e inspire, está sol Leah, você está boiando no rio, lembra do rio - prosseguia sem dar pausas - Sua mãe está ali, você pode sentir as mãos de vocês unidas sob a água, o calor das mãos dela envolve as suas, é quente, acolhedor; seguro. Sinta a água, deixe que ela leve tudo embora, isso, respire e inspire.
Sophie percebeu o momento em que a alcançou através do ataque de ansiedade, a respiração da amiga se estabilizou, estava rasa, quase inaudível - Estou com você. Não irei a nenhum lugar.
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Névoa do Tempo
VampiroEle um vampiro. Ela uma arqueóloga. Uma maldição os separou há mais de duzentos anos, e desde então ele a busca. A cada geração uma nova Leah nascia e com ela a oportunidade de Stefan ter um final feliz. Mundos opostos, porém um destino entrelaçad...