Início do milagre

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A coisa mais importante que se pode aprender na vida é amar.
E em troca, amado ser.”

Moulin Rouge

Capítulo 18

Ela dormia pacificamente, era impossível não contemplar o milagre entre seus braços e não se emocionar, principalmente depois de tudo que viveu, ou melhor pensou ter vivido, pois a vida só fez sentido quando a encontrou.

Parecia um sonho tê-la em sua casa, nunca imaginou que esse dia chegaria, o suspiro doce arrepiou sua pele. Se não fosse por August tê-lo alimentado não teria se controlado, na verdade quando ele despertou a única coisa que aplacou sua sede foi sentir o cheiro de suas lágrimas, a dor era tão palpável que parecia ele a senti-la. 

Aspirou a fragrância de seus cabelos, queria mantê-la ali em seus braços para sempre. - "Minha” - o companheiro que dominava seu âmago se juntou a  fera, os dois loucos, exigindo que a marcasse, que a transformasse.
Queriam o acasalamento, a cerimônia que os uniria para sempre.

Ele respirou, precisava esperar, não podia tirar tudo dela sem que ela soubesse as consequências de suas escolhas e do que teria que abdicar em prol da relação dos dois. Com ela ele queria tudo, se tivesse que seguir as normas sociais humanas, assim o faria, namoraria pelo tempo que ela quisesse, noivaria e por fim casaria; o que tinham era  para sempre.

Uma batida na porta, e ele sabia que seus amigos estavam do outro lado aguardando autorização para entrar, Stefan riu, a cortesia só foi estendida com respeito a Leah, ainda mais tratando-se de Scarlet e Julian que não conheciam o limite chamado porta.

- Entre. – falou baixo, sem precisar alterar o tom de voz, já que com a audição deles não era necessário mais que um sussurro para que ouvissem. 

O grande vampiro ladeado pela companheira entrou, o sorriso estampando no rosto do amigo mostrava o quanto ele era romântico, como a esposa gostava de dizer, suave, um contraste com toda a sua estrutura, medindo fácil dois metros de altura e pesando mais de cento e vinte quilos de músculos, Julian colocaria qualquer um para correr. Falando em contraste, Stefan pousou os olhos em Adelly, tão pequena quanto uma mariposa não alcançava nem o peito do companheiro. Sorriu. 

- Bom ver você sorrindo depois de ter expulsado a merda toda fora de nós. Tem noção do quanto estávamos preocupados? –  Julian o repreendeu taciturnamente, para logo em seguida rir também – Diga o que te fez sorrir? Sabe que sou curioso.

Ao lado dele, cercada pelos braços do companheiro Adelly revirou os olhos – Não é evidente, Montanha?

Ele, a olhou sem entender – Não é óbvio? – ela questionou apontando para mulher dormindo em seu peito - Leah! Duh.

- Ah... 

Antes que o amigo concluísse, Stefan riu mais uma vez, tomando cuidado para não despertar a amada. – Na verdade esse é só um dos motivos, no entanto o que está me provocando quase uma gargalhada é lembrar que faz décadas que eu não a chamo de muleta, não é?

Julian levou a grande mão a boca para impedir que o som estrondoso da sua risada saísse para fora. Adelly o encarou furiosa dando-lhe um chute na canela, a expressão de riso foi substituída por uma careta de dor. 

A pequena mulher voltou seus olhos ferozes para Stefan – Por que eu te salvei mesmo hein? Já nem lembro mais! Agradeça ao vinho que tomei, só podia estar alcoolizada. 

Ele piscou para ela – Você sabe que é a mim que ama , o grandão aí só te atrai por causa da parede de músculos. 

Ela sorriu – Sentimos sua falta!

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