Um líder é um líder

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“O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez, 
extrai força de sua humildade e 
experiência da sua fragilidade”

Augusto Cury




Naquela madrugada, logo após finalizar a ligação com o amigo, August abriu suas barreiras mentais sua mente alcançando Stefan e Scarlet, ele percebia a angústia dela através do laço que os unia. 

Permitiu que suas mentes entrassem em sincronia, era imprescindível que sua família chegasse antes que os policiais. Havia combinado com Charles uma folga de trinta minutos, assim teriam tempo de sobra para limpar a bagunça antes que o lugar fosse tomado por agentes. O amigo por sua vez, diria que soube do lugar através de uma denuncia anônima, assim justificaria a descoberta. 

Poucos  tempo depois, seus irmãos chegaram, todos estavam ali e tentaram questioná-lo, coisa que ele não permitiu, a sua face denunciava o horror que iriam encontrar. 

Stefan, não conseguia organizar seus pensamentos, eles limparam os vestígios  da presença de vampiros no local e as bolsas de sangue levaram para o hemocentro indicado por Charles, lá passariam por vários testes para determinar se eram viáveis para uso humano. August e Adelly sondavam a mente dos humanos, para saber se havia lembrança dos vampiros, as únicas que haviam registrado a presença deles eram duas meninas, que eles facilmente apagaram.

Encarando a pilha de corpos  mutilados, foi impossível não pensar em Leah, tanto sangue, tantas vidas perdidas. E isso só fortaleceu a certeza de que ele devia apresentar seu mundo o quanto antes, ela deveria saber a espécie de monstro que habitava dentro dele. 

Ao longe acompanharam as viaturas e ambulâncias chegarem no local, poucos minutos antes do nascer do sol eles voltaram para casa, uma única palavra ainda não havia sido trocada.

— Precisamos conversar. – Stefan inquiriu August que se dirigia para um dos sofás.

— E eu preciso de um banho e olhe só, cá estou, esperando Charles e Helena pegarem o elevador, para termos essa conversa agradável em conjunto.

— Porca miseria, me lembrem de  evitar sangue engarrafado por um tempo.

— E desde quando, você toma sangue engarrafado Giovanni? – a pergunta saiu antes que Théo controlasse sua língua.

— Cazzo! Se não bebia, com certeza depois da visita ao açougue é que não bebo mesmo. – dramático se jogou em uma das poltronas.

— Absolutamente é uma cena que devemos memorizar, servirá como lembrete da covardia de Lucian... Todas aquelas crianças, não achei que ele seria covarde a esse ponto. – disse Adelly consternada. 

— Ele não tem escrúpulos, Carinho, então nada que vem dele me choca.

— Será que ele não está traficando sangue e órgãos? – a pergunta de Scarlet fez todos os olhos se voltassem para ela. — O quê? Vocês não pensaram nisso?

— Por que diz isso, Scar? 

— Stef, pense comigo, se Lucian tem o ego inflado como August diz ter... Vocês acreditam mesmo que ele se contentaria em beber sangue congelado? Claro que não! 

Charles que naquele instante se aproximava com a filha em seu encalço, ouvia o que ela dizia, olhou para August, uma conversa muda se passou entre os dois. O que não disse em voz alta foi que aquela também  era uma das suas linhas de investigação.

— Cara, você nos deu um baita susto! O que te deu pra desligar o celular, não pedir um apoio... Tudo que você prega para nós, fez exatamente o contrário. – a voz exacerbada de Théo cortou a sala, interrompendo os pensamentos dos presentes.

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