Bônus: acredita em vampiros?

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Sete dias, trinta minutos e dez segundos, nunca ficou tanto tempo sem ligar para Sophie. 

Doze horas, vinte e cinco minutos e treze segundos, desde que encontrou a família de Stefan e se dispôs a enfrentar o que fosse necessário para defendê-lo.

Nove horas, cinco minutos e quarenta segundos, que ela descobriu que havia um vampiro à solta em busca de vingança. Vingança essa, no ponto de vista de Stefan, sem fundamento algum e ela não podia deixar de concordar. O que o movia, ódio, ganância, vingança, pelo que, por quem? No fundo ela enxergava em August um poço de descobertas, ele por ser o mais antigo parecia saber e carregar sobre si os maiores segredos da humanidade e isso envolvia a existência deles e os motivos por trás da caça desenfreada de Lucian, porém de acordo com Stefan, tudo que o vampiro queria era se erguer sobre seu líder, aterrorizar os seres humanos e por fim escancarar a existência da raça, causando assim  pânico e confusão. Nisso ela também concordava, o simples rumor é capaz de causar histeria, a humanidade não estava preparada para   saber que entre eles caminhavam seres espetaculares dotados de poderes inimagináveis. A medicina entraria em um estado de loucura, fariam pesquisas e mais pesquisas a partir do sangue, iriam em busca da mutação e a qualquer custo tentariam desvendar o segredo da imortalidade. 

"Isso se antes Lucian não arrancasse o coração de todos" - Suas conjecturas eram formadas, enquanto na tela do celular o nome da amiga aparecia, não adiantava adiar o inadiável, desistindo de fugir, atendeu, preparando-se para o discurso, que ela teria na ponta da língua. 

— Por quanto tempo pensava em me deixar sem notícias? 

— Chaveirinho…

— Chaveirinho, é o caralho! Porra Leah, você está do outro lado do mundo, em um país desconhecido e não atende as minhas ligações! 

"Palavrões… ela estava extremamente preocupada". - Não é como se eu tivesse desaparecido, tenho respondido suas mensagens…

— Que são bem monossilábicas por sinal, coisa que não é do seu feitio. - continuou irada. — Sabe quantas vezes cogitei entrar naquela lata, que chamam de avião? Inúmeras! 

— Me perdoa! De verdade, as escavações estão tirando toda a minha energia. Não tenho tido tempo nem pro St... Sullivan - corrigiu-se rapidamente ao dar-se conta que diria Stefan. — "Por isso odeio mentiras, uma hora acabamos nos perdendo em meio a elas, ao ponto que a verdade e a mentira tornam-se uma só". - Leah, externou seu maior medo em pensamentos. — Amiga - chamou baixinho - Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. - não mentiu — Eu juro que assim que tudo passar voltaremos a nos falar todos os dias. 

Ela não respondeu, Leah ouviu um soluço abafado. — Por Deus, Chaveirinho, não chore, desculpa…

— Eu fiquei com tanto medo, eu pensei… pensei… - não terminou.

— O que pensou? Eu estou bem, mana, prometo nunca mais fazer isso.

— Esquece. - fugiu da pergunta - Promete? 

— Sim, de dedo mindinho.

Aquilo tirou um riso afogado dela — Quero que me passe os telefones atualizados do Stive, Gabriele da Carol…  E do Sullivan também! - fungou — Só por precaução. 

— Tudo bem, eu enviarei. 

— Não, eu quero agora! Se anda tão cheia de afazeres vai acabar esquecendo.

Suspirou — Tudo bem Sop, me dá um segundo.

Aquilo a lembrou que havia uma coisa que  podia compartilhar, não em sua totalidade, sem comprometer um segredo que não era seu. Inspirou ganhando tempo para ordenar seus pensamentos. Expirou resoluta, ia fazer isso — Sop, preciso te contar uma coisa… - do outro lado da linha Sophie não esperou que terminasse, soltou um grito agudo enquanto dizia:

Névoa do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora