A melhor forma de lidar com a dor era falando sobre ela

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“Got me looking so crazy right now
Looking so crazy in love's
Got me looking, got me looking so crazy in love”
Crazy In Love, Beyoncé

Capítulo 11

A urgência de vê-la o corroía desde que deixou a sala de August, seu único desejo era  encontrá-la, ficar com ela e protegê-la de todo e qualquer mal. Ele sabia que a única coisa que a manteria sã e salva era seu afastamento ou a verdade. Egoísta, jamais a deixaria e a verdade total e completa, também não poderia dar,  não sob aquelas circunstâncias e para o bem dela.

O plano articulado por seu líder  era o melhor, pelo menos de imediato, era o que tinham. Agora, precisava pôr em marcha. - "Quem diria que chegaria o dia em que aquela menininha humana que entrou em nossas vidas, ainda  tão pequena ia se transformar na mulher que hoje confiaria a segurança da minha amada". - pensou consigo mesmo.
Helena era uma policial competente e no mundo humano não haveria ninguém mais competente que ela para resguardar o seu bem mais precioso.

Théo naquele instante deveria estar xingando até a quinta ordem do Conselho, não podia julgá-lo, pois  teria feito a mesma coisa caso fosse o contrário.

Stefan olhou para o relógio, 18:45, o sol seu maior oponente se retirava, dando passagem para a noite sua companheira de eras. Abriu a sacada e respirou o ar noturno, com o rosto dela em mente permitiu-se vagar junto com a brisa, a princípio ia de carro, uma de suas paixões do mundo humano, porém o risco de ser seguido o deixava em alerta, era preferível que usasse seus poderes, em poucos minutos estava onde queria.

Sacou o celular do bolso traseiro e discou o número, no quarto toque ela atendeu.

- Alô! - a voz esbaforida como se  tivesse corrido para atender o telefone o fez rir.

- Olá, espero não ter ligado em má hora.

Leah riu - Acredite não é, só sofri pra encontrar o celular no meio das minhas coisas. É um prazer ouvir sua voz!

- Fico feliz em saber disso… você está no hotel?

- Na verdade, estou parando o carro agora. Tive uma reunião, por isso cheguei mais cedo do que de costume. - o barulho da porta fechando-se comprovava.

- Entendo… Tem planos para essa noite?

- Não, por que? Você teria? - uma risada leve encheu seus ouvidos.

- Depende - disse.

- Depende do… - as palavras de Leah foram cortadas quando seus olhos alcançaram a grande figura, que se apoiava displicentemente no balcão da recepção. O celular quase escapou de sua mão quando se dava conta da beleza do homem,  havia esquecido o efeito que a presença lhe causava.

Mesmo sem o smoking, vestido com roupas casuais, em nada diminuía a sua imponência.

Guardando o aparelho novamente no bolso, Stefan caminhou até ela, em cada passo que dava bebia da figura que o olhava estupefata, desde os sapatos de saltos  cor nude, passando pelas longas pernas, a saia lápis vermelha justa ao quadril que dançava conforme ela andava. A camisa branca possuía diversos botões de madrepérola que deixava a mostra um colo branco coberto de pintas, que fizeram a boca dele salivar, criando imagens e possibilidades. O longo cabelo vermelho estava livre, seus cachos balançando em sincronia com seus quadris.

Os olhos dele faiscaram - “Tão linda quanto a luz do sol, meu raio de sol particular”.

Sacudindo-se do transe que entrou após vê-lo apressou-se a encontrá-lo no meio do caminho.

- Oi, linda! - percebeu a timidez tomar forma na cor de suas bochechas, que ficaram levemente rosadas.

Leah riu, já não buscava motivos que explicassem as reações do seu corpo a ele, o sorriso brotava sem esforço. Imaginava que estava parecendo uma boba, pois não conseguia parar de sorrir. - Oi, para você também, Grande homem!

Névoa do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora