Acordei assustada com o celular tocando na cabeceira da cama. Atendi sem processar de quem era a foto na tela.
- Alô? - não havia como negar minha voz sonolenta.
- Hey, Maggie! Desculpe por acordá-la. "Avengers assemble", você está convocada. - o jeito rápido e feliz de falar mesmo às 5h da manhã era inconfundível.
- Oi, Pen... Nossa, mas já? - Hotch havia conseguido minha liberação há dois dias e eu já estava sendo chamada.
- Sim, sim! Mas venha logo, quando chegar explicaremos tudo. Ah, traga um casaco! Está um pouco frio na cidade que vocês visitarão.
- Ok! Até daqui a pouco.
Dei um pulo da cama e não perdi muito tempo arrumando a pequena mala. Peguei algumas roupas no armário e outras que estavam espalhadas pela casa. Achei minha echarpe creme - que estava jogada na cadeira da sala há uns bons dias -e a enrolei no pescoço, pensando que poderia ser útil no frio por ser de uma lã fina. Em poucos minutos já estava saindo de casa. Sentia que aquele seria um longo dia.
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Foi tudo bastante rápido. Quando percebi, já estava no avião. Só sabia que um cirurgião e um socorrista haviam sido mortos em suas casas com um tiro certeiro e que haviam muitas conexões entre eles, já que foram responsáveis pelo atendimento de diversos acidentes em comum.Esse tipo de assassino, disse Hotch ainda na sala de reuniões da BAU, normalmente era motivado pela vingança e a pessoa só para de matar quando é capturada. Eles deveriam agir rápido para evitar mais mortes. Ele também disse que esse caso não exigiria muito de mim, apenas os procedimentos básicos, e que eu fora chamada porque o legista da cidade estava de férias em algum país da Europa.
Eu teria uma auxiliar dessa vez. JJ perguntou se eu me importaria de ficar sozinha, sem a presença de nenhum deles no necrotério que agora ficava longe da delegacia. Eu disse que não me importaria, sabia que precisariam de todos focados para pegar esse assassino.
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A viagem foi curta e não houve outro assunto além do caso. Eu fiquei em silêncio, apenas os observando. A análise comportamental exigia sensibilidade para enxergar os detalhes e calma para entender o que acontece na mente das pessoas. Eu aprendia muito quando os ouvia falar.Ao chegarmos, JJ me deixou no necrotério e seguiu com os outros para a delegacia. Conheci Bianca, a menina jovem e pequena que seria minha auxiliar. Simpatizamos de cara e aparentemente nos daríamos muito bem trabalhando juntas, talvez por termos idades aproximadas e a mesma área de trabalho.
O exame dos corpos foi fácil e Bianca realmente ajudava muito. Apesar de jovem, estava no emprego há quase 5 anos e tinha bastante experiência. O assassino era descuidado, deixou vários traços do seu DNA nas vítimas. Provavelmente ele tinha algum ritual após a morte para deixar esse rastro. Eu já havia enviado uma amostra para Penelope passar pelo CODIS, mas ela ainda não havia dado retorno.
Bianca saiu para fazer um lanche. Alguns minutos depois, Reid e Morgan apareceram para ouvirem o relatório sobre os cadáveres. Assim que eles adentraram a sala, meu telefone começou a tocar. Era Penelope.
- Hey, Pen! Reid e Morgan estão aqui, vou colocar no altofalante.
- Baby girl, o que você tem para nós? - disse Morgan.
- Maggie me mandou uma amostra que achou na vítima. Infelizmente, o DNA não estava registrado no CODIS. Mas eu consegui reduzir o número de casos em que os dois trabalharam com base na análise dos parentes dos acidentados que não sobreviveram. É pouco, mas já é alguma coisa. Ah, a grande maioria desses acidentes foram numa avenida específica, num mesmo cruzamento para ser mais exata.
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Um amor inesperado (Criminal Minds)
FanfictionMaggie tem uma vida boa. É jovem, formada em medicina e possui um cobiçado emprego no Federal Bureau of Investigation (FBI), onde atua como legista. Seu sonho é trabalhar com a Behavioral Analysis Unit (BAU) e ajudar o time a traçar perfis de serial...