[...] - parte I

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A loja estava movimentada e a fila era relativamente longa. Spencer saiu pela porta carregando um pote gigante de sorvete e procurando por Maggie. Em algum momento durante as andanças dela falando ao telefone, ele deixou de enxergá-la na frente da loja.

- Maggie? - ele disse na escuridão. A calçada deserta contrastava com a rua movimentada. - Está tentando me assustar de novo? - nada foi ouvido em resposta.

Spencer pegou o telefone e discou o número já tão conhecido do celular de Maggie. Ele não precisou colocar seu telefone no ouvido: ouvia o toque dela vindo do beco. Ele franziu a testa: não fazia sentido ela estar lá dentro. Spencer levou a mão até sua arma presa na cintura, mas achou melhor não tê-la em punho naquele momento.

O celular continuava chamando com uma daquelas músicas que Maggie tanto gostava e por várias vezes cantarolava enquanto estavam juntos. Ele começou a caminhar lentamente em direção ao beco escuro, mas não viu nada por ali além de sacos de lixo. Spencer largou a sacola com o sorvete no chão, desligou o celular e se posicionou segurando a arma.

Ele continuou caminhando e seguindo o toque o celular, que estava chamando de novo apesar dele já ter encerrado a chamada. Quando Spencer teve certeza de que não havia ninguém naquele beco, se aproximou da luz piscando no chão, se abaixou e viu o nome na tela ligando para o celular de Maggie: Anna. Ele atendeu, mas nada disse.

- Maggie? Você não me retornou. O que aconteceu?

- Anna? - ele disse com a voz hesitante.

- Quem está falando? É o Spencer, quer dizer, Dr. Reid? - a garota parecia agitada.

- Você sabe quem eu sou? - Spencer estava cada vez mais confuso.

- Claro que eu sei. - Anna ficou envergonhada e mudou o tom - Onde está Maggie?

- Eu... eu não... - Spencer não deveria alarmar Anna, principalmente antes de saber o que tinha acontecido - Ela esqueceu o celular aqui. Desculpe, eu preciso ir agora. - Spencer desligou o telefone para não ter que dar mais explicações.

Ele precisava achá-la. Ainda tinha esperança de que ela tivesse voltado para o apartamento de Penelope, mas Maggie nunca deixaria seu telefone ali. Sua mente tentava, mas não havia como negar: alguma coisa havia acontecido. Esse pensamento o pegou desprevenido, fazendo com que Spencer saísse correndo para encontrar os outros.

Ele entrou no apartamento levemente ofegante e com uma expressão de pavor, o celular de Maggie em sua mão.

- Reid, o que houve? - Will foi o primeiro a falar - Onde está Maggie?

- Eu não sei. Ela sumiu. - Spencer foi tomado pela realidade de suas palavras e suas pernas fraquejaram. Por pouco ele não caiu no chão.

- Spence, - JJ o puxou de seu estado de choque para o sofá e o fez sentar - respire e conte o que aconteceu.

Enquanto Spencer relatava o que havia acontecido para todos os colegas paralisados, um nó ia se formando em sua garganta e as peças foram se encaixando em sua mente. Ele analisou a expressão de cada um na sala e só em Hotch encontrou o que procurava.

- É recente, não podemos chamar de investigação oficial ainda, mas vamos começar a procurá-la agora mesmo. Por conta própria, sem ajuda. - Hotch disse. Seu rosto parecia mais preocupado do que seu tom de voz sugeria.

- Maggie pode estar correndo sérios riscos, Hotch. Você também acha que pode ter sido ele. Pense, ela se encaixa nas principais características da vitimologia, perto dos 25 anos e com cabelos loiros. - Spencer disse enquanto se levantava com uma expressão de dor no rosto - Ele pode saber que ela está envolvida na investigação e ter vindo atrás dela. Precisamos nos apressar para encontrá-la.

- Vamos investigar todas as opções, mas sim, é possível. Ela pode ter fugido voluntariamente também... - Hotch estava sério.

- Minha irmã jamais faria isso, não sem avisar. - Will estava muito preocupado - Alguém pode dizer quem é "ele"?

- O caso que não conseguimos liberação para investigar. - JJ respondeu. Agora ela também estava assustada.

Todos concordavam: precisavam achar Maggie imediatamente.

- Esse pesadelo de novo... - Spencer levou as mãos ao rosto, tentando sair do desespero e voltar a racionalidade - Precisamos agir. Agora.

Um amor inesperado (Criminal Minds)Onde histórias criam vida. Descubra agora