[22] Will

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- Alô? Maggie? Você está aí? - eu congelei, simplesmente não conseguia falar ou me mover.

- JJ, sou eu. O que aconteceu? - Spence pegou o telefone da minha mão.

- Spence, ainda bem! Will foi verificar um chamado ontem à noite e ainda não apareceu. Não sabemos muitos detalhes, mas é o tipo de caso em que coisas ruins acontecem. - a voz de JJ falhou. Levou alguns segundos até ela se recompor e continuar - Por favor, leve Maggie até a minha casa. Ela ficará segura lá com Henry e a babá. Haverá um carro da polícia os vigiando até quando for necessário.

- Certo. - Spence engoliu em seco - Vou levá-la e encontro você no escritório.

Me troquei no piloto automático sem dar uma palavra. Spence também não disse nada. Em poucos minutos estávamos no carro.

- Vai dar tudo certo, ok? Nós acharemos ele logo. - Spence disse depois de algum tempo.

- Desculpe, eu só não consigo ser durona como JJ. - podia sentir meus olhos começarem a marejar pelas lágrimas se formando.

- Hey, está tudo bem. JJ teve de aprender a ser assim. Nós sempre presumimos o melhor, é o que nos dá força para continuar lutando. Tente.

O carro parou em um semáforo. Spence me olhou e levou uma das mãos até meu rosto, limpando uma lágrima que ia começar a escorrer.

- Preciso ser forte pelo Henry. - foi o que consegui dizer. Respirei fundo algumas vezes e contive o choro.

Quando chegamos em frente à casa, o carro da polícia já estava lá exatamente como minha cunhada havia falado. Spence me levou até a porta. Usei minha cópia da chave, não queria tocar a campainha por ter boas chances de Henry ainda estar dormindo aquela hora.

- Fique bem, ok? Me ligue qualquer coisa.

- Me mantenha informada e se cuide, por favor.

A casa estava completamente fechada, a luz do sol entrava somente pela porta aberta a minha frente e por algumas frestas das janelas. Spence deu um passou para dentro, segurou meu rosto com a mãos e deu suaves beijos na minha testa, bochechas e boca. Depois saiu apressado e entrou novamente no carro. Ele deu a partida e eu fechei a porta, deixando-me engolir pela escuridão.

Me virei para o lado das escadas e percebi um pontinho claro escondido parcialmente atrás de uma folhagem. Cabelinhos loiros e desgrenhados, olhinhos atentos espiando.

- Ah, é uma pena que o Henry esteja dormindo ainda. Eu vim só para brincar com ele! - meu sobrinho saltou e correu em minha direção. Eu o levantei e o abracei com força. - Mas olhe só, você já está acordado tão cedo!

Amy, a babá, veio da cozinha para dar bom dia e dizer que o café da manhã já estava servido. Me esforcei para comer alguma coisa mesmo parecendo ter uma bola de tênis entalada em minha garganta. O dia não seria fácil.

Tentei me distrair com meu sobrinho nas horas seguintes. Eu não desgrudava do meu celular esperando que alguém me mandasse alguma notícia. Henry, apesar de não saber de nada, questionava onde estavam seus pais e se eu não iria trabalhar. Mesmo com aquela sensação de que eu deveria estar com outros procurando meu irmão, não queria deixar meu sobrinho até que tudo se resolvesse. Faltava pouco para o meio-dia quando meu celular finalmente tocou.

- Vou atender lá fora. Deve ser do trabalho. - corri para a varanda da casa - Spence! Acharam ele?

- Ainda não, mas estamos progredindo. Você está bem? E Henry?

- Sim. Henry perguntou por eles, mas Amy e eu estamos contornando a situação. - ele tinha ligado por algum motivo - Me conte...

- Will e seu colega foram disfarçados até o bar de um traficante. Nós já sabemos qual traficante, então temos que vasculhar os locais que são dele. Estatisticamente falando, ...

Um amor inesperado (Criminal Minds)Onde histórias criam vida. Descubra agora