[15] Sorrindo no escuro

13.9K 995 322
                                    

Eu estava ansiosa. Mal conseguia fazer minhas tarefas desde que JJ avisou que eles estavam voltando do caso e que haveria uma janta na casa dela. Reid prometeu que iria me visitar para contar tudo sobre seu primeiro caso de volta à BAU. Ele havia passado algum tempo se recuperando do tiro na perna que, apesar de não ter sido grave, deixou-o mancando e impossibilitado de fazer muito esforço físico. No entanto, sua recuperação foi boa e em menos tempo do que o esperado ele já estava de volta como se nada tivesse acontecido.

Faltando poucos minutos para o encerramento do meu expediente, bateram na porta. Finalmente!

- Hey! Conte tudo! - eu disse antes que Reid pudesse falar qualquer coisa.

- Foi tranquilo. - ele disse, rindo do meu desespero.

- Teve que forçar a perna? Doeu?

- Não tive muitas atividades, na verdade, e doeu menos do que eu esperava.

- Você sabe que está liberado para fazer tudo normalmente, mas com moderação, ok?

- Sim, doutora. - ele disse só para incomodar.

Eu ri de sua brincadeirinha e segui meu trabalho para encerrar a análise do cadáver que estava na mesa. Ele voltou sua atenção para o que eu fazia.

- Pode me alcançar o formol que está ali nos frascos etiquetados? - ele ainda prestava atenção no que eu fazia quando levantou - Mas cuidado que está bem... cheio. Tarde demais.

Reid mal olhou para o frasco antes de pegá-lo e acabou o apertando demais, virando boa parte do formol em sua camisa. Logo o cheiro forte do produto tomou conta do ar.

- Opssss... - ele disse, fazendo uma careta.

Comecei a rir. Ele fez outra careta bem-humorada e me entregou o meio frasco de formol. Reid tentou se limpar, mas o cheiro continuava forte.

- Eu não queria, mas parece que terei de ir pra casa antes do jantar na casa da JJ. - ele hesitou - Você vai também, não é mesmo?

- Vou sim! E agora estou me sentindo culpada por você ter se sujado... - fiz uma pausa, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa eu continuei - Poderíamos ir até meu apartamento! É bem mais perto, pelo que me lembro. - não tinha certeza de onde Reid morava - Eu te empresto algumas roupas enquanto lavamos e secamos as suas. Minha máquina de lavar é bastante rápida, em uns 20 minutos já estaria tudo pronto.

Ele pensou um pouco, provavelmente calculando o tempo mentalmente.

- Eu não quero incomodar você só para não me atrasar para o jantar. Acho que vou até minha casa mesmo...

- Não, por favor. Eu insisto. Afinal, se não fosse por mim você não estaria cheirando como - fui olhar o nome na etiqueta pendurada no pé do cadáver - a Sra. Nicholls aqui.

Ele riu de meu gesto teatral e acabou aceitando a ajuda. Saímos do trabalho e fomos caminhando até meu prédio, que era realmente perto, enquanto conversávamos sobre Doctor Who. Eu não assistia a série assiduamente, mas sabia o suficiente para entender o que ele me contava.

Entrei em casa e lembrei, aliviada, que havia arrumado tudo no dia anterior. É claro, ainda tinha coisas espalhadas (organização nunca foi meu ponto forte), mas minha sala parecia bastante apresentável. Fui até meu quarto, indicando a Reid que me seguisse. Achei algumas roupas de Will perdidas por lá e disse a ele que escolhesse e se trocasse enquanto eu ia preparar a máquina.

Minha lavanderia era pequena e bastante cheia, o que a tornava um local bastante apertado. O espaço de circulação ficou reduzido um corredor com menos de um metro de largura entre balcões e máquina.

Um amor inesperado (Criminal Minds)Onde histórias criam vida. Descubra agora