Meus olhos se abriram, mas a escuridão ainda persistia. Me sentia tonta, meus braços e pernas pesados. Minha primeira reação foi levantar a cabeça e procurar pelo bebê que ouvi chorando antes de desmaiar, porém não consegui ver nada. Tentei levar a mão até a picada que levei na perna, mas por algum motivo não podia me mover.
Minha mente foi voltando a seu estado natural e minha percepção da realidade foi melhorando. Meus braços e pernas estavam amarrados na cadeira em que eu estava sentada. Um desespero tomou conta de mim e eu comecei a me debater tentando soltar as amarras. Gritei por socorro e pedi ajuda por alguns minutos enquanto me debatia, até que comecei a sentir a pele sendo cortada por baixo da corda.
Meu peito ofegava. Lágrimas se formaram nos meus olhos enquanto indagações surgiam em minha mente. O que estava acontecendo? Por que eu estava presa? O que havia ao meu redor? Quem tinha feito isso comigo? As lágrimas se transformaram em um choro desesperado e compulsivo. Minha garganta ardia, meus olhos procuravam qualquer sinal de luz sem encontrar nada.
Alguma coisa se abriu a minha frente e a claridade que por ali entrou cegou meus olhos.
- Dra. Margaret LaMontagne - disse uma voz masculina vinda da luz que entrava pela abertura - ou eu deveria a chamar apenas de Maggie? Sua dorminhoca, você dormiu demais! - uma risada estranhamente alegre para a situação tomou conta do ambiente.
- Quem é você? Onde está o bebê? - tentei falar com a voz firme.
A criança ainda era uma preocupação naquele momento. Se aquela pessoa fez isso comigo, me doía imaginar o que faria com um bebê indefeso.
- O bebê, o bebê... achei que seria mais difícil enganar você, mas só um gravador com um choro de recém nascido já foi o suficiente além de, claro, um bom dardo com sedativo para trazê-la e pronto! - o homem continuava se divertindo com a situação.
Aos poucos meus olhos foram se acostumando com a nova luminosidade e eu pude enxergar o homem parado na porta a minha frente. Ele era jovem, não muito mais do que 30 anos, tinha os olhos azuis e barba. O cabelo era curto e claro, mas não chegava a ser loiro. Ele vestia uma camisa aberta sob uma camiseta de alguma banda desconhecida por mim, além de uma calça jeans gasta. Senti uma espécie de deja vú, como se já tivesse o visto antes, mas não era com aquilo que meus pensamentos se ocupariam no momento.
- O que... o que você quer de mim? - minha voz falhou, demonstrando meu espanto.
- Eu queria ter feito isso antes, mas você estava com aquele seu namoradinho do FBI... e ele tinha uma arma, o que poderia ter sido ruim para mim. - ele ignorou minha pergunta e continuou - Por sorte, eu aguardei do lado de fora na esperança de que você saísse sozinha do apartamento da queridíssima Penelope (devo agradecê-la por colocar tudo sobre o jantar de hoje no Twitter e me manter informado). Então você saiu com o garoto de novo, mas o destino me deu uma excelente oportunidade de colocar meu plano em prática e aqui você está! Agora você é minha, não é mais dele! - ele soltou de novo a risada assustadora.
- Por que você me quer aqui? - eu estava perplexa, temia pelo que iria acontecer comigo. Minha voz saiu fraca, quase um sussurro.
- Você, querida Maggie, foi a única que me desvendou. - o homem se aproximou e levou a mão até meu rosto, o que me deu náusea. Seu tom estava emotivo, quase apaixonado - Você descobriu o que eu fiz e isso me tocou, sabe? Você teve a sensibilidade de encontrar o que ninguém mais achou. - eu estava confusa, não entendia o que ele falava. O desconhecido percebeu que eu não o havia entendido e revirou os olhos - Você ligou minhas vítimas a mim, grande parte delas. Você foi a única que descobriu minha real assinatura. - ele disse, tirando a mão do meu rosto e sem emoção na voz.
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Um amor inesperado (Criminal Minds)
FanfictionMaggie tem uma vida boa. É jovem, formada em medicina e possui um cobiçado emprego no Federal Bureau of Investigation (FBI), onde atua como legista. Seu sonho é trabalhar com a Behavioral Analysis Unit (BAU) e ajudar o time a traçar perfis de serial...