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Já estávamos aguardando há algumas horas no hospital. Ainda não tínhamos notícias. Morgan falou com Penelope, até ela estava a caminho. Estávamos todos lá, tensos e sem ter o que fazer. Diversas vezes vários deles vieram me perguntar o que eu achava da situação, se parecia ser grave, se ficaria tudo bem. Eu os tranquilizava e dizia que a demora era normal pelo provável procedimento que ele estava passando, que a ferida não parecia ser tão grave assim e que logo teríamos notícias. Mas meu peito ainda palpitava e ainda havia manchas do sangue dele (agora parcialmente lavadas) em minhas mangas. Ele tinha que ficar bem. Eu precisava dele bem.

Uma nova esperança surgiu quando vi um rosto conhecido saindo da porta do centro cirúrgico e indo em direção ao balcão da enfermaria. Saí apressada da sala de espera.

- Erick! - era impossível não reconhecer um dos meninos mais bonitos e disputados da minha turma de faculdade mesmo ele usando as roupas da ala cirúrgica.

- Maggie! Meu Deus, quanto tempo! - ele me deu um abraço apertado. JJ viu a cena e veio lentamente em nossa direção. Acho que ela lembrava de Erick.

- Por favor, preciso de informações sobre um paciente que entrou em cirurgia... - eu disse quando ele me soltou, não conseguindo conter meu desespero.

- Ah, desculpe, Maggie. Eu estava envolvido no atendimento de um agente do FBI, não fiquei sabendo, de mais nada, mas...

- É ele mesmo! Está tudo bem? - eu o interrompi, sentindo meus olhos marejarem.

- O cirurgião não veio falar com vocês? Ah, - ele balançou a cabeça e deu um sorriso irônico, seu característico sorriso - incrível como os residentes têm de fazer tudo por aqui. O agente está estável, a bala ficou alojada superficialmente. Ele já deve estar indo para o quarto e logo poderão vê-lo.

JJ, que estava ali por perto parecendo distante, voltou com passos rápidos à sala de espera para contar as novidades aos demais.

- Muito obrigada, Erick! - finalmente sentia um pouco de alívio. Mas ainda precisava vê-lo para ficar tranquila.

- Hey, eu estou saindo do plantão daqui 3 horas, às 6 da manhã. Depois que você ver seu amigo - ele deu o sorriso irônico de novo - poderíamos tomar um café, o que acha?

- Sim, claro. - eu não sabia ao certo o que estava falando.

- Ok, te encontro na saída do hospital. Até logo, Maggie. - ele virou as costas e saiu, me deixando lá encarando o vazio. Um cansaço enorme começava a tomar conta de mim.

Voltei para a sala de espera e Penélope chegou logo atrás. Algum tempo depois, assim como Erick havia falado, fomos chamados para ver Reid. Como o número de visitantes por vez era limitado, fomos eu, Hotch e JJ por primeiro.

Ele ainda estava um pouco sonolento quando entramos no quarto, efeitos da anestesia usada na remoção da bala e dos remédios para dor que estavam dando para ele.

- Como você está? - foi JJ a primeira a falar. Ela sentou-se na poltrona ao lado da cama e inclinou-se na direção dele.

- Bem, eu acho... - sua voz estava fraca.

- Você fez um excelente trabalho. Salvou a vida da vítima, mas não deveria ter se arriscado. - Hotch pronunciou as palavras com uma expressão séria, mas em seguida vi um lampejo de sorriso no canto de seus lábios.

Reid sorriu discretamente, depois respirou fundo e levou a mão até a região próxima à ferida.

- Está com dor? - perguntei. Ele me olhou e piscou várias vezes até se acostumar com a parte ensolarada do quarto. Após, franziu a testa por alguns segundos (já que ainda não havia notado minha presença ali até eu falar).

Um amor inesperado (Criminal Minds)Onde histórias criam vida. Descubra agora