- Vocês não conseguiram a liberação para investigar ainda? - minha voz soava tão indignada quanto eu me sentia.
- Não. Parece que um dos detetives está atravancando a papelada por querer progredir sem a nossa ajuda e levar os créditos na conclusão do caso. - Spence disse. Seu tom também trazia indignação, mas ele era mais controlado.
Já era a manhã seguinte e nós estávamos no andar da BAU. Hotch havia me chamado para contar a equipe tudo o que sabia sobre as vítimas. Spence estava a minha frente, sentado em sua cadeira enquanto eu permanecia em pé ao lado de sua mesa.
- Como as pessoas podem ser tão vaidosas a ponto de arriscar mais vidas para se favorecer? - agora eu estava mais decepcionada do que indignada. Sentei na pontinha da mesa de Spence, aproveitando que haviam poucas pessoas ali, a maioria ainda não havia chegado.
- Não é o primeiro que faz isso e não será o último, infelizmente. - ele empurrou o chão e deslizou com a cadeira para mais perto de mim - Mas a situação não está tão ruim. Pelo menos ele não fez novas vítimas.
Spence me olhava com a cabeça erguida e eu tinha certeza que ele só havia falado aquilo para me deixar melhor. Eu queria tocar seu rosto para agradecer a tentativa, mas em vez disso procurei alguma coisa para me distrair e não dar bandeira do nosso relacionamento. Ouvi o barulho do elevador abrindo e me virei na direção dele. Penelope surgiu com suas roupas coloridas, seus óculos extravagantes e seus sapatos de salto barulhentos. E como eu amava tudo aquilo (nela, nunca em mim).
- Maggie! Eu estava procurando por você. - ela falou ainda na porta - Sabe, eu estava pensando que a BAU está sem um caso no momento. - ela chegou até a minha frente - Eu sei que isso talvez seja só pelas próximas horas, mas até que se consiga a liberação do detetive chato ninguém daqui pode investigar esses assassinatos, certo? - ela olhou para Spence esperando uma confirmação.
- Correto. - ele respondeu.
- Então, se a situação se mantiver a mesma, vamos fazer um jantar hoje à noite no meu apartamento. Eu sei, eu sei, parece uma ideia estranha, mas todos estão precisando acalmar os nervos e conversar sobre coisas que não envolvam trabalho. Nem que tenhamos de colocar filhotinhos na TV!
- Ok, eu acho... - aquela era um ideia absolutamente estranha, mas eu não queria deixar Penelope magoada.
- Yay! - Penelope deu um pulinho - Reid, você vai também, não é?
- Si... sim... - ele respondeu meio incerto.
- Ah, só mais uma coisa: Sam estará lá. Convenci Derek a levar Savannah e vou falar para Hotch levar Beth.
- E com isso você quer dizer... - eu disse, sentindo as bochechas rosarem.
- Levem seus namorados também! Ou amigos... não sei... mas eu conheço você, Margaret LaMontagne, e com certeza você tem alguém. Anda muito sumidinha... - a referência a meu nome de batismo fez minha expressão mudar. Aquilo era um desafio.
- Se é essa a intimação, pode deixar. Meu namorado estará comigo. - sorri para Penelope. Podia sentir os olhos de Spence sobre mim, mas eu não o olhei.
- Ok então. Espero vocês ali em cima para a reunião. - Penelope saiu apressada em direção à sala de convenções.
- Será que ela não desconfia? - perguntei para Spence, me segurando para não rir da situação.
- Acho que nenhum pouco...
- E isso significa que você sempre está "sumidinho"? - levei a mão à boca num ato teatral de espanto que fez Spence também ter vontade de rir.
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Um amor inesperado (Criminal Minds)
FanfictionMaggie tem uma vida boa. É jovem, formada em medicina e possui um cobiçado emprego no Federal Bureau of Investigation (FBI), onde atua como legista. Seu sonho é trabalhar com a Behavioral Analysis Unit (BAU) e ajudar o time a traçar perfis de serial...