A vida seguia o seu curso normal. Rodolffo e Juliette iam-se encontrando às escondidas, agora que a escola já não era ponto de encontro.
Desde o seu aniversário que o pai da Ju não tocava no assunto casamento.
Apenas instruiu a esposa para que agilizasse o enxoval.A mãe dela mostrava as peças já compradas ou confeccionadas. Uma mais bonita que a outra mas ela nem ligava. Aquilo não era para o casamento dos sonhos dela.
Chegou o dia do jantar na casa do tio Paulo. A Ju não se atentou aos pormenores e seguia indiferente a tudo.
Feitos os respectivos cumprimentos logo ela se juntou ao primo Rogério para fofocar.
A empregada anunciou o jantar e todos se dirigiram à mesa. A conversa decorria a três mãos. Artur e Paulo, Verónica e Maria e Juliette com Rogério. Cada um com temas diferentes.
Perto de finalizar, Paulo pediu a palavra.
P - Bem, este jantar tem duas finalidades. Como sabem somos todos família e famílias visitam-se e convivem.
Segundo tanto eu como Artur temos 2 filhos casadoiros e para bem da família e do seu património eu te peço irmão Artur, a mão da sua filha Juliette para que esta seja esposa de meu filho.Ninguém pareceu surpreso excepto os visados Ju e Rogério. Os dois olharam um para o outro e de seguida para os pais.
A Ju já com os olhos rasos de lágrimas olhava o pai com uma expressão de aflição como que a pedir que ele negasse.Não foi isso que aconteceu. O pai simplesmente concordou e mostrou-se muito encantado com união. A vontade das mulheres mais uma vez ignorada pois nenhuma delas teve direito a opinar.
Juliette levantou-se da mesa e correu para o jardim.
Rogério olhou para o pai e confrontou-o;
R - Como ousa decidir assim a minha vida sem me consultar? Já não sou uma criança.
P - Pois mais pareces. Sem profissão, solteiro com essa idade. Vives às minhas custas então tenho todo o direito de decidir sim.
R - Mas casar nunca foi meu objectivo de vida e sempre posso arranjar trabalho se essa é a questão.
P - Está decidido. Aceitem sem questionar.
R - Veremos. Vou lá ver a Juliette.
Juliette chegou à parte mais longe do jardim e sentou-se num baloiço.
Rogério foi encontrá-la a chorar.Sentou-se a seu lado e segurou-lhe na mão.
R - Calma prima! Aqueles 2 velhos estão doidos. Nós vamos trocar-lhe as voltas.
J - Como? Eles já decidiram. Eu gosto de ti mas não quero casar contigo.
R - Eu também. Por ora fingimos que aceitamos até acharmos uma solução.
J - Rogério! Eu tenho um namorado mas eu sei que o meu pai nunca vai aceitar.
R - Vamos conversar muito sobre isso mas por ora não lhe contes o que se passou aqui. Só temos que fazer com que eles não queiram fazer o casamento rápido. Vou pensar sobre isto e na próxima visita, porque eu tenho que te visitar, nós conversamos e tu contas mais sobre esse namorado.
J - Obrigada primo. Mereces uma mulher que te faça feliz.
R - Prima. Se tu soubesses! Deixa pra lá.
Resolveram regressar à sala. A conversa já girava sobre outro assunto. Juliette foi ter com a mãe que a abraçou e Rogério juntou-se aos homens.
R - Está tudo bem. Conversei com ela e nos acertamos.
A noite ia longa e Artur de Magalhães pediu permissão para ir embora.
R - Meu tio, em breve irei fazer-lhe uma visita e cortejar Juliette com sua permissão.
A - Aparece sim. Faço gosto.
Despediram-se uns dos outros e Rogério deu uma piscadinha a Ju que sorriu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...