Conforme havia pensado, Juliette não conseguiu adormecer. Ficou sentada na cama e resolveu ler um livro. Escolheu um de Júlio Dinis, a Morgadinha dos Canaviais.
Na verdade ela já tinha lido o livro mas gostou tanto da história que resolveu ler novamente. O romance é de fácil leitura e compreensão, óptimo para ler à noite.
Já passava das 5 horas da madrugada quando ela fechou o livro e se aconchegou debaixo dos cobertores.
Rodolffo terminou o seu turno às 8 horas da manhã.
Saiu do hospital, passou na padaria e comprou pão e bolos económicos, um tipo de bolos da região.Entrou em casa passava pouco das 9 horas. Subiu ao quarto e Juliette dormia profundamente. Tomou café sózinho, tentou fazer o mínimo de barulho e foi tomar um duche.
Não a quis acordar, então, bem devagarinho deu-lhe um beijo na testa, deitou-se a seu lado e logo adormeceu. Estava profundamente cansado. A noite no hospital tinha sido bem agitada por conta de um acidente em que ficaram 8 pessoas feridas. Felizmente não houve nenhum morto e apesar de dois dos feridos terem lesões graves, nenhum corre risco de vida.
Juliette acordou já passava das 10 horas.
J - Shiiiii!! Dormi tanto!
Olhou para o seu marido que dormia sereno a seu lado. Fez-lhe um afago no rosto e deu-lhe um beijo.
Rodolffo mexeu-se mas para se virar para o outro lado e continuar a dormir.Juliette tomou um duche, vestiu-se e desceu à cozinha.
Fez café com leite. Duas torradas, um económico e algumas uvas junto com o café foi o seu dejejum.Saiu de casa em direcção à igreja. A missa estava a terminar mas não deixou de fazer as suas orações.
Conversou com o padre Duarte sobre o seu regresso à instituição.
O padre Duarte contou-lhe sobre algumas ideias novas a aplicar no dia a dia das crianças.Juliette saiu dali bem satisfeita. Se não pudesse ser professora numa qualquer escola, lidar com estas crianças já era muito bom. Estava até a ponderar ficar ali a tempo inteiro.
Passou no mercado e foi comprar vegetais e alguma carne para o almoço. Hoje queria fazer um agrado a Rodolffo.
Comprou um pato. Iria fazer um belo arroz de pato no forno.
Juliette nunca precisou mas gostava muito de ficar na cozinha da sua casa vendo a mãe de Rodolffo cozinhar. Com ela aprendeu muitas coisas inclusive ela fazia umas farófias divinais.
Comprou ovos também. Ia surpreender o marido com essa iguaria.Chegou a casa pôs o pato a estufar e foi bater as claras em neve. Bateu à mão mesmo pois não tinha batedeira.
J - Eita, como custa fazer crescer este negócio!
Enquanto o pato cozeu fez a sobremesa. O creme das farófias ficou muito bom. Parecia veludo.
Retirou o pato para desfiar e fazer o arroz.
Colocou o tabuleiro no forno e foi espreitar o Rodolffo. Ainda dormia.
Desceu novamente, ia deixá-lo dormir mais um pouco.Deitou-se no sofá depois de por a mesa e por momentos cochilou.
Acordou assustada e foi espreitar o forno.
Estava tudo bem graças a Deus. Mais 5 minutos e o arroz virava carvão, mas estava douradinho como devia ser. Desligou o forno e deixou a porta semiaberta.Ia voltar para o sofá quando ouviu atrás de si:
R - Uhmmm, que cheirinho gostoso!
J - Ai amor assustaste-me!
Rodolffo passou os braços na cintura de Ju e beijou-a abraçando-a fortemente de seguida.
R - Desculpa, não tive essa intenção.
Mas o cheiro está bom. O que é?
Tem cheiro de mãe.J - Espero que esteja tão gostoso como o da tua mãe. Aprendi com ela. Arroz de pato.
R - Se o cheiro me lembrou dela, o sabor deve estar bom.
Não sabia que cozinhavas!J - Não sei fazer tudo mas algumas coisas faço e bem. E tem sobremesa surpresa. Não vale ir espreitar.
Como foi lá no hospital?
R - Foi trabalhoso mas correu bem.
Vamos almoçar que este cheiro abriu-me o apetite.J - Eu fiz sumo de laranja ou preferes vinho?
R - Pode ser sumo. Hoje não quero vinho.
Os dois almoçaram e Rodolffo não se cansava de elogiar Ju. Quando veio a sobremesa arregalou os olhos pois era a sua preferida.
R - Ju fizeste isto tudo sózinha? De certeza não tiveste ajuda?
Juliette fez bico por ele ter duvidado das capacidades dela. Ficou bem amuada.
Rodolffo levantou-se, puxou a cadeira para o lado dela e abraçou-a dando-lhe muitos beijinhos.
R - Desculpa amor. Mas tu, menina rica com um monte de empregadas nunca pensei sequer que alguma vez pegasses numa panela.
Às vezes via-te na cozinha mas nunca te vi a fazer nada.J - A observar também se aprende. Não sabia que me achavas assim tão fútil.
R - Não foi isso que eu disse. Vá lá serve-me lá essa delícia.
J - Serve tu. Estou magoada e agora lavas a loiça.
Juliette levantou-se e deixou Rodolffo a comer as farófias sózinho.
Não podia desperdiçar tal delícia. Depois vou lá, pensou.Terminou de comer, levantou a mesa e lavou a loiça. Não porque ela mandou, mas, porque em sua casa já era hábito fazer pois a sua mãe trabalhava todo dia.
Agora não seria diferente. Dividir as tarefas com a esposa embora muito poucos homens fizessem isso.Verificou se a cozinha estava bem arrumada e foi à procura de Ju. Encontrou-a no quarto. Tinha acabado de fazer a cama e dobrava uma roupa.
R - Amor não fiques brava comigo. Foi sem intenção.
Abracei-a e caímos os dois na cama. Fiquei por cima dela fazendo cócegas até ela rir. Ela conseguiu ficar por cima de mim e foi a hora da vingança.
Enquanto ela só tinha cócegas em alguns sítios eu tinha em quase todo o corpo.R - Ju pára! Acabei de almoçar um banquete feito pela mulher mais gostosa.
Ela parou e deitou-se sobre o meu peito. Beijou os meus lábios e soltou um
- Eu amo-te.R - Também te amo muito.
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Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...