Capítulo 23

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Como combinado,  Rodolffo chegou no dia seguinte para almoçar.   Juliette esperava-o à porta de casa.

Deram um pequeno passeio pelo jardim.  Juliette estava bem mais animada que nos últimos dias.

Continuava com os ciúmes de Cátia e por muito que eu não desse motivos ela estava insegura.  Para mim era fruto de muito ócio.
Ela precisava urgentemente de uma ocupação.

A minha mãe ajudava a associação a que presidia o padre Duarte.  Era uma associação que cuidava de crianças pequenas enquanto as suas mães e pais trabalhavam.

Em conversa com ela fiquei sabendo que estavam a precisar de colaboradores.

Enquanto a Juliette não se restabelece totalmente para poder exercer a profissão de professora sugeri que ela procurasse o padre Duarte para ajudar.  Ajuda a passar o dia e a ocupar a mente, além de ser prestável à comunidade.

Esta tarde iremos até lá saber mais sobre a associação.

Uma empregada da casa veio avisar de que o almoço estava servido.

Quando cheguei à sala já se encontravam lá Artur e Verónica de Magalhães.   Cumprimentei ambos e tomámos assento à mesa.

A conversa variava entre os negócios de Artur,  o trabalho de Rodolffo no hospital e as expectativas de Juliette.

R - No hospital vai tudo indo mais ou menos.  A falta de mais profissionais é que complica.  Os médicos recém formados nem sempre aceitam vir para estas cidades de província.   Dizem que nos grandes centros têm mais oportunidades.
Em parte eu concordo mas não troco a paz e tranquilidade desta terra por nada.  Nem tudo se resume a bens materiais.

J - Eu também quero ser professora aqui.  Nunca seria feliz em Lisboa ou no Porto.

A conversa seguia amena.  Antes que dona Verónica pedisse para servir o café, Rodolffo levantou-se e pediu a palavra.

R - Hoje é um dia especial para mim. Saber que sou aceite nesta família deixa-me feliz por isso, e porque já o queria ter feito há anos, senhor Artur e dona Verónica!  Dão-me permissão de namorar a vossa filha?

Dona Verónica e Artur olharam um para o outro e sorriram.

Artur de Magalhães disse:  Ó rapaz! Andas por aí para cima e para baixo com ela a tira colo, não sei já há quanto tempo e agora queres permissão? 
Claro que permitimos ou melhor, ela é que tem que responder se aceita.

J - Não sei não.  Tem muita coisa em jogo como por exemplo umas assanhadas que olham para ele em todo o lado.

R - Pois é.  Não posso fazer nada.  Mas se a menina Juliette aceitar ser apresentada como minha namorada, elas deixam de cobiçar.

Ele retirou do bolso uma caixinha de veludo e de dentro retirou um lindo anel.

R - Ju!  Este anel pertenceu à minha avó que o recebeu da avó dela.  Ontem o meu pai deu-mo dizendo que ficaria muito orgulhoso se eu to desse a ti.  Aceita-o como prova do meu amor.

Juliette com lágrimas nos olhos abraçou Rodolffo e deu-lhe um beijo na face.  Afinal os pais estavam presentes.

Depois de muitos cumprimentos terminaram o café.   Tudo estava em paz.

Eu e Juliette fomos falar com o padre Duarte.   Juliette concordou em dar algum apoio mesmo que não fosse todos os dias.   Poderia começar a ensinar às crianças as primeiras letras e introduzir o primeiro contacto com materiais diversos.

Ficou muito entusiasmada.  A associação pensava aumentar o espaço e talvez criar uma escola.

Saímos dali para o nosso lugar predilecto.   O castelo.  Tanto eu como Ju adorávamos aquele espaço.
Ali sentíamos muita paz.

Depois de tomarmos um chá num dos cafés do recinto do Castelo era hora de regressar.

J - Amor! Eu quero ir a um sítio.   Estamos perto.

R - Onde.  Se for o que eu penso, eu também quero mas não me atrevo a pedir, pensei para mim.

J - Vamos à nossa casa.  Há tanto tempo que não vamos.

R - Já voltou a ser nossa?  Não era só minha?  Que eu saiba a mocinha não a queria.

J - Euuuuu!!!  Mentira tua.  Nunca disse isso.  Não tenho a chave comigo.

R - Eu tenho a minha sempre.

Atravessaram duas ruas e logo estavam na entrada da casa.  Rodolffo abriu a porta e Juliette correu a abrir as janelas.   Estava um dia lindo de sol e a casa precisava de ser arejada.

Terminada a tarefa Juliette passou os braços à volta do pescoço de Rodolffo e este enlaçou-a pela cintura.

J - Quando podemos morar aqui?

R - Ontem, respondi.

J - É sério Rodolffo.

R - Eu também falei sério.   Por mim era logo.  Não vejo a hora de vir morar aqui contigo.

Os dois iniciaram um beijo e caminharam até ao quarto.

As coisas foram esquentando.  Rodolffo deitou Juliette na cama ficando por cima dela.  As carícias e beijos estenderam-se pelo corpo todo.   Ambos estavam no ponto máximo de excitação.
Rodolffo começou a despir Juliette e ela não o reteve.  Pelo contrário,  ela própria começou a desabotoar a camisa dele.

R - Amor!  Podemos?

J - Eu quero tanto!

Sabendo que Juliette era virgem, Rodolffo tentava ser o mais meigo possível. 

Ambos tentavam dar prazer um ao outro.
Juliette sentiu alguma dor e desconforto mas nada que a fizesse desistir.  Sentia que aquela era a hora.

Terminaram  abraçados tentando recuperar o fôlego.

R - Amor!  Magoei-te?  Desculpa.

J - Quase nada.  Está tudo bem.  Eu estou feliz.

R - Eu também.   Eu quero casar logo.  Não precisamos de esperar muito.  Já nos conhecemos desde crianças,  não vejo necessidade de muito namoro.

J - Quando?  Dois meses.  Eu quero casar dentro de dois meses.

R - Porquê dois meses?

J - Pensa comigo.
Nós fizemos amor sem protecção.  Se eu ficar grávida,  com dois meses não se nota e assim que a criança nascer, dizemos que nasceu de 7 meses.

R - Cabecinha pensadora.  Mas corremos o risco de engravidares?

J - Não estou no período fértil mas, nunca se sabe.

R - Eu também concordo.   Dois meses.  Até porque eu tenho emprego, tu quase e já temos casa.  Não nos falta nada porque amor temos de sobra.

J - Você sobre mim, nós dois sobre a cama, é sobre amor de sobra...

R - É  sobre perdoar e nunca mais, ir embora.

Oi.

LágrimaOnde histórias criam vida. Descubra agora