Capítulo 36

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Conforme prevíamos Constança não gostou de saber de mais um irmão.

A Ju bem explicou que ia deixar ela ajudar a cuidar e brincar também.

C - Não quero.  Ele vai tirar os meus brinquedos,  o papá e a mamã.

Bem explicamos que não,  que cada um teria os seus brinquedos mas ela não aceitou.  Resolvemos não falar mais nada.  Com o tempo ela iria se acostumar.

A barriga da Ju crescia mais que o normal e ela já se começava a mentalizar que eram dois.  Da Constança não cresceu assim tanto.

A gravidez também não foi tão tranquila como a primeira.  Os pés e pernas da Ju inchavam bastante.  Chegava ao final do dia e mal podia andar.

Pelo sétimo  mês foi aconselhada a fazer repouso absoluto.  Estava no seu mês de férias e a seguir entraria com baixa de maternidade

A Maria levava e trazia a Constança quando o pai não o podia fazer.
Hoje ela já aceita melhor o bébé.   Faz carinho na barriga da Ju e massaja os pés dela como vê o pai fazer.

Rodolffo já não fazia plantão de noite por conta do cargo de director.  Não que ele não quisesse mas optou por dar mais apoio em casa.

Quando podia fazia uma caminhada com a Ju de manhã ou à tarde nos jardins de casa.  Nada muito longo pois ela ficava cansada rápido.
Depois um banho relaxante e massagem nas costas, pés e pernas.

A barriga estava enorme.  Ju estava sempre com dor de costas e já não tinha posição para dormir.  Por vezes dormia encostada na cabeceira da cama apoiada por almofadas mas aí eram as pernas que ficavam pesadas.

Chegou a hora do parto.  Levei Juliette para o hospital e imediatamente foi colocada com soro.  A dilatação foi rápida e conforme adivinhação de Rodolffo vieram 2 meninos mas para completar veio também uma menina.

Agora sim estava tudo certo.  Dois para dois.

A Ju apesar de ter sido parto natural teve que ser cozida pois rasgou um
pouco.

Eu chorava que nem um perdido e ela igual.

J - Amor!  Eu não vou dar conta de tanta criança.

R - Vais sim.  Tu és uma guerreira.

Já viste que a nossa menininha nem tem nome.  Só escolhemos o nome do Carlos Eduardo e do Caio Miguel.

J - Eu escolhi.  O nome das meninas é tua responsabilidade.   Escolhe como da Constança mas tem que começar por C.

R - Carolina Maria pode ser?

J - Pode.  É muito bonito.

R - Então está decidido.  Agora quero ver a reacção da Constança aos 3 manos.  E os nossos pais?

J - Vai tudo surtar.   Mas sério Rodolffo,  não quero mais filhos.

R - Está bom assim amor.  2 casalinhos já é muito bom.

A Ju precisou de ser orientada para dar mama aos três.   Lógico que não tinha leite suficiente para todos,  então eles mamariam um pouco e depois tomavam mamadeira.

A princípio eles não queriam a mamadeira mas foi necessário insistir e uma semana depois já os três estavam habituados.

A Constança quando viu os três nem queria acreditar.  Mas achou muita piada por serem pequeninos do tamanho das suas bonecas.

As avós logo se pontificaram para ficar lá em casa. 
Combinámos que iam para lá durante o dia mas à noite regressavam a suas casas  e só nos primeiros meses das crianças.

A Ju andava extremamente cansada pois os gémeos não tinham os sonos iguais.   A Carolina e o Carlos eram o verdadeiro come e dorme mas o Caio, dormia quando os outros acordavam e acordava quando os manos dormiam.
Era nessa hora que Ju queria descansar e não podia.

Aos quatro meses os gémeos praticamente já só tomavam mamadeira.   A Ju já tinha pouco leite e não dava para todos.
Resolveu tirar o leite que depois misturava nas mamadeiras.
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Com a mamadeira tornou-se mais fácil descansar pois as avós podiam alimentar as crianças sem incomodar a mãe.   Mas o instinto não falha.   A Ju acordava sempre nessa hora.

Hoje os gémeos completam um ano de vida.

Fizemos a festa na escola.  Afinal aquela é a nossa segunda família e festa de criança só tem sentido para crianças.

Veio a nossa família e todos os alunos da escola e infantário.  Não quisemos presentes.  Pedimos material escolar pois na escola havia sempre meninos com falta dele.

Os nossos pais adoraram a escola e pontificaram-se a fazer uma doação para construir um parque infantil, visto que o que havia era improvisado e os equipamentos não tinham muita segurança.

Todos estavam encantados com os gémeos e a nossa Constança.

Para terminar bem o dia,  chegados a casa tínhamos à nossa espera uma carta.

Era do Rogério e do António.   Estavam muito felizes no Rio de Janeiro,  na casa que o pai do Rodolffo lhes deu em troca da nossa e iam adoptar duas crianças. 

Mandaram as fotos delas e eram a coisa mais linda.
Uma menina com 3 anos, moreninha  e de cabelos cacheados e um menino também moreninho de 4 anos, de olhos azuis.

Ju olhava as fotos e a carta e chorava.

Nós estávamos felizes, nossos pais e nossos amigos também, então todas as lágrimas eram lágrimas de felicidade.

E cá em casa havia muita.

Fim

LágrimaOnde histórias criam vida. Descubra agora