O Natal foi bem animado na casa de George. Por ainda serem uma família pequena convidaram o pessoal que trabalha com eles para a ceia. Ao todo eram 25 pessoas à mesa.
Naquela época e terminada a ceia era comum ir à missa do galo. Então as famílias reuniam-se no adro da igreja onde era acendida a maior fogueira possível.
Ali juntavam-se os nobres e o povo para depois assistir à eucarística.
Rogério como prometido havia ceado na casa da sua noiva e acompanhou-a à igreja. Era mais uma hipótese dela se escapulir para ver Rodolffo.
R - Ju! Como vamos aguentar 6 anos nesta mentira? Não era melhor eu falar com o teu pai?
J - Amor, porquê a dúvida agora. Não tínhamos já tudo programado?
Achas que o meu pai te aceitava agora?R - Deixa. Não vamos perder tempo com isso. Vem cá que eu quero um beijo de Boas Festas.
J - Rodolffo! Toma o teu presente. Comprei ontem.
Rodolffo recebeu um lindo relógio de marca.
R - Que lindo meu amor. E para contar as horas que faltam para voltar a estar contigo. Obrigado.
No escurinho da igreja abraçaram-se e beijaram-se. Ouviram um assobio que era o sinal do Rogério para aparecerem.
Felizmente para Rogério o noivado dele com a Ju não foi tornado público senão estaria em maus lençóis.
No final da missa do galo os mais velhos iam para suas casas degustar os doces tradicionais mas os mais novos permaneciam no adro da igreja à volta da fogueira assando castanhas, chouriços e tomando vinho.
Juliette quis ficar e seu pai olhou para Rogério.
Rg - Ficamos um pouco tio. Já, já vamos embora.
Seu pai concordou e seguiu para casa.
Artur de Magalhães esteve à conversa com George de Amorim sobre negócios. Combinaram encontrar-se para conversarem melhor.
Aparentemente parecia que se dariam bem, mas, Artur de Magalhães não conseguia compreender como um nobre como George tinha casado com uma serviçal e adoptado o filho.No adro da igreja a festa seguia animada.
Rogério deixou Juliette com Rodolffo e foi até à casa paroquial conversar com o padre António.
Os dois desenhavam os vários cenários para fazer o pai de Ju aceitar o Rodolffo. O padre António sabia de toda a trama muito por conta das confissões.
Juliette sentia-se tão feliz nessa noite que ao chegar a casa e já no silêncio do seu quarto tomou a decisão de confrontar o pai.
Nessa noite mal dormiu tamanha era a ansiedade. Acordou bem cedo e depois de tomar o pequeno almoço decidiu procurar o pai.
Encontrou-o no escritório já mergulhado em papéis.
J - Pai. Preciso de falar consigo.
A - O que precisas?
J - Nada. Só que me ouça até ao fim.
Sabe que este noivado nunca foi de minha vontade e nem tão pouco do meu primo. Aceitámos porque noivar com um desconhecido para mim seria uma tortura.
Nem eu nem o Rogério estamos felizes com a situação porque gostamos de outras pessoas.
Eu sei que é normal os pais casarem as filhas por conveniência mas, pai, pensa na minha felicidade. Deixe-me escolher o marido e vou ser-lhe grata pelo resto da vida.
Artur olhava para a filha e pensava de onde vinha tamanha ousadia.
Como ousava Juliette afrontar o pai desta maneira?
Onde arranjou ela coragem para tanto. Só podiam ser ideias de alguém que se queria aproveitar.A - Juliette! Como ousas afrontar-me assim? Não vou desfazer o noivado. E porque dizes que Rogério não está satisfeito. A mim parece-me bem o contrário.
E já agora quem são essas outras pessoas que vocês dizem gostar.J - Do Rogério não sei mas de mim conhece bem e eu gosto dele desde criança.
A - Não digas mais nada. Jamais consentirei isso. Com o pobretanas do Rodolffo nunca!
J - Mas pai! Ele tem carácter que é melhor que dinheiro. E fique sabendo que eu não fugi com ele porque ele não quis manchar a minha reputação. Além disso se é só o que lhe interessa ele agora tem um pai que por sinal é mais rico que você.
Prefiro viver com ele num casebre do que com outro rodeada de luxo. Fique sabendo que vai ser responsável pela minha infelicidade e pela do Rogério também.
A - Sai daqui. Onde já se viu tamanha afronta. Estás proibida de sair de casa.
Quero falar com o Rogério imediatamente!
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Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...