Capítulo 12

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George com a sua influência e dinheiro conseguiu que o padre realizasse o casamento antes do Natal.
Hoje 22 de Dezembro ficou resolvida a parte civil e ainda o averbamento do seu apelido na certidão de nascimento de Rodolffo.  Oficialmente, agora tinha o nome de Rodolffo Abrantes de Amorim.

A cerimónia religiosa foi marcada para amanhã.   Seria realizada após a missa da manhã e contaria apenas com os noivos, Rodolffo,  Juliette e Rogério.   Não haveria convidados e a festa far-se-ia em qualquer altura.

George queria casar antes do Natal para ter a sua família com ele nesta data.

Rogério tinha voltado de viagem e foi posto ao corrente das novidades acerca do pai de Rodolffo.

Rg - Parece que o universo conspira a nosso favor.  Talvez nem precisemos de esperar os 6 anos.   Vamos ter que ser astutos.

Mafalda despediu-se do trabalho.  Agradeceu a Verónica por todos os anos a seu lado e toda a ajuda que lhe deu.

V - Espero continuar a ver-te.  Agora numa outra condição.  Sempre que puderes vem tomar chá comigo.

M - Virei sim.  E ver a menina Ju.  Vou ter saudades.

Artur de Magalhães tomou conhecimento de tudo e após saber quem era George, recordou que outrora tinha tido negócios com o velho Amorim.

Mandou por isso um convite para que após as festas viesse almoçar a sua casa.  Lógico que o convite se estendia à nova família.
A princípio ainda pensou mandar só para George, afinal, o resto da família tinham servido na casa, mas teve receio de ser considerado grosso.

Dia 23 de Dezembro.   Todos assistiram à missa.  Juliette estava radiante e elegantemente vestida.
Sua mãe ofereceu a Mafalda um vestido de gala apropriado para o evento.
Rodolffo estava elegante num terno que apesar de não ser novo era muito bonito.
George era o noivo mais feliz. Usava um terno de alfaiataria condizente com o status.
Rogério estava hilariante.  Camisa branca com folhos no peito e mangas e terno xadrez.

O padre fechou a igreja, deixando a cerimónia mais íntima e deu início.

Mafalda estava de lágrimas nos olhos.  Rodolffo também.

Juliette ao seu lado deu-lhe a mão e afagou-lhe o cabelo.

J - Um dia seremos nós dois ali.

R - Não vejo a hora, disse beijando a sua mão.

O casamento terminou e todos estavam comovidos.

Rodolffo aproveitou a ocasião e pediu ao padre para abençoar e benzer o fio de ouro que tinha comprado para Ju.

Chamou-a à parte e disse:
Vou dar-te o teu presente de Natal já.

Depois posso não ter oportunidade.  Não é o que eu queria mas foi o que pude comprar.  Sei que mereces mais mas um dia eu compenso.

J -Amor!  Eu adorei.  É tão delicado.  Põe no meu pescoço.  Nunca mais o tiro.  Dei-lhe um beijo, ajoelhámos em frente ao altar de Nossa Senhora da Conceição e orando fizemos os nossos pedidos.

Mais afastados, George,  Mafalda e Rogério,  viam a cena e sorriam.

Rg - Porque o dinheiro faz tanto mal?

G - Não é o dinheiro e sim o carácter das pessoas.

Seguiram os 5 para a mansão de George onde teriam um simples almoço de comemoração.   O pai da Juliette autorizou a sua ida já que o seu primo estava junto.

Mafalda estava encantada com a casa, já Rodolffo só quis saber do jardim para estar com Juliette.

Tinham que aproveitar pois a seguir ao final de ano, Rodolffo regressava ao Porto.

George e Rogério trocavam ideias sobre o compromisso deste com Juliette e a melhor maneira de se livrar dele.

Rogério comunicou a George de que pretendia ir para a Brasil assim que se resolvesse este impasse.

Rg - Convenhamos que 6 anos é muito tempo mas foi o plano que me pareceu melhor na altura.

G - Mas agora a situação do Rodolffo mudou.  Será que o pai da Ju não o aceitaria?

Rg - É provável.   Mas ele e o meu pai são fixados no património da família e não o querem dispersar.  Por isso acordaram  o nosso casamento.

G - Se vai para o Brasil, porquê,  construir casa?

Rg - Ia oferecê-la à Ju e ao Rodolffo mas agora não sei se consigo terminá-la.

G - Se não conseguir,  eu termino por si.  E no Brasil já tem onde ficar?

Rg - Não.   Vamos à aventura.

G - Se for para o Rio de Janeiro eu resolvo a questão da casa.  Mais lá para a frente falamos.
Agora,  vamos lá chamar toda a gente para almoçar que saco vazio não fica em pé.

LágrimaOnde histórias criam vida. Descubra agora