O ano lectivo havia iniciado. Rodolffo precisava de viajar para o Porto onde frequentaria as aulas na faculdade de medicina.
Marcou encontro com Juliette no local habitual.
R - Amanhã estou de partida meu amor. Vai ser muito difícil estar longe de ti mas preciso concluir os meus estudos. Talvez assim o teu pai me aceite.
J - E se não aceitar? E se entretanto me obrigar a casar com outro? Juliette não contou que já estava prometida ao primo. Confiava nele para arranjar uma solução.
R - Isso nunca vai acontecer ou eu fujo contigo. Promete que vais esperar por mim.
J - Eu prometo. Escreve-me todas as semanas. Manda as cartas para a tua mãe. Eu prometo escrever também.
R - Escrevo sim. Volto nas férias de Natal. São 3 meses que se Deus quiser hão-de passar rápido.
Ficaram o resto do dia no cantinho deles tentando reter o máximo de carinho um do outro. Ainda não se tinham separado e já morriam de saudades.
Rogério pensava e pensava em como ajudar Juliette e se livrar de um casamento indesejado.
Para seu pai ele era um tolinho mas de tolinho não tinha nada.Rogério era formado em arquitectura mas preferia a vida boa. O dinheiro de seu pai sustentava os vícios.
À parte da fortuna do pai ele possuía a sua. Vivia à custa do pai sem necessidade mas tudo tinha propósito.
Ele tinha um segredo e sabia que quando fosse revelado corria o risco de ser deserdado, então a sua fortuna o salvaria.Naquela manhã tomou a decisão de conversar com o pai.
R - Meu pai! Eu aceito o destino de me casar com a minha prima Juliette, porém, tenho duas exigências a fazer.
P - Que exigências? Não venha com desculpas.
R - Não são desculpas.
A primeira delas é que eu quero sustentar a minha esposa, então preciso de arranjar emprego e ter minha casa.A segunda é que isso pode demorar tempo, então eu dou um prazo a mim próprio de 5 ou 6 anos. No final desse tempo eu me casarei.
P - 6 anos? O meu irmão não vai aceitar, mas, eu acho muito nobre quereres sustentar a tua casa. Acho que estou disposto a aceitar.
R - Vou amanhã mesmo falar com o meu tio e minha noiva.
A conversa com o tio Artur não correu tão bem como eu esperava. Ele não estava disposto a esperar 6 anos. Juliette deveria casar já, mas os meus argumentos foram mais fortes. Um pouco contrariado cedeu.
Chamámos Juliette para lhe comunicar e eu já fui piscando olho escondido do tio.
Ao ouvir a proposta, Juliette sorriu para mim e eu logo soube que ela tinha gostado.
J - O que for decidido eu aceito. Não tenho outra hipótese mesmo. A minha palavra não ia alterar nada.
Pedi permissão ao meu tio para passear com a Ju no jardim.
R - Gostaste?
J - Adorei. Como conseguiste convencê-los?
R - Com a minha lábia. Para eles sou um tolo, mas, tolos são eles.
Daqui a 6 anos atinges a maioridade e já podes casar com quem quiseres. Não precisas de autorização de ninguém e eu nessa altura vou embora viver a minha vida com o meu amor.J - Não sabia que namoravas! Temos que falar disso para não haver mal entendidos.
R - Não te preocupes. Já lhe contei tudo. Venho aqui conversar contigo de vez em quando para manter a farsa, está bem?
J - Sim. Eu gosto de conversar contigo e temos muito que falar.
R - Mas, afinal quem é o teu namorado? Eu conheço?
J - O filho da nossa empregada Mafalda. Conheço-o desde sempre. Estudou comigo e agora foi para o Porto cursar medicina.
R - E o teu pai não o aceita por ser pobre.
J - Ele não sabe de nós mas eu conheço o meu pai. Para ele só um nobre me serve.
Então estamos combinados. Juntos havemos de contornar a situação e fazer os nossos pais saberem que nós também queremos ter opinião.
É necessário mudar mentalidades e já vai longe o tempo de reis e plebe.
As pessoas deveriam ser classificadas por carácter e não por bens materiais e títulos.
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Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...