A gravidez da Ju decorre tranquila. Nossas famílias ficaram doidas com a vinda de um neto. A mãe da Ju queria que ela fosse lá para casa até a criança nascer.
A Ju recusou. Então apenas concordou com a vinda da Maria cá para casa. Maria era uma jovem que foi substituir a minha mãe na casa da Ju. É conhecida da minha mãe e pessoa de confiança.
A Ju teimava em fazer a vida normal.
Acordava cedo, ia à padaria buscar pão fresco e bolos. Depois de café saía com a Maria para o mercado.Por conta da gravidez a Ju suspendeu as idas diárias à associação. Tentava ajudar de outra forma.
Nas suas idas à padaria logo cedo por várias vezes encontrou a Cátia que sempre tentava destabilizá-la com provocações.
C - Olha quem é ela, a buchuda. Se isso é para segurar o marido não resulta. Logo ele cai na minha lábia.
Não sei o que aquele Deus viu em ti, meio metro de gente.Eu sou muito mais mulher para ele. Linda, elegante e da capital não desta parvónia.
J - Uma parvónia mas vieste para cá. Será que não vieste fugida? Deves ter o rabo preso para estares aqui sem gostares.
Ainda bem que o meu sogro não te arranjou trabalho. Bem o avisei de que não prestavas e não me enganei.C - Eu sabia que tinha dedo teu no assunto pois o emprego estava garantido e de um momento para o outro deixou de estar disponível.
J - Vai para Lisboa. Lá deve ter muitos homens solteiros à espera de piranhas como tu.
C - Quem sabe levo o teu.
Paguei o meu pão e virei-lhe as costas.
Aquilo já estava a incomodar-me demasiado. Se não estivesse grávida por certo já lhe teria partido os dentes.
Não tinha contado nada ao Rodolffo sobre estes encontros mas hoje resolvi contar.
Ele disse que depois daquele primeiro dia ela apareceu outra vez no hospital e que ele foi bem explícito. Não iria mais tomar café ou outra coisa com ela, então que parasse de ir lá.
R - Por isso ela agora resolveu perseguir-te. Não quero que saias só mesmo à padaria que é perto. Leva sempre a Maria.
Não sabemos o que a doida é capaz de fazer.J - Esta bem. Só porque não quero que aconteça nada ao meu bébé. Noutra altura eu tratava-lhe da beleza.
R - Eu sei que sim.
Maria a partir de agora sempre que Juliette sair sais com ela, ok?M - Sim doutor. Eu já tinha comentado com ela mas ela não quis.
R - Mas agora quer.
Um mês depois a dona da padaria disse-me que Cátia tinha fugido para o Porto. Foi apanhada a roubar alimentos e roupas.
Também a senhoria andava atrás dela pois tinha 2 meses de renda em atraso.Senti-me aliviada mas ao mesmo tempo com pena. A moça não conseguiu emprego e por isso não tinha meios de se sustentar mas a senhora da padaria disse que corria o boato de que fez o mesmo em Lisboa e noutros sítios onde passou.
Estava no final do nono mês de gravidez. A barrigona pesava e tornavasse desconfortável para certas tarefas. Eu vivia entre o sofá e a cama.
Rodolffo foi trabalhar mas preocupado pois eu não tinha passado bem a noite. Não tinha dores nem contrações mas um ligeiro desconforto.
O turno dele começava às 8 da manhã e terminava às 17 horas.À hora de almoço ligou para casa. Estava tudo igual.
R - Ju se sentires dor vem para o hospital.
Naquela altura havia poucos transportes.
Um amigo nosso com um táxi estava de sobreaviso. Se a Ju lhe ligasse ele iria logo buscá-la para o hospital.Eu cheguei pelas 18 horas e Ju estava deitada no sofá.
Maria disse que ela passou bem, só não quis comer muito. Comeu uma sopa ao almoço e um chá com torrada ao lanche.
Rodolffo examinou a esposa e estava tudo normal. Agora com ele em casa ela estava mais descansada.
Jantaram os dois e Juliette também não comeu grande coisa. Um pouco de sopa e fruta.
Antes de dormir Rodolffo trouxe um chá com bolachas.
Eram 5 horas da manhã e Rodolffo acordou com a Ju a gemer ao seu lado.
R - Que foi amor!
J - Acho que chegou a hora. Ajudas-me a tomar banho?
R - Vamos. Já tens contrações?
J - Uma ou outra de longe a longe.
Ju tomou banho, vestiu-se e pegou na mala de maternidade.
Rodolffo ajudou-a a descer as escadas. A esta altura ele já tinha adquirido um automóvel pois tornava-se necessário.Chegaram rápido ao hospital. Rodolffo preencheu a papelada para o internamento da Ju e seguiram para a maternidade.
- Boa sorte e com saúde doutor. Ouvia-se à passagem deles.
R - Obrigado.
Ju esteve em trabalho de parto durante 4 longas horas. Hoje Rodolffo estava de folga por isso não saiu do pé dela.
A Constança nasceu perfeitinha tal como o pai havia desejado. A sua princesa.
Rodolffo estava à cabeceira da cama fazendo carinho na Ju quando trouxeram a menina para mamar.
R - E tão linda amor. A boca é igual à tua, o cabelo igual ao meu.
J - Vem à mamã minha princesa. A mamã tem leitinho para ti.
Juliette levantou a cabeça, Rodolffo deu-lhe um beijo e ficaram admirando Constança que sugava no peito com vontade.
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Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...