Juliette questionou o seu primo sobre o facto de seu pai de repente ter perdido uma fortuna. A princípio Rogério não pretendia contar. Rodeou o assunto mas Juliette era muito astuta e perspicaz.
Insistiu e acabou por convencer o primo a contar.Rogério explicou todo o plano armado.
Eles não poderiam prever que o último negócio de Artur desse errado. Desse eles não eram culpados.Juliette estava abismada com tamanha canalhice. Era certo que seu pai era arrogante e menosprezava os pobres e de classe inferior, mas, o que fizeram com ele, ela não gostou.
J - Rogério! Rodolffo sabia disto?
Rg - Sabia mas sempre foi contra.
J - Não interessa. Quem cala consente. Por tudo isso meu pai vive agora deprimido e sem vontade alguma.
Condeno muito a conduta dele mas o que fizeram foi uma canalhice.Rg - Juliette! O teu pai terá a devolução total dos bens agora retirados. Deixa ele entender que não é por ter um património enorme que se pode achar superior.
J - Eu entendi o propósito, mas, é meu pai. Por muito que eu esteja em desacordo com ele não gosto de o ver sofrer.
Diz ao Rodolffo que preciso de o ver.Juliette jamais compactuaria com o plano. Estava magoada com todos mas principalmente com Rodolffo.
Ele não concordou com o plano mas não lhe contou. Ela pensava que não tinham segredos, mas, afinal há.
Entrou em casa e como nos últimos dias encontrou o pai sentado no jardim. Era hora de almoço e ele ainda estava de robe.
Aquele ar imponente de pessoa poderosa tinha desaparecido.Ela chegou perto dele e ele nem percebeu.
J - Pai! Ainda de robe? Onde está o homem de outrora elegantemente vestido?
A - Já não existe minha filha. Desapareceu, só ficou este farrapo.
J - Não diga isso, meu pai. Tem que reagir. Os dias bons hão-de regressar.
A - Para mim está tudo acabado. Agora só quero que tu fiques bem e arranjes um homem para casar que te dê o que eu já não tenho.
Não vou interferir mais nos teus sonhos. Vive a tua vida e sê feliz.J - Seremos todos felizes. O dinheiro vai e vem. Ainda o quero ver aqui neste jardim a brincar com os seus netos. Seremos uma família unida com muito ou pouco dinheiro.
Abracei o meu pai. Há muito não tínhamos tanta intimidade devido à sua postura austera. A falta de poder deu-lhe humanidade. Nisso foi positivo mas ainda assim eu estava furiosa.
No dia seguinte Juliette foi ao encontro de Rodolffo nos jardins do Castelo. Não queria que ninguém escutasse a conversa que iam ter.
Escolheram um local afastado onde ninguém os perturbaria.
R - Amor! Fiquei preocupado quando Rogério me disse que querias ver-me urgente.
Há algum problema?
Eu estava a programar hoje ir conversar com o teu pai. De homem para homem.J - Primeiro responde só a isto. Sabias da tramóia que o teu pai e Rogério estavam a armar contra o meu?
R - Sabia. Mas desde o primeiro minuto fui contra.
J - E onde ficou a confiança um no outro para me contares. Tens noção do que isso fez ao meu pai? Ele é um homem acabado. Nada o motiva. Foi muita crueldade e sem necessidade.
R - Eles julgaram que assim o teu pai me aceitaria mais facilmente.
J - Fizeram tudo nas nossas costas. Faltaram-nos ao respeito e tu concordaste. Ao não me dizeres nem fazeres nada concordas com tudo.
R - Não concordei. Tu é que estás a dizer.
J - Estou. E estou muito mas muito magoada. Não precisas de te incomodares a ir falar com o meu pai.
A nossa relação termina hoje. Onde não existe confiança dificilmente existirá amor.R - Não faças isso, Ju. Eu Amo-te. Vamos conversar. Vamos resolver.
J - Eu também te amo, mas, de momento não consigo estar nesta relação.
Juliette deixou o Rodolffo sózinho e foi embora com o Rogério.R - Juuuuu!!! Chamou Rodolffo mas ela seguiu sem olhar para trás.
Rg - Tens a certeza do que estás a fazer?
J - Certeza eu não tenho, mas, neste momento é o que quero.
Depois desse dia não mais se viram. Rodolffo enviava recados por Rogério para conversar mas Juliette não respondia.
Terminaram as férias e cada um seguiu para a sua cidade.
Rodolffo proibiu o pai de fazer mais alguma coisa a favor do namoro dos dois. Já interferira o bastante, era a sua opinião.Mais um ano se passou. Apesar de voltarem para a mesma cidade, Rodolffo e Juliette não se falavam. Encontravam-se ocasionalmente ora na igreja ora em qualquer saída mas só rolava uns olhares entre eles.
Os dois sofriam mas eram demasiado orgulhosos para sentar e conversar.O pai da Ju tornou-se menos dominador e permitia que ela saísse quando quisesse mesmo sózinha. Estava muito mais confortável com a sua condição.
Ele nunca culpou o pai do Rodolffo por lhe tirar parte da fortuna. Afinal ele é que fez péssimo negócio. Nunca soube da tramóia. Nem a Ju nem Rogério, nunca contaram.
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Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...