No dia seguinte Rogério apareceu em casa da Ju e o seu pai convidou-o para o almoço. Fazia tudo parte do plano para sair com ela.
R - Meu tio! Dá-me permissão para levar à Ju até ao castelo? Preciso se inspeccionar um terreno nas redondezas para construir a minha casa.
A Ju já me disse gostar muito daquele sítio. Se ela gostar da localização eu compro e logo darei início à construção.A - Mas fica um pouco distante daqui. Tem bons lotes por aqui mais perto.
R - Mas, meu tio! Ela gosta daquele lugar e de passear no castelo. Eu quero fazer uma coisa de acordo com os gostos dela.
A - Onde já se viu. Mulher ter opinião. Podem ir sim.
Rogério eu posso comprar o terreno para ti.R - Não tio. Conforme eu disse, quero poder dar conforto à minha prima mas com o meu dinheiro. Mas lá mais à frente se eu precisar para terminar a casa eu peço ajuda. O meu pai também já ofereceu.
Segui com a Ju para o castelo. Ela parecia muito nervosa.
J - Não sei como vai reagir. Será que vai entender?
R - Calma Ju. Ele vai entender. Nós vamos ser sinceros.
Chegámos ao castelo e Rodolffo andava de um lado para o outro de mãos nos bolsos. Àquela hora não havia lá mais ninguém. Era muito frequentado mas ao final da tarde.
Dei-lhe um beijo e sentei-me num banco de pedra. Ele sentou-se a meu lado e Rogério foi ver o tal terreno. Ele queria mesmo comprar.
Pedi ao Rodolffo que me ouvisse até ao fim sem me interromper.
Às primeiras palavras ele já bufava e gesticulava.
J - Rodolffo! Se não te acalmares eu não consigo contar tudo.
R - Desculpa. Continua.
Contei sobre o pedido no jantar, sobre o combinado com o Rogério, sobre a confissão ao padre. Contei que a mãe dele sabia há pouco tempo e não disse nada porque eu pedi que queria contar primeiro.
No final suspirei por ter conseguido falar tudo.
R - Ju! Eu estou com tanta raiva. A minha vontade era ir agora falar ao teu pai e contar de nós. Não devias ter-me escondido tanto tempo. Promete-mos contar tudo um ao outro.
J - Mas eu não queria atrapalhar os teus estudos. E tive a sorte do Rogério ser boa pessoa e me entender. Ele também namora escondido. Ainda não me disse com quem.
R - Mas se for necessário eu fujo contigo. Vamos embora, eu arranjo emprego e havemos de sobreviver.
J - Amor! Tem paciência. Enquanto está farsa durar, tu formas-te e eu atinjo a maioridade. Depois nada nos impede de ficar juntos.
Rogério vinha-se aproximando.
Rg - A Ju já explicou tudo? Eu já consegui adiar o casamento até construir a casa. Se for preciso ela não tem fim, mas os 6 anos de prazo devem ser suficientes pelo menos para a Ju atingir a maioridade.
R - Não sei. Parece-me um pouco bizarro. E se o teu pai inventar outro pretendente?
Rg - Não arranja. Tanto o meu tio como o meu pai estão muito preocupados em manter o património deles na família.
Saímos dali os três. Resolvemos trazer o Rodolffo na charrete. Vinha com a cara fechada e calado.
Rg - Rodolffo! Conversa com o padre António. Ele é um bom conselheiro e sabe do teu namoro escondido com a Ju.
R - Vou sim. Amanhã mesmo. Não queres ir comigo Ju?
J - Vou à missa das 9 horas. Encontro-te lá. A essa hora a minha mãe e a tua vão ao mercado. Preciso de convencê-las a deixarem-me na igreja. Fala com a tua mãe para distrair a minha.
Rogério deixou o Rodolffo e entrou comigo.
Rg - Meu tio! Quase acertei o negócio. Ficou só um pequeno pormenor para resolver mas em princípio até ao final da semana compro o terreno.
A Juliette gostou muito da localização.A - Ainda bem. Eu quero que esse casamento saia logo. Não quero morrer sem ver os meus netos.
Juliette permanecia calada e pediu permissão para se retirar.
Rogério despediu-se e saiu também.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lágrima
Fanfiction《Cheia de penas cheia de penas me deito e com mais penas com mais penas me levanto No meu peito já me ficou no meu peito esse jeito o jeito de te querer tanto ..... Se eu soubesse se eu soubesse que morre...