Capítulo 35

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~~~ 5 anos depois ~~~

Nos primeiros dois anos, Juliette optou por ficar em casa a tempo  inteiro com a filha.  Não queria levá-la para o infantário tão pequenina.

Ao terceiro ano a escola programada para acontecer na associação ficou pronta.  O padre Duarte convidou Ju para ser uma das professoras.

Depois de muito ponderar resolveu aceitar.  Há 3 anos que ela leccionava as classes das crianças que estavam a começar.

Constança passou a ir todos os dias com a mãe.   Ficava na sala dos 3 anos e depois passou para a de 4 e 5.

Era uma criança muito sociável.  As educadoras eram super protectoras com todos.
Uma vez ou outra ia para a sala da mãe mas nesse dia tornava-se impossível para a Ju dar aula.  Aproveitava sempre esses dias para aula da bagunça.   Cada um faria o que quisesse mas com responsabilidade.

Uns pintavam, outros cantavam e havia os bailarinos.   Depois havia os que batiam palmas por acharem que não sabiam fazer mais nada.

Constança estava no grupo dos cantores.  Como os seus pais estavam sempre a cantar em casa, ela desenvolveu o gosto pela música.   E já tocava muito bem flauta.

Rodolffo subiu a director geral do hospital.  Ainda fazia a especialização em cirurgia por isso uma vez por outra tinha que se deslocar ao Porto.

Juliette ficava preocupada com estas viagens por conta de saber que a lambisgoia da Cátia tinha fugido para lá.  Nessas alturas rolavam algumas pequenas discussões por causa de ciúmes, no entanto,  Rodolffo diz que nunca a encontrou lá.  O Porto era uma cidade grande e Rodolffo não ia lá a passeio.

Os dia resumiam-se a hotel e hospital.

Hoje Juliette tinha pedido dispensa das aulas da parte da manhã.   Uma colega assumiria a classe nesse período.  Deixou Constança no infantário e saiu com Rodolffo em direcção ao hospital.   Ia fazer uns exames de rotina.

Explicou à sua ginecologista que a sua menstruação estava atrasada mas que desde que teve Constança isso vinha acontecendo.

A médica mandou colher sangue para analisar e enquanto Juliette fazia os outros exames ginecológicos
chegaram os resultados.

Juliette estava grávida de novo e de 3 meses.
Já havia notado que alguma roupa começava a ficar apertada mas como ultimamente andava com mais apetite nem questionou.

J - Dra. pode chamar aqui o meu marido.

A doutora logo chamou Rodolffo pelo interfone do hospital.

Enquanto conversava com Juliette sobre a outra gravidez não deu nem 10 minutos e chegou um Rodolffo ofegante.

R - Qual é o problema com a Ju, colega?

Dra - Nenhum.  Quer dizer, acho que nenhum.  Sente-se homem que ainda me desmaia com falta de ar.

Juliette sorria com este afobamento de Rodolffo.

J - Imagine se fosse ele, doutora!

R - Vocês duas querem dizer-me o que se passa ou vão ficar a mangar comigo?

Juliette segurou-lhe nas mãos e soltou de uma vez.

J - Parabéns.   Vamos ser papás de novo.

Rodolffo começou a chorar e a médica olhava para os dois.

Dra - Nunca vi um casal assim.

R - Desculpe colega mas eu tenho que beijar esta mulher.   Obrigada amor.  Sou novamente o homem mais feliz do mundo.
Deu um beijo na barriga da Ju.

- Venham com saúde meus filhos.

J - Ó gente! Filhos?

R - Sim 2 meninos.  Lembras que eu acertei da Constança?  Agora eu digo que são 2 meninos.

( naquela época ainda não se faziam ultrassons.  Era preciso esperar o nascimento)

Dra. - Vamos aguardar.  O que vier que venha com saúde.  De resto,  Juliette está tudo bem.  Cuide da alimentação e ande bastante.

J - Obrigada doutora.

Rodolffo agradeceu à colega e saiu com Juliette.

R - Amor, queres almoçar comigo aqui?  Depois levo-te a casa.  Tenho 2 horas de intervalo.

J - Então vamos almoçar num restaurante.  Tem um bom lá perto de casa.  Chega de hospital por hoje.

Rodolffo disse que sim, mudou de farda e saiu com Juliette para o restaurante.

R - Queria era ficar o resto do dia contigo mas não posso.

J - Eu também queria mas, também tenho que dar aulas no período da tarde.   Só pedi dispensa da manhã.

R - Estou tão feliz amor.  Já viste, três filhotinhos?

J - É sério que vais continuar a dizer que são dois?  Eu nem dou conta de mais um, imagina dois.

R - Eu e as avós ajudamos.

J - Se forem dois fechou a fábrica.   Três filhos está bom demais.

R - Por mim não mas tu é que decides.  Afinal a pior parte é tua.  A mim nem a fazer me custa.

J - Rodolffo!  Estás em público.

Juliette olhou ao redor.  Felizmente ainda não havia muita gente no restaurante.

Terminaram a refeição e agora está explicado o apetite da Ju.  Ela comeu o almoço dela e ainda veio provar o meu.  Eu não quis sobremesa e ela comeu as duas.

R - Ju tens que controlar o apetite. Não deves abusar principalmente nos doces.

J - Sim.  Em casa eu como fruta mas aqui  eu não resisti.

R - Estás perdoada só por hoje.
Como achas que a Constança vai reagir?

J - Temos que ter cuidado.  De certeza que vai ter ciúmes.

R - Deixa para contar quando estivermos os dois.

J - Está bem.  Vamos agora que está na hora.  Deixas-me em casa que quero tomar um banho antes de ir para a escola.

Rodolffo olhou para o relógio.   Ainda tinha 45 minutos até regressar ao hospital.  Olhou para  ju e sorriu.

R - Vamos.  Vou acompanhar-te no banho.
Psiuuu!! Sem reclamação.




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