Capítulo XLIII - Monalisa

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Aquele pesadelo tinha finalmente acabado, nós tínhamos conseguido. Eu, bebê, Ava, Luke, todos estávamos bem e em segurança e isso era tudo o que eu podia querer.
— É melhor preparar vocês duas, porque a casa vai estar lotada já que todos vieram dar um apoio e ficar unidos enquanto esperavam notícias. — Luke avisou quando o tal de Alex estacionava o carro na frente da nossa casa. — Mas se quiserem posso mandar todo mundo embora.
Eu olhei para Ava ao meu lado e segurei a mão dela, esperando uma resposta. Ela ainda estava abalada com o fato de ver todos aqueles corpos e a mãe sendo baleada.
Kevin tinha acertado quando disse que Karen sobreviveria, a bala tinha atravessado e não acertou nenhum órgão como ele tinha afirmado, mas ela continuaria internada por alguns dias.
— Vamos nessa. — foi a resposta dela abrindo um pequeno sorriso. Mas bastou um grito vindo da porta de casa para iluminar o rosto dela.
— Ava! — eu olhei para a entrada a tempo de ver a garota correndo até nós com os cabelos loiros esvoaçantes.
Era Mia, reconheci no mesmo instante das chamadas de vídeo. Ava não perdeu tempo e abriu a outra porta, dando a volta no carro e correndo para abraçar a irmã.
Luke e eu descemos com calma pela outra porta, assim como Kevin e paramos encarando as duas matando a saudade. Sabíamos bem quanto elas sentiam a falta uma da outra, mesmo que se falassem sempre, ficar longe uma sendo inseparáveis era difícil.
— Lisa! — foi Nona quem gritou e quando desviei meu olhar das duas fui agarrada por Brian.
— Não pode me deixar sozinho, sabe que me prometeu isso! — foi a primeira coisa que ele falou e aquilo me desmontou de uma forma que eu não esperava.
— Brian... — murmurei já sentindo minhas lágrimas rolarem por meu rosto e os braços dele me apertarem ainda mais.
Eu tinha ficado tão focada no que estava acontecendo no momento que não tive tempo de pensar em como ele ficaria se algo pior tivesse acontecido comigo, Brian só tinha a mim e a Nona.
Aquele era mais um motivo para comemorarmos essa noite, meu irmão não tinha se tornado um órfão, ele ainda tinha a irmã maluca em sua vida. Ele plantou um beijo no topo da minha cabeça e se afastou.
— Que bom que a trouxe de volta, ou eu teria que infernizar sua vida.
— Eu disse que iria cuidar da nossa garota. — foi o que Luke respondeu a ele antes de baterem os punhos.
— Agora vamos entrar, eu preciso desesperadamente de um banho e comer!
— Com toda certeza comer! — Ava gritou se juntando a nós.
Agarrei Mia, dando um abraço nela mesmo que fosse nosso primeiro encontro, eu estava fedendo e tinham outras pessoas para falar, como Nona, falamos muito rápido antes de entrarmos e darmos de cara com o restante da família maluca.
Os amigos de Luke do casamento estavam ali, Ale e Magie com a bebê, Sophie e o marido acompanhados dos gêmeos, Stella foi quem correu na nossa direção, agarrando Ava e eu ao mesmo tempo, pelo rosto dela dava para dizer que tinha estado chorando por muito tempo.
Quando braços menores se enroscaram em volta das minhas pernas eu soube que era o pequeno Nik, a família realmente estava toda ali.
— Ok, ok pessoal, todos querem conversar e ver como elas estão, mas elas precisam de um banho e comer agora! — Luke exclamou dispersando a multidão da nossa volta antes de me empurrar escada a cima.
Eu tinha que agradecer por ele ter me tirado de lá o mais rápido possível. Fui direto para o banheiro em nosso quarto e deixei que ele me ajudasse a tirar aquelas roupas sujas, que com toda certeza eu queimaria, antes de me levar para debaixo do chuveiro.
— Toma banho comigo. — pedi segurando o braço dele, quando o mesmo se afastou. — Só preciso sentir seus braços em volta de mim.
Ele não pensou duas vezes, levou as mãos ao jeans arrancando apressadamente assim como a camisa, me dando a visão de seu corpo que eu tanto amava.
Luke entrou no chuveiro junto comigo me envolvendo com seus braços fortes de baixo da água, me apertando contra seu peito. Eu tinha dito a verdade, naquele momento tudo o que eu precisava era aquele conforto e segurança que só ele me passava.
Depois dele me ajudar a tomar banho e trocar de roupa, saímos de lá direto para a cozinha, que para minha surpresa já estava a todo vapor. Não sei se tinham cozinhado tudo aquilo depois que chegamos ali, ou se simplesmente pediram toda aquela comida, o que importava é que tinham feito um grande banquete e o cheiro estava ótimo.
Nos reunimos todos ali aquela noite, conversando, comendo e agradecendo pela família e amigos.
— Ok Kevin, agora é o momento em que você nos conta como um engenheiro virou um assassino do governo? — Ava fez a pergunta que todos estavam esperando.
O homem era reservado e coberto de tatuagens, tinha um senso de humor e tanto, isso eu não podia negar. Porém, quanto mais eu o conhecia mais certeza eu tinha de que ele escondia algo.
— Eu nunca cheguei a terminar a faculdade, na verdade. — ele abriu a boca e concentrou o olhar no irmão. — Eles me recrutaram no fim do meu primeiro ano em uma das lutas clandestinas onde eu me metia, era um treinamento secreto para atiradores de elite, algo que manteria minha cabeça longe de problemas, então não pensei muito antes de aceitar. Desculpe irmão.
Luke se remexeu ao meu lado e eu levei minha mão para trás buscando a dele, mesmo que não tivesse dito nada todos perceberam o quanto aquilo o incomodou, afinal ele tinha orgulho em dizer que Kevin tinha sido o primeiro dos Taylor’s a ir para a faculdade, descobrir que, na verdade, o irmão era um assassino e que o enganou todos esses anos com certeza o desapontou.
— Então você é um atirador de elite e não um engenheiro chique? — Mia disse em tom de brincadeira tentando aliviar o clima e acabar com o silêncio incomodo que se formou. — Que feio, achei que você era o mais inteligente de nós todos.
— Mas se ele está feliz é o que importa. — Luke finalmente falou surpreendendo a todos nós e eu apertei sua mão. — Se te faz bem e você gosta ninguém aqui tem nada que falar sobre isso.
Saber que ele dizia aquilo para que Kevin ficasse mais tranquilo e para que ele não se isolasse novamente, mesmo que Luke estivesse desapontado ele se importava coma felicidade dos irmãos e isso me fazia amá-lo ainda mais.
— Obrigado. Mas acho que está na hora de tirar umas férias e ficar mais com a família, aproveitar meu sobrinho ou sobrinha e ensinar umas coisas para essas meninas aqui. — ele disse apontando com a cabeça para Mia e Ava que conversavam baixinho no sofá.
— Não diga a palavra sobrinha perto de Luke, só de imaginar que pode ser uma menina os cabelos dele ficam em pé. — Luke mordiscou meu ombro, mas eu não estava mentindo.
— Ele vai ter que lidar com isso, preciso de uma companhia aqui, porque Patrick não conta tem uma menina, mas ganhou um olheiro de quebra então não vale. — Alejandro resmungou balançando a filha nos braços.
— Nós bem que podíamos ter gêmeos, não é Lisa? — ele começou a deslizar a outra mão em volta da minha barriga e eu afastei rapidamente.
— Nem pensar! Um bebê por vez já é suficiente! — todos explodiram em uma gargalhada, enquanto Luke e Nona eram os únicos que estavam resmungando, até que ele puxou minhas costas contra seu peito, me abraçando e beijando meu ombro.
— Então se prepare para ficar grávida muitas vezes, pois pretendo ter muitos filhos com você!
As palavras dele, sussurradas contra meu pescoço me arrepiaram dos pés a cabeça, me enchendo de ideias pecaminosas.
Não demorou para que Cris anunciasse que iria embora, ele deu um sorriso pequeno que deixava evidente toda a tristeza em seus olhos, não tinha ideia do que estava acontecendo com ele, mas não me parecia ser fácil.
Depois deles todos começaram a ir um por um, até sobrar apenas eu e Lisa. Até mesmo Ava e Mia se foram com a desculpa de dormir na casa de Stella, mas ficou claro que eles só queriam nos deixar a sós.
— Parece que estamos finalmente sozinhos. — falei com uma voz manhosa quando Luke trancou a porta da frente e se virou para mim.
— Estamos sim. — ele murmurou esquadrinhando meu corpo, como se eu não estivesse usando calças de moletom e uma regata sem graça.
— O que acha de me levar para o quarto e me mostrar como queria ter me acordado essa manhã?
Ele abriu um sorriso ainda mais largo com as minhas palavras e me alcançou em duas passadas largas. Luke se sentou na mesa de centro bem a minha frente e pegou meu pé em suas mãos, já colocando a pressão para a massagem certa, me arrancando um gemido de alívio.
— Você está cansada amor, tem que descansar. Então o que acha de uma longa massagem e uma boa noite de sono? — encarei os olhos dele, vendo o desejo nítido ali, mesmo assim ele estava mantendo a pose.
— Preciso mesmo de uma longa massagem. — murmurei agarrando a mão dele e levando ao centro das minhas pernas, vendo os olhos dele brilharam em excitação. — Exatamente aqui.
— Minha garota safada está sedenta hoje, não é?
— O que eu posso fazer quando meu paciente me seduz?
Luke agarrou meu rosto e me puxou tomando meus lábios em um beijo cheio de fome, fazendo todo o desejo que eu sentia transbordar.

Seduzindo O Paciente - Retirada 14/12Onde histórias criam vida. Descubra agora