Eu odiava a minha mãe, odiava por tudo o que ela tinha me feito passar, mas em especial por todo o sofrimento que ela causou e continuava a causar na nossa família.
Ava precisava de uma mãe, assim como todos os outros, deveriam ter sido criados por uma boa mulher, que lhe desse amor e carinho, que se importasse com eles. Stella e eu fizemos o melhor que podíamos por eles, mas nós sabíamos que não era o suficiente.
Eu era cinco anos mais velho que Stella e dela para Kevin eram apenas três de diferença, Mia, Ava e Nik eram os que tinham a maior distancia de idade, mas ainda sim não facilitava sempre, especialmente para adolescentes tendo que obedecer aos irmãos.
Depois que almoçamos na lanchonete favorita dela, fomos direto para casa. Ava adorava comer naquele lugar desde pequena, nem mesmo isso foi capaz de levantar o animo dela sobre a nova escola.
E ela fez questão de deixar isso bem claro batendo todas as portas, desde o carro até o quarto no andar de cima, não se esquecendo de pisar duro em cada um dos degraus.
— Ainda bem que as portas não são de vidro. — Monalisa falou atrás de mim dando risada enquanto levava a mala da Ava para dentro.
— Deus me ajude. Porque minha paciência não é mais tão grande assim.
— Para com isso, você foi ótimo na lanchonete, manteve a calma, conversou com ela sem alterar a voz e o melhor de tudo, a fez baixar o tom e se acalmar para te ouvir. — Lisa arrastou a mala até as escadas e parou na minha frente. — Sabe como é difícil um adolescente irritado parar e escutar um adulto por alguns minutos?
Eu olhei ela ali na minha frente, ainda sem saber o motivo dela estar enfiada na minha casa, já que eu não estava contando com voltar a andar, mais em dois dias Monalisa já tinha descoberto mais sobre mim do que muita gente que conheço há anos. Como em tão pouco tempo ela se metido em tanto?
Ela não só tinha me ajudado a esquecer toda a merda que a Jane trouxe a tona essa manhã, como também estava fazendo meu corpo reagir como não pensei que nunca mais faria.
— Tomara que ela continue assim e não faça mais nenhuma besteira.
— Não contaria com isso se fosse você, Ava está com muita raiva para simplesmente deixar de lado, ainda mais longe da irmã, já que são muito apegadas. — ela disse, mostrando o quanto era atenciosa aos detalhes de tudo o que estava acontecendo a sua volta.
— Seria bom levar ela pra quebrar algumas coisas que não fossem as portas dessa casa. — falei e ela sorriu concordando se aproximando um pouco mais.
— Concordo, vou levar ela um dia desses para ficarmos mais chegadas, porque você sabe, nós adolescentes rebeldes temos que nos unir. — ela se curvou apoiando as mãos nos braços da cadeira de rodas e deixando seu rosto perigosamente perto do meu. — Tem certeza que não quer que eu troque de quarto com ela? Ava pode ficar aqui em baixo, no quarto ao lado do seu e eu fico no andar de cima.
— Tenho sim, a última coisa que ela vai querer é ficar perto de mim quando chegar da escola cheia de ódio, minha irmã vai preferir ficar longe onde vai poder me xingar a vontade.
Monalisa deu uma risada que fez sua respiração bater contra a minha, meus olhos foram atraídos diretamente para os lábios carnudos e a lembrança do beijo de mais cedo invadiu minha mente.
Com um único beijo ela tinha sido capaz de me deixar duro como pedra, um beijo naquela boca fez isso, me fazia pensar o que aconteceria se fossemos além. Uma vontade insana de beijá-la me tomou, eu queria sentir o gosto dela novamente, ter seu corpo apertado contra o meu e ouvir os gemidos dela.
Ela deve ter percebido a minha intensão só de ver meu olhar, pois ergueu a mão levando até a gola da minha camiseta, deslizando os dedos pelo contorno, mas sem tocar minha pele, apenas me provocando, brincando com a gola.
— Você tem certeza que é só por causa disso? O que aconteceu na noite passada e hoje no Rage Room não tem nada haver com isso?
Lisa era ousada e eu tinha que dar créditos a ela por isso, adorava uma mulher cheia de atitude como ela e se a situação fosse outra já teríamos ido pra cama, com toda certeza. Mas ela era minha enfermeira, mesmo que contra minha vontade, se eu fosse pra cama com ela tudo iria se complicar e as coisas comigo nunca acabam bem.
— Poderia ter, mas eu não acho que nós dois envolvidos seja uma boa coisa. — ela franziu as sobrancelhas, confusa com o que eu disse, mas não se afastou ou tirou a mão de mim. — Não sou o cara certo pra se relacionar.
— E você sabe disso como? Muitos relacionamentos fracassados? Porque eu sim, tive tantos que achei melhor para de tentar. — Lisa me confidenciou e dessa vez se sentou no me colo, jogando o braço em volta do meu pescoço e ficando ainda mais perto de mim. — Sabe há quanto tempo eu não me envolvo com nenhum cara? Estava bem apenas com meus brinquedos, até conhecer você.
— Sabia que é a terceira vez que você senta no meu colo assim? — murmurei sorrindo da naturalidade dela em tudo o que fazia ali, mesmo me conhecendo há pouco tempo. — Então está me dizendo que a culpa é minha? Eu sou o motivo de você estar ficando molhada enquanto pensa em mim, até não aguentar mais e ir se masturbar? — perguntei entrando no jogo de provocação dela, porque ter Lisa sentada no meu colo, me contando que faz muito tempo desde a última vez em que ela esteve com um homem, fez meu sangue ferver nas veias com puro desejo.
— Estou dizendo que nós dois sentimos a mesma atração e poderíamos usar isso de uma forma bem interessante.
— De que forma? — envolvi a cintura dela com o braço apertando-a contra mim, querendo tê-la mais perto.
— O que acha de recompensas? Cada vez que você evoluir no seu tratamento nós dois fazemos algo para comemorar. Eu vou estar fazendo meu trabalho e logo você vai voltar a andar, nós dois ganhamos com isso. — ela falou cheia de convicção e eu fique me pensando há quanto tempo ela vinha pensando nisso. — O que me diz?
Isso podia dar certo? Eu sabia que estava louco para testar se minha força e habilidades tinham voltado de verdade, ela tinha me mostrado que eu estava errado quanto a minha recuperação e eu queria descobrir se isso ia além de uma ereção. Mas ia funcionar de verdade nós dois nos envolvendo daquela forma e ainda sim conseguir cumprir nossos papéis ali? Ou era o maior erro que podíamos cometer?
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Seduzindo O Paciente - Retirada 14/12
RomanceMonalisa sempre batalhou por tudo na vida, desde que perdeu os seus pais bem cedo ela cuida do irmão com a ajuda da Nona e faz de tudo para não lhe faltar nada. É por isso que ela aceita sem pensar o novo trabalho, mas não esperava que seria enferme...