Capítulo VII - Monalisa

2.1K 202 11
                                    

Eu acordei cedo e fui preparar o café da manhã antes que Luke acordasse, eu queria ter um tempo para preparar uma boa refeição e ficar ali esperando ele aparecer, assim não teria como fugir de mim no momento em que me visse.

Precisávamos dar inicio a rotina dele, Luke já tinha feito muitas coisas que não deveria, se esforçando além do esperado em tão pouco tempo, a evolução dele era incrível, mas não queríamos que ele acabasse se machucando enquanto se esforçava.

Ainda tinha o fato de que a irmã mais nova dele ia chegar hoje e ele ia ter mais coisas para ocupar a própria cabeça.

— Precisamos sair para o hospital, meu amigo está prestes a pedir a mulher da vida dele em casamento e eu preciso estar lá. — Luke entrou na cozinha falando isso.

Ele nem ao menos me olhou, destruindo totalmente a minha ideia da nossa manhã.

— Bom dia pra você também! Nós vamos, mas antes você vai tomar um café reforçado...

— Não tenho tempo pra isso! Vamos embora agora. — ele nem ao menos me olhou já indo em direção a saída.

Mas eu corri passando dele e tirando a chave da porta, o impedindo de ir a qualquer lugar. Além de obrigá-lo a me olhar já que eu estava bem a sua frente.

— O que você não tem tempo é para ficar doente! — afirmei colocando a chave dentro do meu sutiã antes de apoiar as mãos na minha cintura. Luke ergueu as sobrancelhas, incrédulo com o que eu estava fazendo. — Agora nós vamos tomar um café reforçado e então podemos ir até o hospital ver seu amigo.

Eu esperava que ele fosse retrucar, ou que fosse ao menos comentar sobre minha atitude, mas tudo o que ele fez foi bufar e virar a cadeira na direção da cozinha. Evitando qualquer conversa, discussão ou comentário engraçadinho sobre o que eu fiz.

Tudo bem, se ele queria fingir que não me ouviu gemer e gritar o nome dele durante a noite eu também podia fingir. Mas ia ser bem melhor provocá-lo com isso.

— Vamos rápido com isso. No fim da tarde vou precisar buscar minha irmã na rodoviária.

— Tudo bem, desde que você coma o bastante. — falei dando ênfase no "coma" só para ver a reação dele, mas não teve nenhuma. Pelo jeito eu não ia ganhar a atenção dele assim. — E então porque não me conta mais sobre esses seus amigos?

Ele serviu a xícara com café e leite, mas deixando de lado o açúcar, então pegou um pouco de ovos, torradas e começou a comer.
Eu já estava começando a achar que ele me deixaria no escuro, que não iria falar absolutamente nada, até que ele ergueu os olhos dando a última mastigada antes de engolir e começar a falar.

— Eu e Alejandro somos amigos a muitos anos, trabalhamos juntos na oficina dele. Magie entrou nas nossas vidas de forma inusitada, mas se tornou uma grande amiga. — ele disse abrindo um sorriso, com os olhos longe, como se estivesse perdido.

Ok, aquilo era algo bem resumido, mas eu podia trabalhar com isso.

— É dá pra ver que você gosta muito deles. E porque eles estão no hospital e ela está desacordada?

— Ele é o meu melhor amigo, é claro que gosto dele, e Magie é... Pode se dizer que é como uma irmã pra mim! — essa foi fácil para falar, mas ele voltou a olhar para o prato comendo e ignorando a minha pergunta.

— Eu entendo se for difícil falar sobre seus amigos pra uma completa desconhecida. Pode me falar da sua irmã se preferir. — ofereci, não querendo acabar com a única conversa civilizada que tínhamos até agora.

— Ava é uma força da natureza, ela sempre foi, é cabeça dura, difícil de se dobrar, mas tem um grande coração e é muito apegada a Mia. — um sorriso mais largo surgiu nos lábios perfeitos e os olhos verdes brilharam com alguma lembrança. — Sempre dizíamos que eram gêmeas por um ano de diferença, pois eram totalmente grudadas e uma completava a outra, como Yin e Yang, uma é um doce e a outra uma maluca.

Seduzindo O Paciente - Retirada 14/12Onde histórias criam vida. Descubra agora