SIMONE
Convenci ela a fazer a macarronada comigo, já não farei sozinha.
Escutei a porta bater.Simone: — Seu irmão? — Olho para ela.
Soraya: — Creio que não — disse baixinho — Mãe? — falou mais alto.
Vejo a porta abrir lentamente, era dona Marta.
Martha: — Ooooi norinha, tudo bem? — sorriu.
Simone: — Tudo bem, dona Martha? — correspondi ao sorriso.
Martha: — Tudo ótimo, mas aqui você come o que eu faço e lava a louça, viu!?
Soraya: — Mãe!
Dei uma risadinha.
Simone: — A louça é minha, dona Martha.
Martha: — Adoro sua namoradinha, filha! uma fofa, vem pra te comer e ainda lava a louça — fechou a porta.
Eu não sabia onde colocar a minha cara naquele momento, queria mesmo era um buraco e morar lá por bons tempos.
Soraya: — Meu Deus.
Simone: — Dona Martha é bem direta… e… sincera.
Soraya: — Está no kit de mães com falta de vergonha na cara. A sua era assim?— começou a rir.
Simone: — É, mas não quero me lembrar dela.
Mamãe ainda tem o dom de infernizar a minha vida, ainda mais que descobriu que Soraya e eu estamos praticamente namorando, só que não oficialmente.
Simone: — Vamos descer? — apoiei minha bochecha em sua clavícula.
Soraya: — Tem certeza que eu tenho que fazer? — faz carinha de cachorrinho abandonado.
Simone: — Sim — Sorriu e dei um beijinho em seu queixo.
Ela fez uma birra, mas logo levantou-se da cama e desceu para a cozinha comigo.
O irmão, aparentemente, não está em casa. Dona Martha saiu e não sabemos quando volta, temos a casa toda para nós duas.Soraya: — Agora assim, não sei cozinhar…
Simone: — Haha! eu te ensino.
Ela foi observando a cozinha e eu fui atrás dela andando em lentos passos, observei a bancada, um fogão de 5 bocas bem bonito…
Simone: — Bom, você vai querer macarronada mesmo?
Soraya: — É… Eu só não sei onde fica tudo aqui…
Ela tentou alcançar os armários de cima, mas só as pontas dos dedos chegavam neles, então me aproximei e os abri.
Soraya: — Obrigada. O que você precisa tanto? — Observou o armário aberto.
Larguei as portas do armário delicadamente e as deitei suavemente nos ombros macios que ela portava, observei a pele levemente bronzeada e deslizei a palma de minhas garras de seu úmero até seu bíceps.
Simone: — Eu preciso…
Não consegui listar os ingredientes, estava hiper focada em seus ombros desnudos graças ao modelo da vestimenta que estavas a usar. Nossa! eu poderia apreciar aquela pele brilhosa a noite toda, todos os dias que eu tivesse de vida.
Soraya: — Simone, você-
Simone: — Desculpa.
Fechei meus olhos e me dei conta que estava na cozinha da casa da minha quase sogra, então me recompus e observei o armário aberto.
Simone: — Eu… — peguei os ingredientes — pronto, acho que é isso. Só preciso de um ovo para fazer a massa e carne moída.
Soraya: — Mamãe sempre compra, deve ter na geladeira — foi à geladeira e verificou — pronto! está descongelada, ainda bem.
Ela retirou um pote de carne, cebola e outras coisas que eu pedi para ela ver se tinha também.
Simone: — Já que você não sabe cozinhar, pode cortar as verduras enquanto eu faço a massa?
Soraya: — O perigo é eu me cortar mas acho que isso não vai ocorrer.
Simone: — Eu te ajudo e você me ajuda, certo?
Soraya: — Está bem — Agarrou minha mão e me manteve perto de seu corpo.
Ela descascou a cebola e eu fui auxiliando, segurei seus lados — os da Soraya — e observei o que estava fazendo para garantir que não iria se cortar.
Simone: — Muito bem, está uma mocinha.
Soraya: — Tô fazendo certo?
Simone: — Você não sabe sequer cortar uma cebola?
Soraya: — Claro que não, eu sempre fui horrível na cozinha.
Simone: — Conte-me mais…
Soraya: — Minha mãe até me ensinou, na verdade, ela ensinava meu irmão e eu a cozinhar, mas eu queimei Stefan…
Simone: — Como assim?
Soraya: — Costumo dizer que foi uma prova de amor. Era leite, estava fervendo, iria cair em cima de mim se ele não tivesse me empurrado antes.
Meu Deus!
Simone: — O que aconteceu com ele?
Soraya: — Ficou com uma queimadura na região do peito, ele teve que fazer duas cirurgias, quase que não escapava. Às vezes até brinco com ele dizendo que devo a minha vida a ele.
Simone: — Desde aquele dia você não quis mais mexer nisso?
Soraya: — Mamãe não me permitiu mais chegar perto do fogão. Nem eu, nem Stefan. Ela ou meu pai faziam nossas comidas para garantir a segurança.
Sem querer, ela passou a faca na superfície do dedo, cortando seu dedo, mas não era fundo.
Soraya: — Puxa vida! — tomou um susto.
Simone: — Ah… Vem, lava aqui — liguei a torneira e ajudei a estancar o sangue.
segurei o corte até parar de sangrar, cerca de um minutinho.
Simone: — Foi fundo?
Soraya: — Não, foi só um susto — sorriu — já parou de sangrar.
Segurei sua mão e olhei seu dedo, estava um corte bem pequeno, foi apenas um susto, mas acho que irei fazer como dona Marta.
Simone: — Está faltando algo…
Soraya: — Finalmente? — sussurrou enquanto sorria.
Encostei minha boca em sua mão, dando um delicado beijo para depositar carinho.
Soraya: — O beijo é gostoso, mas eu queria mais…
Simone: — Mais? — questionei, sorrindo.
Soraya: — É, queria mais que um beijo no dorso da mão.
Escutei aquelas palavras como música pois a sua voz melódica sempre soa como uma linda canção.
Agarrei-a pelas costelas, observei a linda íris castanha que mirava em minha pupila, que suplicava por beijos, por meus toques suaves, por meus sussurros indecentes eu seu ouvido, por todas as cenas que fazíamos entre quatro paredes.Quando me dei conta do que acontecia, iria além de quatro paredes, de duas janelas e de uma única porta. Iria além do quarto onde trocamos carícias, onde despi aquele lindo corpo para satisfazer caprichos meus dos quais também atendia os dela. Eu desprezei peças de um corpo que só eu possuo, que só eu sei como satisfazer, e foi naquela bancada carmim da cozinha.
Foi onde pude apreciar a mulher que tanto amo, que tanto me faz bem e feliz, chamar-me inúmeras vezes, pedir para que eu possa chegar onde ela quer.
A agarro novamente e sinto suas mãos quentes em minhas costas, ela arranha sem piedade a minha derme clara enquanto sussurra em meu lóbulo esquerdo dizendo o quanto a faço mulher, o quanto me ama.
Soraya: — Eu… Ah! Eu preciso de você, amor! — murmurou.
Vejo ela fechar os olhos e envolver as pernas em meu corpo, estava em seu limite.
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Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)
Fanfiction#1 EM "SISI"🥇 #1 EM "SENADO" 🥇 #2 EM "FICGAY" 🥈 De 2007 a 2009, lembranças, amores e momentos dos quais são gravados na mente de Simone prevalecem, uma mulher jovem da qual não supera seu antigo relacionamento as escondidas, tanto que nunca seque...