SORAYA
Martha: — Porque ela faria isso? — Falou, um pouco nervosa.
Soraya: — Ela disse que queria se vingar do passado — deitei minha cabeça no colo de minha mãe.
Martha: — Que mulher louca! e ainda se submete a isso sendo que era como irmã para Carlos — fez carinho em meus fios.
Soraya: — Isso é o que mais me assusta, tanto faz o que ela queira fazer comigo, mas… Ela está se mostrando uma pessoa tão suja…
Martha: — Recomendo que fique distante dela, não queira mais nada.
Soraya: — Pior de tudo é que eu gosto dela, mãe.
Stefan bateu na porta do quarto e chamou mamãe, ela pediu para ele entrar e ele ficou um pouco confuso.
Stefan: — Se vocês continuarem tristes, quem vai se ferrar é o calvo… — Apontou para mim.
Martha: — Ninguém aqui está triste, meu filho.
Stefan: — Ah está, e muito! Carlão, coitado, tá todo xoxinho.
Soraya: — O que ele tem?
Stefan: — Eu não sei muito bem, mas ele tá bem para baixo — se aproximou e estirou a mão para mim.
Soraya: — Tá.. — Coloquei minha mão na dele.
Stefan: — Não, burra! Tô chamando o calvo.
Mamãe e eu começamos a rir e ele conversou com César… Medo.
Stefan: — Tadinho! — Relaxou as sobrancelhas e os lábios, ficando levemente triste.
Soraya: — O que foi?
Stefan: — Cala a boca, mocréia.
Dei de ombros e joguei o meu travesseiro nele.
Stefan colocou César em minhas costas e senti uma espécie de abraço, apenas agradeci.Soraya: — Obrigada.
Martha: — Creio em Deus pai… — Se benzeu.
Stefan: — Isso não é coisa de outro mundo não, dona Martha.
Martha: — Mas tenho medo.
Stefan: — Ele tá bem tristinho por causa da mulher lá.
Soraya: — Simone?
Stefan: — É… Ele tá mais triste ainda por ver você tristinha, mas ficou bem indiferente pela bela consideração que o amor da tua vida teve com ele.
Soraya: — Existe a possibilidade de você escrever o que ele quer dizer?
Stefan: — Vem, calvo.
Ele estendeu a mão novamente e ficou olhando para a mão dele vazia, mas diz ele que César está lá.
“O sentimento de ser apunhalado pelas costas será eterna assim como a dor que minha alma sentiu ao ver tamanha consideração jogada fora.”
Ele digitou isso no telefone e me “devolveu” o César, observei a tela de seu celular e li a mensagem.
Soraya: — Tadinho…
Martha: — Não sei se devo acreditar nisso..
Stefan: — Ele está bem chateado, tristinho mesmo.
Soraya: — Isso afeta em algo neles?
Stefan: — Neles e em você. Se você fica triste, ele também fica.
Soraya: — E agora?
Stefan: — O jeito é tentar conversar com essa cadela aí ou se animar — disse com um pouco de deboche.
Martha: — Stefan!
Stefan: — Ela não teve respeito com meu calvo, por que eu teria com ela?
Soraya: — Achei que você ia falar de mim — sorri.
Stefan: — Claro que não! Carlão é mais importante.
Comecei a rir e mamãe também, fiquei de dengo com ela e com o Stefan até eu pedir para ficar sozinha.
Guardei com muito carinho as cartas que trocamos, mesmo que hoje não faça tanto sentido guardar elas por esse episódio recente e meio sem lógica, eu estava me entregando, ela claramente estava demonstrando amor e, de repente, acaba tudo de novo.O que mais me deixa preocupada é César, tadinho, eu não quero vê-lo tristonho e nem sentir a tristeza dele, mas infelizmente não vou conseguir ficar feliz em tão pouco tempo.
Analisei o envelope vermelho, existia algumas das mais de 60 cartas que trocamos, mas fiz o favor de jogar algumas fora e rasgar… bom…
Você é a coisa mais linda que eu pude enxergar, bendito seja quem me deu esse par de olhos para apreciar o brilho dos seus olhos. Bendito aquele que me deu o dom de sentir seu cheiro doce e gostoso.
Li outra carta, essa era mais antiga.
Soraya, minha deusa, minha paixão. Escrevo neste pedacinho de papel o quanto te quero. Seus fios louros em minha face me deixam calma, me mantém feliz. Seus lábios nos meus me levam ao céu assim como seu corpo.
Todas as cartas possuíam assinatura, mas preferi ignorar essa parte e ler o que me interessava.
Apesar dessa atitude um pouco sem lógica, eu a amo. Entendo que eu a fiz mal, mas não acho justo usar da morte de César para tentar me atingir. Se queria pagar na mesma moeda, usasse outros meios, mas não usufruísse da minha dor.Seus olhos caramelo me fazem lembrar do sorvete que tomei com você naquela sorveteria, ele estava tão gostoso quanto seus beijos.
Dobrei o papel e enxuguei minhas lágrimas.
Peguei meu telefone e abri nossa conversa, ela ainda estava com foto de perfil, aparentemente não me bloqueou.
Ligo para ela.
Provavelmente fui otária o suficiente para fazer isso.Soraya: — Simone?
Fairte: — Quem é?
Soraya: — Ah, poderia me informar se Simone está?
Fairte: — Com quem eu falo?
E agora? Eu não sei quem é essa mulher.
Soraya: — Eu trabalho com ela, preciso conversar sobre um caso.
Fairte: — Qual caso?
Soraya: — Ela sabe qual é.
Ela desligou.
Quem é essa velha mal educada e quem ela acha que é? Eu hein, liguei de novo mesmo.Soraya: — Boa noite, por gentileza, poderia passar o telefone para Simone Nassar Tebet?
Fairte: — Boa noite. Eu gostaria de saber quem é você.
Soraya: — Minha foto de perfil e meu nome aparece para você.
Fairte: — Só o seu número aparece.
Soraya: — Como?
Fairte: — Este número não está adicionado. Passar bem.
Soraya: — Calma! Não desliga-
Ela desligou de novo.
O que eu fiz para ela ter mudado dessa maneira e… tão… rápido?
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Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)
Fanfiction#1 EM "SISI"🥇 #1 EM "SENADO" 🥇 #2 EM "FICGAY" 🥈 De 2007 a 2009, lembranças, amores e momentos dos quais são gravados na mente de Simone prevalecem, uma mulher jovem da qual não supera seu antigo relacionamento as escondidas, tanto que nunca seque...