Capítulo 23

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SORAYA

Estou deitada na cama enquanto acaricio os fios negros da Simone, finalmente ela teve um tempinho disponível e veio passar esse fim de semana comigo.

Simone: — Esse filme? — perguntou enquanto segurava o controle remoto.

Soraya: — Passa.

Ela e eu estamos ficando há bons meses, mas até agora não falamos nada de relacionamento sério. Ah, ela quer assistir isso? ah não.

Soraya: — Esse não, coloca aquele — apontei para a tevê.

Simone: — Horrível! triste! péssimo!

Soraya: — Para! — sorri e baguncei o cabelo dela.

Ela sempre — quando tem tempo — vem passar o fim de semana comigo, fica o sábado e o domingo aqui.

Simone: — Ah, vamos fazer outra coisa, os filmes que tem aqui não agradam nenhuma de nós duas.

Soraya: — O que você estava pensando em fazer depois do filme? — Sorri com malícia.

Ela ajustou a cabeça e olhou nos meus olhos.

Simone: — Como você é pervertida…

Soraya: — Bom, é uma coisa interessante para fazermos — passei minha mão em seu colo, descendo para o meio de seus seios.

Simone: — Aqui não, estamos na casa da sua mãe — sorriu sem graça.

Soraya: — Já fiz tanta coisa nesse quarto que você nem queira imaginar.

Eu não sei se seria interessante contar o que eu já fiz aqui dentro caso ela pergunte, mas já fiz muita coisa, muita mesmo.

Simone: — Às vezes eu tenho medo de você… — ficou pensativa — o que tanto você fez?

Bom, vamos contar as mais leves primeiro.
O óbvio, já peguei pessoas aqui dentro, não digo só ela e o Carlos, digo outras pessoas das quais já tive intimidade.

Soraya: — Você ficaria com raiva?

Simone: — Não! Eu não vejo motivo em ficar chateada pelo que você fez, pelo contrário, eu gosto de saber.

Ela é tão semelhante ao Carlos… ele era exatamente assim.

Soraya: — Já trouxe pessoas aqui.

Simone: — Amigos? — perguntou sorrindo.

Soraya: — Um pouco além.

Simone: — Sua mãe deixava? — ficou surpresa.

Soraya: — Claro que não, eu trazia as escondidas.

Simone: — Soraya! — arregalou os olhos.

Soraya: — Ainda tem mais…

Simone: — Conta.

Soraya: — Já dormi com essas pessoas, fiz o que provavelmente você está imaginando… Aí me aquietei, conheci você, mas não lembro de ter te trazido aqui naquele tempo.

Simone: — Não, você me trouxe agora.

Soraya: — Ah, tá. Enfim, namorei Carlos, fizemos outras coisas aqui também…

Simone: — Meu Deus! Prefiro não fazer nada aqui.

Soraya: — Boba! — Dei um beijinho na bochecha dela.

Simone: — Ainda prefiro o nosso chalé.

Soraya: — Lá me faz lembrar de bons momentos…

Apesar de também me fazer lembrar da nossa discussão e foi o que fez tudo acabar entre nós duas no passado, foi lá que também recomeçamos, que nos amamos e apagamos tudo o que deixava o nosso coração em pedaços, o que fazia a nossa alma implorar pelo amor uma da outra mesmo estando impossibilitadas disso.

Simone: — Qualquer coisa nos mandamos para lá.

Soraya: — Faz três meses…

Simone: — Hum? — Agarrou minha cintura.

Soraya: — O que nós duas somos agora? — toquei sua moleira com a ponta dos meus dedos, coçando com cuidado, sem arranhar.

Simone: — O que você quer ser agora? — Olhou em meus olhos.

Soraya: — Eu quero ser sua.

Simone olhou no fundo dos meus olhos, dilatando minhas pupilas e despertando a doçura em minhas íris.

Simone: — Então você é minha — sorriu delicadamente.

Eu poderia facilmente beijá-la, agarrar aqueles fios escuros e dizer em seu ouvido tantas palavras, as mais belas declarações de amor que um dia ousei em tentar escrever em um pedaço de papel para mandar para ela, eu ainda teria essa coragem, ainda escreveria mil e uma cartas para ela.

Soraya: — Eu te amo — Deslizei as pontas das minhas unhas pelo lado direito de sua face, colocando alguns fios de cabelo atrás de sua orelha e apreciando sua beleza enquanto quase sussurro as palavras — eu sou completamente louca por você, sempre fui.

Ela subiu o corpo, declinando seus seios por cima dos meus, descansando seu corpo sob o meu e colocando seus braços em meus lados, ela segue sua boca em direção a minha mesmo que seus lábios estejam na mesma altura do meu lábio superior.

Simone: — Você sempre foi o meu grande amor, Soraya — ameaça beijar-me, mas afasta. Fechou os olhos lentamente e continuou — você sabe que sempre foi você a mulher da minha vida, que ninguém, além de você, teve a capacidade de ocupar esse lugar em meu coração

Enfim senti sua respiração quente, seus lábios mais próximos, o calor de sua boca em mim. Óh céus! Estava enfim beijando a mulher que tanto ansiava ter, que desejei para enfim beijar-me e finalmente me cedeu a oportunidade, que glória é tê-la em meus braços, sentir sua língua e suas carícias.
Simone é sem dúvidas o meu porto seguro, meu alicerce, a pessoa que me dá paz e que me oferece os melhores momentos da vida.

Ela tira aqueles lábios que pareciam ter sido molhados em mel de minha boca e percorrem, da minha bochecha, até a minha garganta.

Soraya: — Simone, amor — agarro seus fios escuros como se minha atitude fosse cessar suas apelações.

Simone: — Deixe-me aproveitar essa sua pele macia — escuto o estalo de seu beijo em meu pescoço.

Solto um gemido delicado e baixinho, ela escuta e desgruda os lábios carnudos de minha derme.

Simone: — Eu te machuquei? — Olha em meus olhos.

Soraya: — Haha! — Dou uma risadinha — Não, foi automático, desculpa.

Ela volta a beijar-me, com gosto, com amor, com o mais puro amor.
Sinto o seu calor, o seu doce amor.
Enlaço sua língua, acaricio com a ponta da minha.
Viajo no céu da sua boca e conheço sua constelação.

Ao fim do nosso momento, ela me abraça, me da vários beijinhos e volta a deitar sua cabeça em meus peitos e massageio sua cabeça.

Simone: — Topa fazer uma macarronada?

Soraya: — Você faz, né?

Simone: — Nós fazemos, mocinha.

Soraya: — Você.

Simone: — Nós.

Encarei ela.
Ela me olha.
Ok, ela venceu.

Soraya: — Tá boom… Você venceu.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora