Capítulo 18

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SIMONE

     Você é manipulável, sua mãe está conseguindo o que quer graças a sua fraqueza. Ainda dá tempo, mude e peça perdão ao seu grande amor. Você está fazendo tudo isso para satisfazer o ego da sua mãe, não o seu. Você está se machucando e ela está conseguindo o que tanto quer.

Fairte: — Quem escreveu isso?

Simone: — Não tem remetente — observei o papel.

Mamãe pegou a carta da minha mão e começou a rasgar.

Simone: — Mãe!

Fairte: — A pessoa que escreveu isso tem nome e sobrenome, a mesma tem ódio de nós duas — rasgou o papel e jogou os pedaços no chão.

Simone: — Você não tinha esse direito!

Fairte: — Não interessa! sou sua mãe e tenho direito de saber e presenciar tudo.

Arregalei meus olhos, observei mamãe enfurecida e levemente atordoada com este bilhete. Nunca a vi dessa forma.

Simone: — Isso é um bilhete sem sentido, mamãe.

Fairte: — Ligue para aquela mulher e diga que não tolero esse tipo de coisa.

Simone: — De quem a senhora está falando? — Dei os ombros.

Fairte: — Aquela Soraya! com certeza ela está no meio disso tudo.

Simone: — Eu sequer falo mais com ela, minha mãe. Pare com essa loucura!

Fairte: — O número dela ainda está no seu telefone.

Simone: — Provavelmente por que ela liga para mim… — refleti — Ela me liga? pois nunca vi ela me ligar desde… bom… mamãe?

Mamãe me esconde algo?

Fairte: — Não, nunca ligou.

Simone: — E como a senhora sabe que o número dela ainda está em meu telefone? — observei mamãe dos pés à cabeça.

Fairte: — Por já ter ligado outras vezes — falou com a voz levemente trêmula — Fo- Foi isso.

Simone: — Não me esconda, mamãe.

Fairte: — Quem deveria deixar tudo claro aqui é você, Simone. É você que está nesse caso, é você que gosta dela e é você — encostou o dedo indicador em mim — que deveria me escutar e se afastar dessa mulher.

Eu amo Soraya e está sendo difícil atender certos pedidos de mamãe, primeiro o fato desse caso do qual não me chamava atenção, mas é o meu trabalho e não posso negar trabalhar.
Infelizmente eu tenho o desejo de vingança e vou suprir ele.

Fairte: — Me escute, querida! Se vingue dela, dê a dor que ela um dia deu a você quando te negou — segurou meus ombros — seja competente!

Meu telefone vibra, é um número desconhecido.

Fairte: — Quem é?

Pego meu telefone, ignoro a mamãe por alguns minutos e vejo a mensagem: "Me encontre na padaria…, perto da…"

Fairte: — Me diga, quem é!

Simone: — Estou ocupada no momento, mamãe — Coloquei o telefone no bolso e me encaminhei a saída do escritório, mas minha mãe interfere.

Fairte: — Onde você vai?

Simone: — Estou começando a achar que essas cartas fazem sentido.

Fairte: — O que você está insinuando?

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora