Capítulo 30

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SIMONE

Martha: – Ainda na tentativa de aproximar Soraya de sua filha?

Soraya já deixou claro que não deseja se aproximar das meninas por “sentir algo” vindo delas, desde que isso não existe, principalmente por parte de Duda que tanto gosta de Soraya.

Simone: — Ainda, dona Martha. Mas sua filha é cabeça dura!

Martha: — É, mas… o que você acha?

Simone: — Eu acho que a volta das minhas filhas me faria bem. Não só a mim como a Soraya que tanto quer ser mãe.

Martha: — Não pergunto disso, filha. Pergunto… você sabe.

Simone: — Minhas filhas foram educadas com a melhor educação que pude dar. Elas não seriam contra nada, muito menos capaz de tentar destruir alguém.

Martha segurou minha mão e sentou-se ao meu lado na ilha da cozinha.

Martha: — Eu tentarei ajudar você, mas com uma — mostrou o indicador — condição — sorriu levemente.

Levantei minhas sobrancelhas, como se estivesse perguntando qual seria o nosso acordo.

Martha: — Traga as meninas aqui.

Sorri e logo respondi ela.

Simone: — Não se preocupe.

Eu estava de costas para a entrada daquela cozinha de cores neutras, isso me fez saber de onde dois bracinhos brancos com pelinhos louros vieram e fizeram pouso em meus ombros.

Soraya: — Do que falavam? — Me beijou a bochecha.

Seguro uma das mãos brandas e dou um selar no dorso de sua palma. Observo dona Martha e deposito verdades em minhas palavras.

Simone: — Duda e Mafê.

Ela sai um pouco da posição, tira seus braços do meu ombro e apenas deixa suas mãos, entretanto… bom, tensas.

Soraya: — O que tem elas?

Martha: — Soraya, você não pode se opor a nada dessas meninas. Já está ridículo este filminho que você criou de querer, a todo custo, parecer que as garotas tenham culpa de algo ou fazer tê-las um perfil que não existe.

Soraya: — Você não conhece elas, mamãe.

Martha: — Nem mesmo você. — Apontou para Soraya — Elas são filhas de sua namorada, se tornando também algo seu. Não quero forçar um parentesco nível mãe e filhas, mas você se torna madrasta delas e seu dever é ao menos fornecer companhia e um pouco de carinho, nem que seja o mínimo!

Soraya: — Não sou obrigada a gostar delas.

Martha: — Mas elas se esforçam para que você goste! Seja, ao menos, um pouco mais coerente e menos cabeça dura! não te criei com esse tipo de educação que está tendo.

Ela se movimentou e tive a impressão de ter remendado dona Martha quando vi a velha pegar a chinela dos pés e ameaçar jogar na Soraya.
Ela correu para a sala.

Simone: — Não precisa de tanto — sorri — uma hora ela vai entender.

Soraya: — Vocês acham que eu estou errada, mas eu tenho certeza que aquela Eduarda não veio com boas intenções — disse, voltando para a cozinha.

Simone: — Estou me esforçando, assim como as meninas, para que você tenha ao menos um pouco de consideração. Eu não vou forçar você a amar elas, mas quero que as aceite.

Soraya: — Em momento nenhum eu disse que as negariam.

Martha: — Mas você está fazendo isso. E outra, se passou pela sua cabeça, Simone, não sei, mas deveria, de abandonar a Soraya caso ela continue nessa situação. Filhos são mais importantes do que mulheres que querem controlar a mente de seu cônjuge porque não gostam de seus filhos.

Apenas me mantive calada enquanto dona Martha continuava os esporros.
Mandei mensagem no grupo que foi criado recentemente por Duda, onde está eu, ela e Mafê.

Simone: — Estão ocupadas?

Fernanda: — Que palavra forte
Fernanda: — “Ocupadas”
Fernanda: — Me senti menos desprovida de trabalho agora
Fernanda: — Pra não dizer desempregada

Eduarda: — Eu estou com um trabalho para finalizar, mas eu estou com tempo.

Simone: — Venham hoje nesse endereço…

Mandei o endereço e, em menos de 20 minutos, escuto a campainha.

Martha: — Visitas a essa hora?

Simone: — Queria conhecê-las, dona Martha?

Martha: — São as meninas?

A campainha toca novamente e então vamos até a entrada, onde Soraya já estava na porta.

Eduarda: — Mãe! — disse ao olhar para mim.

Martha: — Quem é essa? — sussurra para Simone.

Simone: — Me permita poder apresentar minhas filhotas para você, Martha. Esta é Duda, a mais nova e esta daqui é Mafê.

Martha: — Lindas! elas são parecidíssimas com você, Simone.

Fernanda: — Ela sabe?

Simone: — Sabe.

Fernanda: — Ah, ia enganar a senhora.

Martha riu, mas Soraya continuou séria.

Eduarda: — E você, Soraya. Está bem? — Sorriu para ela.

Soraya: — Estou.

Ela deu as costas e subiu as escadas

Fernanda: — Sua filha? — perguntou de Soraya para Martha.

Martha: — É sim.

Fernanda: — Olha vovó, me perdoe a maneira que vou falar agora, mas a perua da sua filha é muito arrogante-

Simone: — Fernanda!

Martha: — Eu concordo com você, netinha. Infelizmente ela está sendo indiferente por algo que não existe.

Fernanda: — Você é das minhas — apertou a mão de Martha.

Martha: — Venham, eu vou me apresentar enquanto mostro a melhor parte da casa para vocês.

Fernanda: — A cozinha? — Animou-se.

Martha: — Isso mesmo, garota!

Martha foi falando, cozinhando, dando liberdade as meninas e eu fiquei juntinha com a Duda enquanto via a Martha e a Fernanda conversando. Ficamos quietinhas enquanto elas davam uma fofocada.

Martha: — Prove esse — entregou petiscos às meninas.

Duda comeu e adorou, a mesma coisa da Mafê.

Eduarda: — Que delícia!

Martha: — Tem mais na geladeira, depois de almoçar, a gente come — sorriu.

Fernanda: — Dona Martha, a senhora sabe me dizer onde tem mulheres bonitas aqui?

Eduarda: — Fernanda…

Martha: — Sei sim. Eu tenho Quatro filhos, porém só um deles é uma mulher, ainda mais, toda fresca e arrogante. Mas eu tenho sobrinhas-netas que são lindas! e eu tenho certeza que gosta da fruta.

Fernanda: — Me apresente… Eu quero.

Martha: — Tenho Várias — pegou o telefone — qual você quer ver primeiro? tem a Agatha, a Alice, a Maitê e… eu acho que a outra não é, mas você vai gostar dessas.

Ela mostrou fotos para a Maria Fernanda e ela pirou em uma.

Fernanda: — Essa, Essa loira. Quem é essa?

Martha: — Alice? Ah, fez uma boa escolha. Essa daqui é garantido gostar da mesma fruta que você.

Fernanda: — Ela é linda! Mas… é igual a sua filha?

Martha: — Não, essa daqui é semelhante a você, mas é tímida… Você consegue, eu sei que consegue.

Fernanda: — Quantos anos ela tem?

Martha: — Faz 20 no final do ano.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora