SIMONE
Estava observando todo o escritório, adoro as cores, alguns livros também são muito bons.
Carlos: - Desculpa a demora, Simone.
Simone: - Tudo bem, não se preocupe.
Ele estava segurando um envelope vermelho na mão, um pouco tristonho, mas ainda sim tentava não mostrar muito.
Simone: - O que houve?
Carlos: - Não foi nada. Bom, vamos falar sobre o quê agora? - Guardou o envelope em uma das últimas gavetas da mesa de escritório.
Simone: - Tem Henrique. Como vai o caso.
Carlos: - Delicado, mas eu conversei com ele e tudo está bem encaminhado.
Simone: - Isso é bom.
Carlos: - Não tem muita provas que comprove que foi ele, mas ainda sim é um caso bem complicado pela ficha dele.
Simone: - Eu imagino, nunca peguei um caso como esse, tenho receio de acabar dando errado.
Carlos: - Não se preocupe, eu vou cuidar desse processo como um filho - sorriu - Bom, aproveitando que acabou o assunto "Trabalho" - desligou o notebook - como anda a vida, Simone?
Ele cruzou os braços relaxou na cadeira.
Simone: - Minha vida se resume ao trabalho, Carlos - comecei a rir.
Carlos: - Ah tá - confirmou com a cabeça - até parece que você não tem contatos, Simone - começou a rir.
Simone: - Eu já estou na casa dos 40, Carlos, não tenho mais idade para pensar em rolos - sorri.
Carlos: - Que nada, está na flor da idade! Se eu fosse você, estivesse solteiro, fosse bonito desse jeito... Te garanto... Calma...
Simone: - O que houve?
Carlos: - Tenho medo de falar algo e a onça sapecar a mão em mim depois.
Demos risadas e refleti um pouco no que ele disse, talvez seja o momento de me desapegar do passado e investir em alguém, mas ao mesmo tempo, não consigo concordar.
Eu tenho esperanças de um dia ter o meu amor de volta, eu ter em meus braços a pessoa que mais amei, a que, mesmo deixando meu coração em pedaços, ainda gosto, ainda amo.
Carlos: - Mas estou falando sério, Simone. Você ainda é jovem, bonita, cheia de viço... Namore mesmo e, quem sabe você não consegui um amor.
Simone: - Você parece um irmão falando assim, sabia?
Carlos: - Ora, mas eu te considero uma irmã, irmãos são para isso mesmo - sorriu.
Eu sorri como uma forma de agradecer pela consideração que ele tem por mim. Carlos é uma pessoa incrível, um homem que eu adoraria que fosse meu irmão de verdade.
Ele sempre me ajudou, desde o tempo de faculdade, nunca largou minha mão.Carlos: - Eu tenho uma pergunta que há muito tempo eu tenho curiosidade em te fazer...
Simone: - Faça.
Carlos: - Tive receio em parece um pouco invasivo, mas eu sempre tive curiosidade, desculpa-
Simone: - Pergunte, Carlos. Você não é meu irmão? - sorri.
Ele sorriu de volta, olhou nos meus olhos e disse as palavras que queria.
Carlos: - Por quê você tem esse desinteresse em ter alguém com você?
Essa pergunta de novo...
Simone: - Não é desinteresse, mas ao mesmo tempo é. Eu tenho algum problemas dos quais nunca te contei...
Carlos: - Se não quiser dizer, não tem problema.
Eu nunca revelei isso para ninguém e não vai ser agora que vou abrir meu coração machucado.
Simone: - Eu já amei alguém, Carlos, tenha certeza que já tive alguém, mas a mesma pessoa me magoou muito.
Carlos: - Não precisa continuar.
Simone: - Desculpa... - Olhei para as minhas mãos - Eu- Eu preciso ir, desculpa - Levantei-me da cadeira e saí do escritório.
Carlos: - Simone!
Ignorei, apenas saí sem dar muita satisfação, mas-
Soraya: - O que aconteceu?
Olhei seus olhos marrons seriamente, observei os detalhes de seu rosto, sua boca, seus olhos, e saí, não dei satisfação. Apenas abri a porta do meu carro e dirigi até minha casa.
Passei alguns minutos dentro do carro, estava segurando minhas emoções, minhas lembranças... Que inferno! Eu só queria esquecer tudo, viver livre, poder apreciar as coisas boas da vida como antes vivia.
Maldita seja a paixão pela qual me envolvi no passado, maldito seja o tempo que depositei, a confiança e o amor que ainda vive em mim.
Saio do carro, tranco as portas e entro em meu elevador, clico no botão do meu andar e espero chegar em meu apartamento para derramar as mesmas lágrimas de tristeza, as mesmas que sempre derramo ao lembrar de todos os nossos momentos.
Vou até o escritório, pego o mesmo baú empoeirado e vejo mais cartas, as desprezo.
Fecho a baú, o deixo em cima da mesa marrom, volto a pensar em todos os nossos momentos.Infeliz seja todas as noite que dormi ao lado do amor da minha vida, todas as vezes que demonstrei afeto, todas elas.
Lembro-me de uma das noites de amor, no mesmo quarto frio e escuro. Lembro-me dos beijos, do seu toque macio, de suas lamúrias em meu ouvido. De todas as declarações, do nosso amor escondido.
Malditas lembranças, malditas sejam todas elas, maldito seja o amor.
Meu telefone vibra.
Eu enxugo minhas lágrimas e excluo temporariamente minhas lembranças.
As boas lembranças que fazem da minha vida um inferno.Rodrigo: - Você está bem?
Simone: - Estou.
Simone: - O que houve?Rodrigo: - Nada, só queria saber mesmo
Rodrigo: - Desde aquela conversa vc n falou mais comigo, fiquei com medoSimone: - Rodrigo, me encontre próxima semana no mesmo lugar
Simone: - Eu preciso contar tudo.Desligo meu telefone e observo novamente o pequeno baú que estava em minha mesa, o abro e sorteio uma das cartas que estava dentro do baú.
Data: 17/5/2007
Local: Brasília/DF
De: Caio Alencar
Para: Simone Nassar TebetImpossível esquecer você, Simone. Permita-me tê-la novamente, deixe-me beijá-la como da última vez. Me encontre no mesmo lugar de sempre.
Com carinho, Caio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)
Fanfic#1 EM "SISI"🥇 #1 EM "SENADO" 🥇 #2 EM "FICGAY" 🥈 De 2007 a 2009, lembranças, amores e momentos dos quais são gravados na mente de Simone prevalecem, uma mulher jovem da qual não supera seu antigo relacionamento as escondidas, tanto que nunca seque...