Capítulo 25

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SORAYA

Lá estava eu, sentada na cadeira de escritório da casa observando um quadro da família enquanto minha garrafa de água esquenta em cima da mesa de madeira. Até que não estou tão cheia de trabalho essa semana, mas adoraria não ter nada para fazer.

Simone propôs passar o fim de semana com ela, mas hoje ainda é início de sexta feira, então não dei resposta seguras sobre essa proposta tentadora, mas creio que vai dar certo.

Simone: — Você dormiu bem?
Simone: — Creio que esteja ocupada, então não precisa responder agora.

Observei pelas notificações, mas eu visualizei as mensagens.
Respondi as mensagens em áudio.

Soraya: — Oi, bom dia! Eu dormi bem, obrigada por perguntar. Eu não estou muito ocupada, então se quiser falar algo, pode falar — enviei o áudio.

É incrível como eu fico toda boba quando recebo mensagem dela ou quando estou perto da Simone, nossa, isso parece mágica! meu humor muda de uma maneira…

Stefan: — A loira está calma hoje?

Ontem, esse ser chamado Stefan fez o favor de derrubar minha xícara de café em cima dos papéis que eu estava organizando. Grrrr!

Soraya: — Saia daqui — falei em um tom sério e frio, sem olhar para ele.

Stefan: — Caaaalma! — levantou os palmos e sorriu — não precisa ser agressiva! — Adentrou e sentou-se na poltrona — tenho que conversar com dona Simone sobre esse seu estresse, hein!?

Soraya: — O que a Simone tem haver com isso?

Stefan: — Ela vai ter que aliviar isso aí, se é que me entende… — começou a rir.

Soraya: — Sai logo daqui, Stefan, por favor-

Andreas: — Trabalhe com Stefan, Soraya — disse papai adentrando ao escritório — ficarei orientando vocês.

Soraya: — Pai, me perdoe, mas isso não dá certo.

Andreas: — Borboletinha, vai ter que dar.

Papai me chama de tudo, Soraya, Yaya, amor, vida… mas o que expressa mais carinho, na minha concepção, é borboletinha.

Soraya: — Ao menos poderei sair para almoçar-

Andreas: — Não se preocupe — se aproximou — depois eu te levo para onde você quiser ir, tá bom?

Papai é o único que não aceita muito bem o fato de que eu fico com mulheres também. Na verdade, eu nunca contei isso para ele e também não sei se ele "sabe" que eu estou ficando com a mulher… bom…

Ele sabe do meu passado, sabe o que ocorreu, sabe o que aconteceu recentemente depois da morte do César. Ele sabe de tudo, mas aí é que está a questão; ele não fala sobre.

Soraya: — Eu posso ir sozinha, não se preocupe.

Andreas: — Se o fato de que você está namorando uma mulher te preocupa… bom, você sabe — sorriu — eu não me importo.

Ah, ok…
O papai está estranho.
A pessoa mais homofóbica do mundo é ele? não, mas tenho minhas dúvidas

Andreas: — Na verdade, quero que traga ela em um dia que eu esteja em casa.

AGORA EU TENHO CERTEZA QUE O PAI TA ESTRANHO.

Soraya: — Eu estou ouvindo isso mesmo? — falei murmurando.

Andreas: — Está — disse saindo do escritório.

Como é possível este velho escutar no volume baixo? porque papai, além de velho e broxa, é surdo.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora