Capítulo 13

1.1K 121 96
                                    

SORAYA

Decidi procurar um centro espírita para saber o porque me sinto tão observada e descobri que é o meu protetor. No fim das contas, César se tornou o meu espírito protetor e não me causa mal algum, mas descobri que ele consegue se comunicar comigo, porém eu não tenho o dom de escutar o que ele fala, só de sentir ele.

Ele sempre fica comigo.
Alguns protetores tendem a ser animais ou pessoas, o meu antigo era uma mariposa, mas ela se foi no mesmo dia que César deu seu último suspiro.

Apesar de eu não escutar, ele pode dizer o que quer para uma pessoa que tenha a capacidade de ver e escutar.
"Pô, Soraya, Saulo sempre foi Simone?"

O rapaz me disse isso e falou que ele começou a rir muito desde quando descobriu. Ele também soube que eu o traí, mas a reação dele foi uma que eu não imaginava.
"Ah, são detalhes, eu te perdôo. Agora vá viver sua vida com o Saulão."

Eu não sei se devo acreditar nisso pois eu nunca acreditei e também não tinha conhecimento disso tudo, mas pelo fato de tudo parecer muito o César, eu dou um voto de confiança.

Desde essa "consulta" eu sinto ele me vigiar pela noite, durante o dia eu sei que ele está comigo, mas não me sinto observada, talvez seja porque eu vejo Simone quase todos os dias, estamos mais próximas, tentando mudar o que ocorreu no passado.

Bom, ele também brinca comigo, o rapaz falou que eles podem brincar com a cara da gente e isso é normal.
Não ironicamente, depois da ida até o centro espírita, eu perdi as chaves do meu carro dentro de casa, eu deixei em cima da minha cama e simplesmente sumiu. Comecei a ter uma leve discussão com César e, quando fui ao banheiro e voltei, as chaves estavam no mesmo lugar.

Isso me assusta um pouco, mas fico tranquila em saber que não é coisa da minha cabeça e nem obsessores.
O rapaz também falou que ele fica mais distante quando estou com Simone, eles podem parar de nos proteger por um tempo e depois voltar, depende muito das emoções deles e do momento, então quando estou com ela, ele sai um pouco para tentar deixar nós duas "Sozinhas".

Martha: — Filha?

Soraya: — Entra, mãe!

Estava no escritório da casa dela, organizando alguns papéis da empresa de papai.

Martha: — Ainda nesse quebra cabeça?

Soraya: — Stefan acabou com essa empresa, mamãe! Olhe isso! — Mostrei os papéis.

Martha: — Eu não entendo nada disso — sorriu — O que ele fez?

Soraya: — Eu não sei! ele simplesmente…A administração foi péssima, gastamos mais do que lucramos.

Martha: — E aí?

Soraya: — A sorte é que estamos conseguindo manter, mas como que ele gastou isso tudo?

Martha: — Seu irmão é louco da cabeça, minha filha.

Soraya: — Claramente! — Arregalei meus olhos e olhei os papéis.

Meu telefone acende, mostra a minha foto com César na tela e notificações, uma do Instagram e a outra do whatsapp, mas ignoro e tento solucionar o problema que meu irmão meteu a empresa do meu pai.

Martha: — Bom, como vai ser muita dor de cabeça nesse escritório, eu estou saindo para deixar você mais calma, tá?

Soraya: — Pode ficar, mãe, você não atrapalha — Sentei-me na cadeira.

Martha: — Atrapalho sim, não sei como ajudar nisso. Bom, está precisando de algo?

Soraya: — Se não for incomodo, pode trazer minha garrafa de água? Eu esqueci de trazer — sorri.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora