Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)

Capítulo 9

SORAYA

Está nos braços da pessoa que me preenche é como um sonho, não quero acordar dele.
César só volta à tarde, então poderei aproveitar essa manhã ao lado da mulher que tanto amei no passado, que me fez feliz e que ainda toma conta do meu coração.

Ela estava acordada, acariciava meus fios de cabelo enquanto eu estava com a cabeça em seu peito coberto pelo fino lençol da cama. Ela estava no whatsapp, conversava com uma mulher que eu acho que é a mãe dela pois estava salvo como "Mamãe" junto a um emoji de coração.

Apenas subo minha mão e alcanço o lado de seu rosto, pressiono minha boca contra sua bochecha e sou um sorriso de lábios. Ela desliga o telefone e olha para mim e sorri.

Soraya: — Você dormiu bem?

Ela confirma com a cabeça, sinto que estava incomodada com algo.

Soraya: — O que houve?

Simone: — Soraya… Eu me deitei com você… Sinto que não deveria ter aceitado isso.

Soraya: — O que aconteceu? — Acariciei o lado direito de seu rosto.

Simone: — Você é casada com o homem que me trata como irmã além de… bom, sinto que você está me usando assim como fez-

Soraya: — Simone — segurei sua cabeça — Eu te amo! — falei quase aos sussurros — O que falta entre César e eu, eu encontro em você! Eu me sinto completa com você, Simone.

Simone: — Não deveríamos ter tido essa noite-

Soraya: — Você está sentindo uma culpa que não existe. Eu me arrependo muito por um dia ter sido covarde o suficiente por te ignorar, por tentar esquecer algo tão bom que tivemos, por ter terminado algo que nunca era para ter tido um ponto final.

Ela me olhou, séria, mas com um toque de doçura em seu olhar.

Soraya: — Ainda existe amor, Simone. Eu amo você!

Ela me abraçou, beijou o topo da minha cabeça e respirou fundo.

Simone: — Eu sempre te amei, Soraya. Mas não posso entregar confiança.

Sinto seu corpo descolar do meu e se erguer da cama. Vejo suas costas desnudas, seu corpo ereto e seus braços indo em direção a vestimenta jogada no chão.

Simone: — Vista-se — disse seguindo a uma porta de madeira de frente a cama.

Sinto uma onda de arrependimento tomar conta do meu corpo, traí o homem que tanto me ama com a mulher que um dia depositei carinho, mas que terminei tudo de uma maneira suja. Levantei-me da cama com César na cabeça, nas palavras que ele disse quando falei de "Saulo" e da minha infidelidade.

"Isso te fez adquirir responsabilidade afetiva", mas fui suja a ponto de trair o mesmo homem que me disse essas palavras, que me abraçou ao escutar o ato de infidelidade que tive com o grande amor da minha vida.

Visto meu vestido e minha peça íntima, pego meu telefone e envio uma mensagem para ela.

Soraya: — Eu te amo, Simone. Eu sempre te amei.

Envio a mensagem e saio do chalé. Fecho a porta, entre no meu carro e vejo mensagens de César.

Carlos: — Bom dia, amor.
Carlos: — Como dormiu?
Carlos: — Já estou retornando para casa, deu tudo certo aqui em Goiás.

Não tenho sequer coragem de abrir sua conversa, apenas ignoro e dirijo até minha residência.
Abro a porta de casa, meu telefone toca.
"Amor".
Ignoro a ligação e me sento no sofá, recolho minhas pernas e reflito sobre o que eu fiz.