Capítulo 17

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SORAYA

     Se você ainda a ama, a procure, a ajude! Ela está refém da pessoa que diz amá-la de verdade, mas na primeira oportunidade que teve, usou dos pontos fracos do seu grande amor para se mostrar a grande aproveitadora que é.

Stefan: — Quem mandou isso?

Soraya: — Eu não sei, não tem remetente… — Observei o bilhete.

Stefan: — Isso está começando a me preocupar…

Soraya: — O que você acha?

Stefan: — Você gosta daquela cadela ainda?

Soraya: — Eu não posso dizer um não, Stefan, eu gosto dela sim, mas eu não vou depositar amor em uma pessoa que se mostra ser nojenta desse jeito.

Stefan: — Certo, eu preciso analisar o que está acontecendo…

Soraya: — Até agora você não falou o que acha sobre isso.

Não foi a primeira carta que recebi sem remetente este mês.
Às vezes eu acho que é a própria Simone que me manda isso, mas a letra não bate com as outras cartas que ela me escrevia, Simone tem uma letra meio complicada de entender, meio difícil.
Enfim, levantei-me da cama, peguei as outras três cartas que foram enviadas e que tinham a mesma letra, espalhei pela cama e observei Stefan, ele leu as duas primeiras que recebi.

     Você não merece pagar por tudo dessa maneira horrenda, ela vai fazer você sofrer contra a própria vontade e você deve relevar isso. Ela te ama, eu sei que ama, e eu sei que ela jamais faria algo desse tipo com você.

Stefan me olhou com dúvida, estava intrigado.

Stefan: — Bom, você recebeu essas cartas depois do ocorrido, ok, sabemos que Simônio está no meio.

Soraya: — Simônio?

Stefan: — É melhor que jumenta de balaão, pelo menos assim a gente sabe que estamos falando da mal amada da sua ex.

Comecei a rir e ele pegou outra carta.

     Ela está sendo ludibriada pela pessoa que ela mais ama no mundo. Pela ganância e frieza.

Stefan: — Por que não tem remetente? Que coisa! — observou a folha.

Soraya: — Isso deve ser coisa dela.

Stefan: — Bom, tudo dá a entender que ela é vítima de algo, mas de quê?

Soraya: — Vítima? Tá de sacanagem!

Stefan: — Tem algo no meio dessa história. Eu acho que ela não mudaria do vinho para a água de repente, algumas coisas dessas cartas fazem sentido.

Soraya: — Qual a teoria?

Stefan: — Tem mais alguém no meio disso tudo que quer fazer esse estrago, certo?

Soraya: — Certo.

Stefan: — Simone está sendo manipulada por alguém, só que a questão é saber quem…

Soraya: — Será?

Stefan: — Só pode! Ela parecia gostar de você e de repente — estalou os dedos — o amor vira pó? tem alguém no meio disso tudo.

Eu preciso saber quem está no meio disso tudo, eu necessito saber quem está me mandando essas cartas e tentando dizer algo, mas que não está conseguindo.

Soraya: — Já estou sem paciência pra isso tudo, sabia?

Stefan: — O calvo também — Sorriu — me dá suas mãos — mostrou os palmos.

Soraya: — Para que?

Stefan: — Me dá as mãos, vagaba!

Soraya: — Caaalma! — sorri.

Coloquei minhas mãos nas dele.

Stefan: — Você vai fechar seus olhos e relaxar, entendeu?

Assim fiz, fechei meus olhos e tentei ficar relaxada.
Senti algo meio difícil de explicar, como se estivesse saindo algo dos meus braços e se ligando com os de Stefan, não estou entendendo isso.

Stefan: — Ok…

Ele abriu os olhos e largou minhas mãos, me olhou com um pouco de medo…?

Stefan: — Você… não sei se devo dizer.

Soraya: — O que eu tenho?

Stefan: — Te jogaram algo ruim.

Soraya: — Tem como saber quem foi?

Stefan: — Ter… tem, mas eu não consigo saber, consigo tirar.

Soraya: — E o que me jogaram?

Stefan: — A pessoa que jogou quer que você… bom… ela quer que você morra a todo custo, de preferência com o emocional abalado.

Simone seria capaz de tanto?

Stefan: — Agora segura minhas mãos de novo, mesmo processo…

Segurei as mãos dele e senti a mesma coisa, só que mais intenso.

Stefan: — Pronto, está livre agora.

Soraya: — Deveria sentir algo?

Stefan: — Não sei, você sentiu?

Soraya: — Como se eu estivesse descarregando algo em você.

Stefan: — Normal, eu que estou com isso agora.

Soraya: — Como você vai tirar?

Stefan: — Eu me viro.

Ele me abraçou, beijou o topo da minha cabeça e sou do quarto.
Refleti no que acabou de acontecer e… ora, será que ela seria capaz de fazer tudo isso? não é possível.

Peguei meu telefone, liguei para ela.
Prometo que não deixarei ela em paz até desistir desse caso ridículo.

Fairte: — Boa tarde.

Soraya: — Boa tarde uma ova! Eu quero falar com a Simone.

Fairte: — Mal educada! Se eu soubesse que era você teria recusado a ligação.

Soraya: — Olha aqui, velha enxerida-

Fairte: — Peço para que não volte a ligar para esse número, caso contrário-

Soraya: — Você não me interrompa! — falei mais alto, sem gritar — pelo visto, a má educada é você.

Fairte: — O que ainda leva você a ligar para cá? ainda não entendeu que você é insignificante para minha filha?

Soraya: — Velha mal amada, insignificante é você! Provavelmente foi você e essa sua filha estúpida que anda mandando bilhetinhos sem nexo para minha residência.

Fairte: — Passar bem.

Soraya: — Não desligue! — escutei ficar fora de área — Ok então, a briga vai ser entre Simone, você e eu, vagabunda! — Desliguei o telefone.

Essa dupla de vadias vão saber com quem mexeu, ah vão!

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora