Capítulo 32

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SIMONE

Fernanda: — Coroa, estamos indo.

Simone: — Por favor, fiquem! Isso não é necessário.

Eduarda: — Já somos grandinhas demais para entender nosso lugar, mãe — me abraçou — ficaremos bem, não se preocupe.

Simone: — Mas eu não! Depois de tanto tempo sem ver vocês… isso tudo simplesmente se desfaz-

Fernanda: — Ei! só vamos embora por um tempo! Nós vamos voltar.

Simone: — E o que me garante?

Fernanda: — Eu garanto — segurou meus ombros — Duda e eu somos donas do nosso próprio nariz, sabemos nos cuidar. Vamos dar esse tempo para que você e a Soraya se entendam e… bom, também para que ela pare de pegar no nosso pé.

Eduarda: — Será bom para ela tentar nos aceitar, acredite.

Simone: — Mas não precisam-

A campainha tocou na hora, parei de falar, levantei o indicador e fui até a porta.

Soraya: — Oi.

Olhei para ela dos pés a cabeça, observei seus olhos castanhos e esperei mais palavras.

Soraya: — Eu… bom-

Eduarda: — Entre, fique a vontade — sorriu, tímida.

Eduarda segurou a mão da Maria Fernanda e foram para dentro do meu apartamento. Soraya ficou de pé me olhando com um toque de amargor…

Soraya: — Desculpa.

Simone: — É sempre você.

Soraya: — Eu não deveria-

Simone: — A sua desculpa é sempre essa. “Eu não deveria ter feito tal coisa”. Da última vez que você trocou as mesmas palavras comigo, você destruiu a minha vida.

Soraya: — Simone-

Simone: — Você tem noção do mau que fez ao pedir para escolher entre minhas filhas e você? Você sabe o quanto me dói escutar essa pergunta da mulher que tanto amo? ter que escolher entre você e minhas filhas foi o maior ato de tortura que pude viver, Soraya. Você tem arruinado minha vida desde quando te vi colocar os pés naquela maldita universidade, desde quando eu te vi pela primeira vez, desd-

Soraya agarrou os lados da minha face e deu um pequeno selinho.

Soraya: — Isso é passado. Eu sei que tudo isso te dói, mas eu estou arrependida a ponto de ao menos ter o respeito que você quer que eu tenha pelas suas filhas. Eu te amo! e eu estou disposta a passar por cima do meu orgulho para te amar!

Observei sua íris castanha que ia sumindo conforme sua pupila dilatada. Vi seus olhos observarem atentamente os meus enquanto segurava os lados da minha cabeça, repousando deus dedões entre minhas bochechas e minha orelha.

Soraya: — Me ame, por favor. Eu só preciso que diga que ainda tenho chances mesmo tendo falhado.

Ela encosta o topo de sua cabeça em meu queixo, seguro seus fios de cabelo, fazendo eles se amontoarem em minha mão enquanto afago sua moleira com a ponta dos meus dedos.

Simone: — Você brinca comigo.

Soraya: — Tudo que eu faço é por medo de te perder assim como te perdi há anos atrás — beijou meu queixo.

Fernanda e Eduarda estavam no quarto enquanto estávamos quase nos pegando na porta de entrada da minha residência.
Ela enlaça seus braços em meu trapézio, envolvendo-os em meu pescoço.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora