Prólogo.

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Evelyn, minha irmã, tocou a campainha da casa de seu namorado e não demorou muito até que ele viesse abrir a porta. A casa era enorme e luxuosa. Acho que teríamos que vender todos os nossos bens para comprar uma dessas e, provavelmente, ainda sairíamos endividados.

Só fui porque meus pais me obrigaram, mas preferiria mil vezes ter ficado em casa para estudar. Estava cheia de atividades acumuladas da faculdade. Estar ali era uma perda de tempo.

— Então, querida, como conheceu o meu filho? — Perguntou a senhora mais esnobe que eu já conhecera na vida.

— Na faculdade, nós fazemos o mesmo curso, administração. — Minha irmã respondeu com um sorriso enorme no rosto. Eu não tinha essa paciência para lidar com gente desse tipo.

— Oh, e o que você pretende administrar? — Olhou de relance para o meu pai. — Creio que o seu pai não seja dono de alguma empresa.

— Tem razão, sou contador e tenho muito orgulho disso — meu pai tomou a fala de Evelyn.

— Mãe, por favor, para! — Ítalo disse já sem paciência. Dava para ver que ele era diferente do resto de seu clã. A sua irmã não parecia ser tão esnobe, mas, com aquela aparência, com certeza deveria ser. O seu irmão, só de olhar para ele, já dava para perceber que era um metidinho de merda. E os seus pais, bom... já era tão óbvio.

— Eu faço estágio na Frederic's, acho que tenho um futuro promissor por lá. — Evelyn apenas fingiu que nenhuma ofensa havia sido proferida. Bobinha.

— E você, é quantos anos mais nova do que a sua irmã? — Perguntou o pai de Ítalo.

— Nós temos dois anos de diferença — nem me dei ao trabalho de olhar na cara do sujeito.

— Oh, é a mesma diferença entre Ítalo e Nicolas!

— Que legal... — O loirinho disse com ironia. Então o nome daquele esnobe era Nicolas. Um nome tão bonito para um homem tão chato.

— E o que você faz da vida, Eloise?

— Estudo moda.

— Nossa, que legal! — A irmã de Ítalo realmente parecia animada. Talvez eu tivesse me enganado sobre ela.

— Pois é — dei um meio sorriso.

— Acha que é uma área promissora? — perguntou Antônia. — Sabe, nem todos se dão bem neste ramo.

— Não escolhi por dinheiro, escolhi por amor.

O senhor e a senhora Machado deram uma risadinha. Resolvi ignorar, não queria arrumar problemas para Evelyn.

Aquele foi o pior jantar da minha vida. O clima estava tenso, e parecia que a senhora Machado nos julgava a todo instante. Era incrível a forma como ela se achava superior a todos. Não sei como minha irmã quis entrar para uma família dessas.


Me odeie, mas me ame.Onde histórias criam vida. Descubra agora