Capítulo 2 - Um sonho realizado

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Acabei acordando atrasada para o meu emprego atual, mas não me preocupava mais com isso. Minha ansiedade estava focada em obter uma resposta de Laila o mais rápido possível, para que eu pudesse ter certeza antes de tomar qualquer decisão, se ela decidisse retornar.

Conversei com a Camille, e ela queria comemorar, mas era domingo e tarde demais para sair. Não havia ninguém na rua naquele momento, e não adiantava fazer isso sem uma resposta definitiva.

Cheguei no escritório e fui direto para minha mesa. Me joguei na minha cadeira giratória, fazendo-a deslizar um pouco até bater na parede. O sono começou a aparecer, e fiquei tentada a fechar os olhos para descansar um pouco. Esse dia prometia ser longo.

— EMILY — grita meu chefe, me assustando. Dou um pulo da cadeira, quase caindo no chão. — Além de chegar atrasada, tem a ousadia de dormir em serviço? Mas cadê os documentos que mandei você entregar ontem?

Todos na sala começaram a me olhar com curiosidade e pena. Fechei os olhos, tentando manter a calma, mas toda aquela raiva acumulada que sentia dele começou a crescer dentro de mim de uma maneira que me assustava. O encarei com todo o ódio que conseguia naquele momento e me levantei da cadeira, respirando fundo, cometendo a maior besteira da minha vida.

— Eu os deixei em sua mesa na sexta antes de você sair com aquelas suas vadias, não é problema meu que tenha perdido mais uma vez. Você é quem é irresponsável e não sabe tratar as pessoas bem. Não é problema meu que sua vida seja uma bagunça solitária e que você desconte em todos ao seu redor.

Muitas pessoas começaram a se reunir ao nosso redor, observando minha ousadia. Eu era conhecida como a pessoa mais calma do escritório, afinal, consegui aguentar esse sujeito por dois anos. Ele estava me encarando espantado, pois nunca levantei a voz para ele daquele jeito, nem para ninguém.

— Eu não preciso mais disso aqui. Há coisas muito melhores do que esta empresa ridícula que não se preocupa com o bem-estar dos funcionários. — Comecei a pegar minhas coisas em cima da minha mesa e a colocar tudo dentro da minha bolsa. — Sinto pena da próxima pessoa que for trabalhar no meu lugar. Eu cansei de tudo isso. Eu desisto.

Meu ex-chefe ficou paralisado, me olhando enquanto eu arrumava minhas coisas. Senti meu celular vibrar no bolso, indicando uma nova mensagem, mas a ignorei, pois tinha algumas coisas para resolver antes.

Meus pensamentos começam a me trair fazendo ficar com peso na consciência. E se eu não conseguir o emprego com a music magic universal? Se eles não responderem logo? Estarei completamente desempregada e não posso me dar o luxo nesse momento.

Todos já tinham ido para suas mesas, e meu ex-chefe para sua sala, já que meu ataque havia acabado. Pego meu celular e vejo um novo email, e era o que eu mais esperava e precisava ler naquele momento. Faço um pequeno agradecimento ao universo por essa chance maravilhosa.

"Equipe music magic universal

Boa tarde ou Bom dia

Queremos te conhecer melhor.

Semana que vem eu estarei em uma convenção em Nova York, e será muito melhor encontrar você lá. Agendei uma passagem para você neste sábado, espero que seu passaporte esteja em dia.

Segue o anexo com sua passagem e as informações do lugar que estaremos hospedados. Estamos muito interessados e ansiosos, não vemos a hora de conhecê-la.

Laila Johnson"

Antes de partir, imprimi os documentos que ela me enviou. Eram três folhas: uma com a passagem, as outras com informações sobre a equipe e um guia. Peguei os papéis e sorri para eles, empolgada, pois tudo estava começando a dar certo.

Ao sair, eu sabia que precisava fazer algo para encerrar o dia com chave de ouro. Parei na frente da sala do meu ex-chefe, batendo na pequena janela da porta. Ele estava falando alto ao telefone, reclamando de alguma coisa inútil que já não importava.

Quando ele olhou para mim, furioso, finalmente me dei o prazer de realizar um ato que sempre sonhei, mostrando meus dois dedos do meio e esfregando-os no vidro. Vi o telefone cair de suas mãos espantadas, e saí andando o mais rápido possível daquele lugar desagradável.

Pela primeira vez, não olhei para trás, não havia arrependimento em meu coração, apenas uma sensação de liberdade e determinação para seguir em frente.
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Continua...
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