Capítulo 7 - Empire State

23 9 1
                                    

Ficamos em silêncio e fiquei olhando pela a janela observando os prédios e a movimentação nas ruas, bocejo sentindo um pouco o cansaço e o sono da viagem ainda em meu corpo.

— Tive uma ideia, e acho que você vai gostar — diz ele, quebrando o silêncio.

Olho para ele, curiosa, querendo saber para onde iríamos. Ele vira algumas ruas, e quando percebo, estamos nos dirigindo para o Empire State, o arranha-céu mais conhecido de Nova York. Olho para cima, admirada com sua imponente beleza.

— Isso é incrível — falei quando ele estacionou e saímos do carro, olho para ele, empolgada, parecendo uma criança que acabou de ganhar um presente.

— Vamos subir? — Sem pensar duas vezes, digo sim, dando uns pulinhos de felicidade. "Concentre-se, Emily," penso, e ele ri da minha reação.

— Desculpe, foi o álcool — falo, referindo-me aos pulinhos. Me repreendo para não passar vergonha na frente dele. Ele ri ainda mais, colocando suas mãos na barriga. Sua risada era tão fofa e contagiante que tinha vontade de apertar suas bochechas e colocá-lo em um potinho para nunca mais soltar.

Entramos e fomos até a recepção. Eles nos deixaram subir na hora, apesar de já ter passado do horário permitido para visitantes. O gerente pareceu feliz em vê-lo. Ser famoso tem suas vantagens.

— Espere aqui, eu já volto — diz James, deixando-me perto do elevador.

Ele vai conversar com Ronald no canto. O segurança franziu as sobrancelhas, parecendo bravo, mas depois relaxa, concordando com algo que James disse. Fico curiosa para saber o que estão falando. Será que é sobre mim? James volta sozinho até mim, deixando Ronald para trás.

— Ele não vem conosco? — pergunto, referindo-me a Ronald. James balança a cabeça negativamente, meu coração acelera só de pensar que ficarei sozinha com ele.

Fomos para o elevador e subimos até o último andar. Foram cento e dois andares. Imagine subir de escada; eu não conseguiria nem chegar à metade.

O silêncio constrangedor volta, deixando-me cada vez mais nervosa. Isso deve ser coisa da minha cabeça; ele só está sendo legal comigo. Não há razão para isso, Emily, relaxa, que tudo vai dar certo.

— Você sabia que o que você pensa transparece em seu rosto? — James quebrou o silêncio me olhando — Não precisa ter medo de mim.

— Eu não sabia — murmurei sentindo as bochechas queimarem — não estou com medo — menti e com certeza ele deve ter notado, eu estava me sentindo apavorada por estar ali com ele sozinhos.

A vista da cobertura era maravilhosa. Dava para ver tudo lá de cima, e as pessoas lá embaixo pareciam tão pequenas como se fossem formiguinhas. Fico olhando tudo, não deixando passar nenhum detalhe. Naquele momento, não me importava com o horário, mesmo sendo quase uma da manhã. Só queria congelar esse momento e guardá-lo no meu coração.

— Isso é incrível — digo empolgada. Ele se aproxima de mim, ficando bem ao meu lado.

— É sim. Gosto bastante da vista. Já morei aqui por uns tempos, acho que foram dois meses ou mais. Não me lembro exatamente — diz ele, pensativo. Sinto seu olhar em mim, meu coração parece que quer sair do meu peito — Gostava de vir aqui à noite para relaxar e esquecer as coisas. Me ajudou a escrever algumas músicas na época. Deve ser por isso que o gerente me deixa subir quando quiser — ele abaixa a cabeça sorrindo — Mas me mudei porque tenho medo de altura. Vir aqui é diferente. É como se eu pudesse jogar meus problemas lá para baixo e ter um pouco de paz, mesmo que seja por alguns minutos.

Olho para ele; parecia tão cansado. Estava quase nos trinta anos de idade, pelo que pesquisei na internet, mas parecia tão mais velho naquele momento. Ele passa a mão em seus cabelos loiros, tirando-os dos olhos. Não parecia mais aquele menino agitado e feliz que vi no show alguns anos atrás. Era como se algo o estivesse incomodando, deixando-o infeliz.

Amor & Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora