Na manhã seguinte, acordei sozinha no quarto; Daniel não estava. Me encolhi embaixo das cobertas sentindo a realidade bater em meu coração, sinto algumas lágrimas surgir em meu rosto. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que havia acontecido na noite anterior. Meu coração doía em pedaços. Me sentei na cama limpando as lágrimas e olhei na mesinha ao lado da cama e vi um bilhete dobrado.
“Fui comprar algo pra você comer, logo voltarei, não fuja por favor”
Sorri ao ler sua mensagem e me espreguicei na cama, decidindo me levantar. Ao lembrar da noite passada e perceber que eu não tinha roupa além da que estava usando, senti a necessidade de voltar lá e pegar minhas coisas e documentos. Não poderia retornar a Nova York sem meu passaporte. A viagem de volta, que James havia comprado, seria depois do Natal, daqui a quatro dias. Não queria ter que voltar com ele no mesmo avião.
Suspirei, sentindo-me derrotada e humilhada ao mesmo tempo. Não estava preparada para encarar James, muito menos queria pedir a Daniel para pegar minhas coisas, pois sabia que poderia resultar em algo ruim. Com lágrimas nos olhos, recoloquei meu vestido. Naquele momento, precisava ser forte e encarar James.
Ouço a porta do quarto se abrir e Daniel aparecer com dois copos da Starbucks e um saco de papel com comida. Ele me olha surpreso por estar acordada e depois sorri.
— Bom dia — diz ele em português colocando a comida na mesinha — estava planejando fugir?
— Na verdade não, mas eu preciso voltar lá pra busca minhas coisas, não posso usar esse vestido é um pouco desconfortável, e também meus documentos estão lá — falei pegando um copo de café o bebendo sentindo a sensação maravilhosa da bebida quente do café descendo em minha garganta.
— Eu entendo, mas eu posso buscar pra você se quiser — diz Daniel com a sobrancelhas cerradas.
— Não, eu estou bem e você está com raiva dele a última coisa que quero é que bata nele — falei pensativa abrindo o saco de papel e pegando um muffin — graças a Deus que não trouxe aquela coisa nojenta de feijão e pão.
Depois que comemos Daniel me levou até a casa de James. Ele decidiu ficar do lado de fora, o que achei ótimo. Toco a campainha e quem me atende é Laila que me olha surpresa.
— Emily, como está? — diz ela me encarando.
— Bem na medida do possível, vim pegar minhas coisas — anunciei querendo entrar e resolver logo isso, ela abre mais a porta me deixando entrar.
A casa estava bagunçada, com copos e pratinhos espalhados. Parecia que precisariam de uma boa faxina, ou como costumavam fazer, contratar alguém para isso, afinal, tinham recursos para tal.
— Ele está aqui? — perguntei, virando-me para olhar para ela.
— Sim, depois do que aconteceu ontem, ele pegou algumas garrafas de bebida e se trancou no quarto. Eu anunciei o fim da festa, dizendo que James não estava bem, mas não dei muitos detalhes — disse ela, narrando tudo o que aconteceu depois que saí. — James está arrasado, ele me contou o que aconteceu. Sinto muito, Emily.
Desviei o olhar dela; não conseguia encará-la, era doloroso demais.
— Bom — continuou Laila — Se não quiser fazer parte da equipe de James, você pode continuar trabalhando normalmente no escritório em Nova York.
Eu estava tão exausta e apavorada que nem tinha pensado nisso, no meu trabalho, no meu sonho. Estava aliviada por ter a opção de escolher, algo que normalmente não acontecia em empresas.
— Sério? Isso seria ótimo, adoraria continuar no escritório. Obrigada, Laila — sorri agradecida.
— Que isso, é o mínimo que posso fazer por você, e também é uma forma de desculpas pelo que aconteceu — disse ela dando de ombros — É o que James iria querer, a última coisa que ele quer é destruir seu sonho.
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Amor & Destino
RomanceEmily sempre sonhou em conquistar um emprego em uma grande empresa em Nova York, e após muita dedicação, finalmente realiza esse desejo. Cheia de entusiasmo, ela se muda para a cidade que nunca dorme, ansiosa para abraçar novas oportunidades. O que...