Após descobrirem seu "segredo", uma garota é obrigada a voltar para sua antiga cidade no "subúrbio americano".
Ela terá que lidar com sigo mesmo e com os problemas a sua volta, mas, por sorte ela não vai estar sozinha nessa.
(Esse capítulo vai ser bem delicado, vai ter o envolvimento de drogas e vai mostrar um dependência emocional que talvez deixe a personagem um pouco... "patética" e "fraca" ao olhar de alguns, mas se a gente pensar na personalidade da personagem com certeza seria algo que ela faria, e também temos que pensar que cada um tem a sua forma de se expressar e que as vezes não tomamos as melhores decisões quando estamos magoados.)
Olha... já se passaram algum... tempo deis de que o Ash foi embora. Eu acho que não é surpresa pra ninguém que... que eu esteja na merda.
Acho que essa é a parte difícil do amor... Algumas vezes você ama tanto alguém que você deposita todas as suas esperanças, autoestima, energia, tempo, e... sei lá mais o quê naquela pessoa e então, quando acaba... quando ela vai embora... é como se não tivesse sobrado nada.
Eu demorei muito tempo pra perceber que eu amava o Ash... e quando finalmente eu cai na real, quando eu finalmente aceitei viver esse... amor... pouco tempo depois ele vai embora... Eu tô me sentindo uma idiota patética nesse momento.
Depois que a polícia invadiu a casa eles meio que "interditaram", tanto a casa, como a convivência e levaram a vózinha para um asilo, fiquei mais tranquila quando eu soube que ela não tinha sido atingido por um tido. Mas voltando ao assunto, eu acabei ficando sem casa, o Yuri sentiu alguma espécie de pena de mim e me arrumou uma cada de 1 cômodo e 1 banheiro pra eu poder morar. A casa não é incrível, mas dá pra morar. E para que eu pudesse pagar as contas eu... comecei trabalhar de babá. O salário não é muito bom, mas dá pra sobreviver de uma forma bem merda. _________________________________________
Eu acordei manhã com muita dor de cabeça, acho que é a ressaca da metade de uma garrafa de whiskey que eu tomei ontem a noite. Meus olhos estavam meio embassados então eu fechei os olhos e passei as minhas mãos por cima deles pra ver se eu conseguia ver melhor. Depois eu me sentei no colchão que estava no chão e fiquei parada olhando pra aquele lugar.
Tem dias que eu acordo e me pergunto o que eu tô fazendo da minha vida e por quê essa merda não acaba logo, hoje é um desses dias.
Em seguida eu me levantei e fui escovar os meus dentes e trocar de roupa.
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(Pode imaginar outro se quiser)
Quando eu terminei de me arrumar eu fui até a mesa e peguei uma caixinha de oxy e tomei 2 comprimidos.
🌬: Toma que essa merda não demore a fazer efeito.
Eu deveria ter parado por aí, mas, eu peguei um pacotinho com um pouco de cocaína, coloquei na mesa e cherei.
Olha, eu sei que isso não vai trazer o Ash de volta... sei que eu não deveria depender dele... sei que a única prejudicada com isso sou eu... Mas... parece que a única coisa que acaba com essa dor são as drogas. Quando eu tô chapada parece que parte do meu cérebro se desliga e meu coração pode parar de doer só por algum tempo.
Depois disso eu sai de casa.
*Quebra de Tempo*
Eu estava na escola sentada no chão, escorada em um armário e completamente chapada. Eu queria explicar exatamente o que eu tava sentindo, mas... eu não sei o que eu tô sentindo, e ao mesmo tempo eu sinto tudo eu também não sinto nada.
- Você tá bem?- Alguém perguntou.
Eu virei a cabeça um pouco para o lado e vi a Rue.
- Tô...- Respondi e voltei a olhar pra frente.
- Não parece- Ela disse.
- ...Não acho que você deveria tá falando comigo- Falei.
- Por quê?- A Rue me perguntou.
- Porque agora você tá certinha agora, parou com as drogas- Respondo.
Pelo o que eu fiquei sabendo a Rue tava usando droga junto com o Elliot, que é um amigo dela, sem a Jules saber, mas acabou que o Elliot contou pra Jules e a Jules contou pra mãe da Rue, elas tiveram uma grande discussão, mas no final a Rue passou pela desintoxicação e até agora não usou drogas novamente. Eu não quero que ela fique perto de mim e acabe tendo um deslize e usando a minha droga. Só eu posso morrer pelas minhas drogas.
A Rue não disse nada, mas ela se sentou do meu lado. Eu olhei pra Rue e depois escorei a minha cabeça no armário e olhei pra cima.
- Não deve tá sendo fácil, né?- Ela me perguntou.
- Para- Eu falei.
- Não acho que o Ash iria gostar de te ver assim- A Rue disse.
- O Ashtray não tem que achar nada! Foi ele que foi embora, ele que nem terminou de verdade, ele que me abandonou mesmo sabendo que eu precisava dele, ele sabia que era a única luz da minha vida que impedia que eu morresse... Ele é um babaca de merda!- Eu falo.
Nesse momento eu percebi que o poder que o Ash tem sobre mim é tão grande que nem toda a droga que eu usei tá impedindo que eu sinta alguma coisa por ele.
- Acho que ele só tá tentando te proteger- A Rue diz.
- Eu não quero ser protegida, eu não preciso que ele me proteja. Eu só preciso acordar e ver ele do meu lado, de ver filme abraçada com ele, de ver ele me aturando mesmo quando eu tenho as ideias mais idiotas do mundo... de sentir o cheiro dele e... de ver como ele me olhava... Eu preciso sentir o amor da única pessoa que me amou de verdade- Falei enquanto sentia os meus olhos se enchendo de lágrimas.
Acho que eu deixei a Rue sem palavras, pois ela não faliu mais nada. Eu fiquei com raiva quando percebi que ia começar a chorar mais uma vez, então eu me levantei e saí de lá o mais rápido que eu pude.
*Quebra de Tempo*
Eu tava chegando em casa quando vi o Yuri na porta de casa.
- O que tá fazendo tão cedo aqui? Não foi pra escola?- Ele me perguntou.
- Por que tá na porta da minha casa?- Perguntei.
- Eu perguntei primeiro- O Yuri disse.
- Eu ainda não tô de boa com você, então será que dá pra parar de fazer brincadeira idiota e me falar que merda que você quer?- Perguntei.
- Vim trazer comida- Ele respondeu erguendo uma sacola.
- Eu não pedi- Eu falei enquanto abria a porta.
- Quando foi a última vez que você comeu?- Ele me perguntou.
- Segunda- Respondo.
- Já é quinta! Você não pode ficar tanto tempo sem comer- O Yuri disse.
- Problema meu, né?- Perguntei entrando em casa.
Quando eu ia fechar a porta ele colocou o pé.
- Você pode tá com raiva de mim, mas tido que eu fiz foi pensando no que era melhor pra você- O Yuri diz.
- Ninguém pediu pra você fazer isso, cara- Falei.
Em seguida eu empurrei ele e fechei a porta.
Eu sei que fui babaca com o Yuri, mas... toda vez que eu olho pro rosto dele eu só lembro que foi ele que ajudou o Ash a ir embora e a me deixar pra trás. Parece que eu só consigo ter raiva dele.
Eu tranquei a porta e depois fui até a minha cômoda, abri, tirei uma bolsinha, depois eu abri ela, peguei a agulha, a heroína, a colher e o isqueiro. Em seguida amarrei o elástico no meu braço, apertado o suficiente pra veia ficar mais visível, depois eu derreti o pó e com o auxílio da agulha injete na minha veia.
🌬: Por favor, sai da minha cabeça, Ashtray.
Enquanto eu sentia a heroína entrar na minha veia eu fechei os meus olhos e senti uma lágrimas escorrendo do meu olho.
