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𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐋𝐞𝐰𝐢𝐬-

A ficha ainda não caiu para mim, não consigo acreditar que a garota misteriosa pela qual me atraí, foi a Johnson.
  Estou parado no mesmo lugar desde o momento em que ela saiu correndo daqui, deixando um clima tenso no ar. Respiro fundo e tento parar de pensar nisso, caminhando novamente para a festa.

– Chris – uma voz feminina me chama.

– Que saco – xingo baixo ao ver que é Kate, e tento andar mais rápido.

– Chris, espera! – agarra meu braço.

– O que você quer? – pergunto sério, fazendo desdém.

– A gente precisa conversar. – diz óbvia. – Não podemos ficar por isso mesmo!

– Não temos mais nada para conversar. Siga seu caminho Kate, e finja que eu nunca passei por sua vida. – reviro os olhos e tento voltar a andar.

– Ei – me puxa de volta. – Qual é, pare com isso!

– Kate, supera! – me irrito. – Porra, você fica com qualquer um por aí e me dá a liberdade para fazer o mesmo. Isso está mais para um relacionamento aberto do que para algo sério! Eu sinceramente não quero mais. Entendeu?!

– Não faz isso comigo, pare – se vitimiza, enquanto gesticula exageradamente. – Você não pode me deixar! Se não ficar comigo, farei sua vida um inferno! – ameaça.

– Você é louca – nego com a cabeça. – Me deixe em paz.

– É a Sofie, não é? – sorri sínica. – Eu deveria ter notado a aproximação repentina dos dois!

– Deixa ela fora disso, ok?! – digo furioso. – Sofie não tem culpa nenhuma por suas paranóias sem sentido.

– Eu te odeio! – berra alto.

Saio, deixando a garota para trás. Vou até meus amigos que me esperam ansiosamente próximos a porta.

– Assustamos sua donzela? – Ethan sorri.

– Foi mal, não sabia que estava se pegando com alguém. – meu outro amigo diz.

– Gente, é... – coço a nuca. – A noite acabou para mim, vou indo. – a noite de fato acabou para mim.

– Como assim? Não, mano – Ethan nega. – Vamos comprar mais bebidas e dançar com alguém. Sua gata tá por aí.

– Não fala nela, eles brigaram. – Anthony sussurra.

– Oh, foi mesmo? – indaga, todavia, permaneço calado. Um dos garotos sussurra: "é corno" para Ethan, que segura um sorriso. Finjo que não notei.

– Vou indo. – sigo em direção a porta, saindo do salão. Vou até minha moto, colocando o capacete e logo dando partida.

Minha cabeça está uma confusão. Não acredito no que houve e em muito menos com quem isso aconteceu.

Senti-la mexeu comigo. Quase me senti com oito anos novamente, quando eu era aquele garotinho ingênuo e apaixonado pela filha de Benjamin Johnson.

Eu faria qualquer coisa para protege-la, e aos onze anos, um grupo de garotos que faziam bullying com todos estavam tramando fazer uma maldade com ela. Eu andava com eles, e ouvi o plano maléfico deles contra a Sofie, uma garota estranha, todavia, gentil.

Eles iriam empurra-la no refeitório, fazendo-a cair na frente de todos, e nesse tempo a maioria das crianças não gostavam dela por ela tirar boas notas e ser uma das mais elogiadas da sala.

Seu jeito me encantava, então para protege-la, tentei intervir. No final, o plano contra ela deu certo, ela caiu feio escorregando no suco que derramou de sua bandeija, fazendo todos rirem muito dela. E eu que levei toda a culpa. Desde então, ela jurou me odiar por toda a vida, e eu jurei afasta-la de mim, pois na minha cabeça, eu era um monstro para ela.

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