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𝐒𝐨𝐟𝐢𝐞 𝐉𝐨𝐡𝐧𝐬𝐨𝐧-

"— Eu sempre te amei e sempre vou te amar, garotinha. Sempre e para sempre.
E o que era Só por uma noite, se tornou algo para a vida toda. Fim."

Fecho o livro sentindo-me emocionada por terminar de ler mais uma vez. Mesmo sabendo como começa e como termina, página por página, capítulo por capítulo, sempre irei me emocionar ao terminar a leitura. Isso é extraordinário.

Coloco o livro sobre a mesa em minha frente, e suspiro pesadamente de forma satisfeita. Fecho os olhos e me aconchego melhor na cadeira, aproveitando o silêncio que apenas a biblioteca do colégio consegue proporcionar, pois o resto, são apenas alunos barulhentos berrando o dia inteiro.

– Costuma sempre se apaixonar por personagens que não existem? – abro os olhos e encaro o garoto alto que está com as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta jeans escura, me olhando.

– Costuma acabar com a paz das pessoas direto? – revido, fazendo desdém de sua presença. Christian se aproxima mais e se senta ao meu lado, apoiando-se com os cotovelos na mesa.

– Quase sempre. É algo natural para mim. – diz cínico.

– O que está fazendo aqui? – pego o livro e finjo estar lendo algo, quando na verdade, apenas estou folheando as páginas.

– Fazendo companhia para você. – debocha.

– Eu não consigo te entender – bufo. – Você é completamente difícil de se lidar. Uma hora se aproxima, depois se afasta. Que merda acha que eu sou? Acha que pode se aproximar e me desprezar de um dia para o outro sem mais nem menos? – desconto minha frustração em cada palavra.

– Não precisa me entender. – é tudo o que diz.

Minha irritação aumenta ao notar sua calma ao falar, me irrita saber o quanto ele é sem noção. Eu não vou perder mais meu tempo tentando decifrar um imbecil como Christian. Levanto-me frustrada da cadeira com meu livro em mãos, pronta para me retirar daqui e sair da presença desse garoto.

– Já vai? Mal cheguei – diz sorrindo debochadamente.

– Eu não sou obrigada a te aturar. Eu odeio seu jeito, e para mim você é totalmente incoveniente. – despejo tudo.

– Alguma outra crítica? – finje bocejar.

– Inúmeras, Lewis. Inúmeras!

– Algum problema por aqui? – vejo Kaio se aproximar e tocar em meu ombro.

– Oh, seu guarda-costas chegou, mocinha. – debocha. – E aí, como vai, santinho?

– Continua sendo babaca com as damas, Lewis? – Kaio sorri sem humor.

– Que isso, claro que não – Chris põe as mãos no peito, fingindo indignação. – Estava apenas pondo os papos em dia com a Johnson, não é? – me olha.

– Ela não parece estar querendo "papiar" com você. Parece estar incomodada com sua presença, como também estou. – Kaio revida.

– Já chega. – pontuo, fazendo ambos me olharem. – Já chega do seu showzinho, Christian. Estava bom demais para ser verdade todo o seu empenho em se tornar o garoto "exemplar". Se quiser continuar me ignorando como anda fazendo, escolha sua. Me trate como uma estranha, só não faça joguinhos, odeio ter que perder meu tempo. – viro de costas e saio, com Kaio ao meu lado.

– O que estava acontecendo? – pergunta assim que saímos da biblioteca.

– Nada demais. – dou de ombros.

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