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𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐋𝐞𝐰𝐢𝐬-

Eu não estou fazendo isso porque me importo, ou porque gosto dela.
Estou fazendo isso porque eu tenho impatia, e sei o que ela está passando. Estou ajudando-a, porque eu já estive no lugar dela, e eu não sou um monstro!

E isso não significa que eu goste dela ou que me importo. Eu posso até estar preocupado, mas essa preocupação só existe porque eu sei o que ela sente.

- Onde estamos? - Sofie diz caminhando entre as árvores, encantada pela beleza deste lugar.

- Em um local que escolhi para ser meu, em uma parte mais isolada da cidade. - respondo.

- Nossa - seus olhos brilham. - Esse lugar é... Genial!

- Lindo não é? - cruzo os braços e observo.

- Jamais imaginei que você gostasse tanto de natureza. - me olha.

- Você não sabe nada sobre mim, garota.

Estamos à beira de um lago de águas claras, onde árvores grandes e de folhas bem verdes dão um destaque a mais para a beleza desse lugar. Folhas sem vida estão pelo chão, flores enfeitam pela beirada, e o som de uma mini-cachoeira acalma todo o meu corpo.

Descobri esse lugar após tentar fugir de casa com quinze anos. Tentei sair da cidade sozinho, andei de bicicleta por uma hora até chegar em uma parte da rua onde só há árvores e floresta, escutei barulho de água, e abandonei minha bicicleta na beira da rua. Desci uma ladeira pequena entre o asfalto e uma árvore grande, e ao adentrar mais a mata, achei esse lugar. Sempre que havia brigas em casa e eu precisava sair do ambiente tóxico, eu vinha para cá. Aqui exala paz.

Obviamente está menos perigoso aqui. Com a ajuda de Luka — o motorista de casa — e Lana, fizemos uma barreira que impedisse que pessoas que estavam passando pela rua vissem esse lugar. Esse lugar é tranquilo, e até hoje eu fujo para cá.

Sofie está mal, precisa da energia boa que esse lugar transmite, por isso a-trouxe aqui.

- Que paz. - Sofie se deita no chão, apoiando a cabeça nos braços.

- Gostou daqui? - pergunto.

- Está falando sério? Esse lugar é lindo. - elogia.

- Que bom que gostou - sorrio. - Agora, me diz, o que houve?

Rapidamente seu sorriso morre, e Sofie me encara.

- Bom - se senta.

Vou até ela, e sento ao seu lado.

- Sou todo ouvidos.

- Meio que você estragou meu namoro. - diz rindo sem humor.

- Eu? - encaro a garota.

- Davi e eu tivemos uma briga após você dizer que estávamos em uma balada ontem. Eu não tinha contado ainda, e você sabe como ele é...

- Sei, doente, maluco, psicopata, idiota - interrompo-a. - Sofie, inicialmente você deveria entender que isso é tóxico pra caralho.

- Posso continuar, querido? - me olha com tédio. Apenas concordo e finjo zipar a boca.

- Brigamos, e terminamos. - diz de forma tristonha. - Ele falou coisas horríveis sobre mim, e agora minha família inteira odeia ele por saber o quão violento ele era.

- Não, o quão violento ele É, não "ERA" - volto a pontuar, e a garota me olha com censura. - Só estou opinando ué.

- As vezes você é melhor de boca fechada. - volta a se deitar.

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