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𝐒𝐨𝐟𝐢𝐞 𝐉𝐨𝐡𝐧𝐬𝐨𝐧-

- Quanto tempo passará aqui?- mamãe pergunta para Davi enquanto desarruma a mesa do jantar.

Assim que ele me contou da sua decisão de vir para cá sem me avisar apenas para fazer uma surpresa para mim, e ter me esperado do lado de fora da livraria, viemos para minha casa, mostra-lo para meus pais, afinal, ele vai passar alguns dias aqui em casa.

- Ainda não sei ao certo.- dá de ombros enquanto ajuda minha mãe. - Mirian, minha irmã, vai ficar esse mês cuidando de meu pai. Meio que estou de férias também.- ri.

- E sua faculdade? Vai faltar esses dias todos?- mamãe arqueia uma sobrancelha ao olhar para Davi.

- É, sobre isso...- coça a nuca.

- Sobre isso oque?- pergunto intrigada.

- Meio que tranquei a facul.- diz sem jeito.

- Você oque?- pigarreio.

- Não entendi mais nada.- mamãe diz dando de ombros descaradamente.

- Bom...- se escora na mesa.- Estava muito cansativo trabalhar, estudar, fazer academia e cuidar de meu pai ao mesmo tempo. Uma dessas coisas eu teria que abrir mão.

- E não poderia ser a academia ao invés da faculdade não?- levanto da cadeira e cruzo os braços.

- Não.- Davi me olha como se oque eu tivesse falado fosse a coisa mais absurda do mundo inteiro.- Se eu parasse de trabalhar, eu ficaria sem dinheiro. Se eu parasse de cuidar de meu pai, o homem morreria. E se eu parar a MINHA academia, além de jogar fora todo o dinheiro que paguei mensalmente, ainda jogaria fora a minha auto-estima.  E isso está fora de cogitação.

- Tá, mas e agora?- olho de forma julgadora para Davi que pega alguns pratos enquanto me olha com as sobrancelhas franzidas.

- E agora oque?- para de pegar os pratos e me encara.

- Como vai ficar sua carreira profissional?- franzo o cenho.- Ou acha que vai ser entregador de pizza para sempre?- começo a caçoar.

- Eu nem queria ser professor de matemática mesmo.- faz desdém. - Talvez eu retorne quando der na telha ou faço outros testes.- revira os olhos.

- Tudo bem então. - dou de ombros também.

Se o próprio indivíduo não dá a mínima para o seu próprio futuro, não será eu, a alecrim dourado que irei me importar.

Subo as escadas e vou para meu quarto.
Tomo um banho relaxante e escovo meus dentes. Ao sair, avisto Davi jogado em minha cama enquanto encara meus desenhos grudados na parede perto da escrivaninha.

- Que susto.- digo indo até meu closet apenas de toalha em busca de algo confortável.

- Eu sou lindo, não deveria se assustar. - começo a rir.- Deveria se assustar com esses desenhos feios ou com o próprio reflexo.- caçoa rindo.

Rapidamente meu sorriso cai, dando uma expressão séria de desgosto em minha face que agora está fria.

Eu quase acreditei que ele tinha parado com essas piadinhas chatas que só tem sentido e graça para ele.

- Qual é, gata.- diz se aproximando de mim enquanto estou de costas procurando um vestidinho solto para vestir.- Vai ficar com essa cara ridícula só porque brinquei com você? Para né.

- Para Davi.- peço quando sinto-o me abraçar por trás enquanto beija meu pescoço.

- Para de ser chata.- continua com os toques repentinos e desagradáveis.

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