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𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐋𝐞𝐰𝐢𝐬-

Sinto o pouco que provei de seu gosto ainda, como um vício. E agora com toda certeza posso afirmar que morangos podem ser deliciosos quando provados com satisfação.

Deixo sorrisos escaparem ao me lembrar de cada detalhe seu, de cada expressão sua, e da reação de seu corpo aos meus toques. A maneira que se contorcia em meus braços, tentando parar minha mão quando na verdade, sua mente estava implorando para não parar. Como eu sei? Sua linguagem corporal verbalizava comigo.

Sofie não está saindo da minha mente, e depois de ontem ela impregnou na minha cabeça. Eu não sei o que está acontecendo comigo, nunca arrisquei tanto. E ela, justo ela? Poderia ser qualquer outra! Mas por que justamente ela? Eu não sei. Mas isso está acabando comigo. Eu queria poder dominar eu mesmo, poder ter controle de mim mesmo. Mas quando provamos algo delicioso pela primeira vez, dificilmente você não voltará, como uma droga viciante; a famosa frase: "quando o mel é bom, a abelha sempre volta". E talvez, só talvez eu seja essa maldita abelha filha da puta.

– Está pensando no quê? – volto para a realidade ao ouvir Ísis falando comigo, sentada do outro lado da mesa de jantar.

– Não é da sua conta – respondo mal-humorado, tomando um pouco de suco de... Limão? – Limão? – coloco o copo novamente sobre a mesa e pego um lenço, cuspindo. – Sabe que eu odeio limão, Lana!

– Desculpe filho, mas eu sigo ordens – Lana explica paciente, colocando algumas frutas em uma bandeija. – Estava tão ocupada que acabei esquecendo de avisa-lo, e esqueci de fazer outra bebida para você.

– Tudo bem, Lana. – dou de ombros e pego meu celular ao lado da mesa.

– Sabia que é falta de educação mexer no celular durante as refeições? – levanto o olhar para a mulher, e ignoro totalmente, voltando a atenção para as mensagens de Ethan e Anthony. – Fui eu que pedi o suco – Ísis fala calma. – Dá para parar de ser mal educado e deixar a merda desse celular?  – revira os olhos.

– Digamos que minha mãe não fez um bom serviço – digo debochado. – Invés de me educar, estava comprando maquiagens e roupas caras. O tempo que passava comigo era marcando minhas costas com sangue...

– Já chega! – Albert bate na mesa, assustando Charlotte, Carlos, Ísis, e Lana. "E você? Não se assustou?" Bom, digamos que para quem já visitou Deus, alguns gritos não é nada.

– Relaxa velhote – me levanto e encaro Ísis. – Estou caindo fora dessa mansão por tempo indeterminado, evitando esse show com a Ísis. – jogo o lenço com tudo na mesa sem tirar meus olhos da mulher que não tem expressão alguma. Saio pegando meu celular e ando em direção a porta.

– Ísis não, ela é sua mãe, então a-trate como tal – paro meus passos e viro para olhar para Albert que evita me olhar após falar isso. Um silêncio absurdo fica na mansão, e todos abaixam o olhar, menos Ísis.

– Nunca mais se atreva a falar isso – respondo calmo.

– Abaixo o tom, garotão – finalmente me encara. – Não sou qualquer amigo seu, sou seu pai, então me respeite.

– Ultimamente você anda cobrando coisas absurdas de mim, "papai" – digo irônico e sigo em frente.

– Que horas vai voltar? – pergunta.

– Como eu bem disse: por tempo indeterminado. – é tudo o que digo antes de abrir a porta, e sair. Ouço ele dizer "me diga que horas vai voltar", mas ignoro e sigo meu caminho.

Pego um cigarro em meu bolso e coloco entre meus lábios, pegando também um isqueiro e acendendo o mesmo, soltando calmamente a fumaça.

Vou até minha moto que deixei estacionada no lado de fora mais cedo, tirando as chaves de meu outro bolso e ligando-a.

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