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POV:

𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐋𝐞𝐰𝐢𝐬-

Minha cabeça gira, quase não consigo ouvir as pessoas ao meu redor. O álcool fez efeito em mim mais rápido do que eu esperei.

Agora, 21:48h, estou jogado em uma cadeira do primeiro bar que vi pela frente após sair com o carro acelerado de casa enquanto descontava minha raiva nos pneus, em busca de conforto após uma tremenda briga envolvendo Ísis, papai, e Carlos.
Charlotte não estava em casa, e eu agradeço por isso. Odiaria vê-la nervosa após tanta gritaria naquela enorme casa.

Quem olha de fora, acha que a família Lewis é como aparenta ser pelas redes sociais, mas somos o oposto de uma família feliz.

Olho para minhas mãos e vejo ela enfaixada, mas com novos machucados ao redor da faixa ensanguentada. Descontei minha dor nas paredes e em vidros que eu encontrava pela minha frente, machucou bastante, mas a dor física não se compara com a emocional. Eu sou todo fodido por dentro e por fora.

Esse rancor e ódio cresce diariamente em mim, causando-me problemas com minhas crises contínuas de pânico, ansiedade, e raiva. Deixei de fazer acompanhamento com o psicólogo após ele me aconselhar a ir atrás do conselho tutelar quando eu tinha quinze anos, então meio que não adiantou as terapias pagas por Robert.

Sinto vontade de chorar, mas eu não consigo deixar que lágrimas saiam dos meus olhos. É vergonhoso demais mostrar minhas fraquezas para outros além de Lana, ou até para mim mesmo. Eu já me convenci a acreditar em um Christian forte que jamais demonstra afeto ou fraqueza.

O dono do bar em minha frente está falando com alguém em meu celular. Lembro de ter ligado para a primeira pessoa que meus dedos conseguiram clicar na aba de chamadas para vim me buscar, já que não consigo nem sair daqui para entrar em meu carro, quem dirá dirigir.

- Eu entendo, moça. Mas eu preciso fechar meu bar, hoje eu fecho cedo e esse rapaz está impossibilitado de dirigir seu carro. - o homem ensiste. - Tudo bem, espero que consiga. Já lhe disse o endereço. - logo ele encerra e me devolve o celular.

Começo a rir quando ele cai da minha mão e deito minha cabeça em minhas mãos em cima do balcão.

- Ei, senhor - o homem toca em meu antebraço. - Sua namorada vem buscá-lo daqui a pouco. Não durma, por favor.

Kate? Ele ligou para Kate?

- Minha namorada é imprestável, só pensa em si mesma e em como está no espelho - digo de forma embargada pela embriaguez. - Como que ela se daria ao trabalho de vim aqui?

- Olha rapaz, sua namorada pareceu tudo, menos egoísta. - avisa e sai.

Volto a deitar minha cabeça nas mãos, e tudo gira cada vez mais rápido.

Estou entrando em estado de ressaca.

(...)

Acho que cochilei, já que acordei com vozes me chamando.

De um lado havia dois homens, que julgo serem funcionários do bar, e...

- Sofie? - tento olhar direito, mas minha visão está embaçada.

- Vem, torre ambulante. - toca em meu braço, e com muita dificuldade sou carregado pelos homens que me colocam em pé, e pela moça que segura meu braço.

- Pensei que era Kate... - fecho os olhos ainda tonto.

- Jamais me compare com ela, idiota. - diz.

Sou colocado em um carro branco, e Sofie entra pelo o outro lado.

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