did you ever hear about the girl who got frozen?

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Notas iniciais:

Só queria agradecer por todos os comentários de vocês e por terem recebido essa história tão bem. Estou amando escrever a Violet e trouxe um capítulo na perspectiva da Taylor pra vocês entenderem um pouco melhor sobre o que aconteceu. Boa leitura!

***

Taylor

— PODE REPETIR, QUERIDA? – A voz de Lilah transpassou pelos meus ouvidos como um grampo mal colocado, fazendo cada centímetro da minha pele arrepiar-se em um loop desgostoso. Pelo desespero claro em sua voz, tive uma súbita vontade de vomitar, e quase pensei em expulsar todo o café da manhã que havia tomado há poucas horas. — Eu não consigo te ouvir direito.

Imediatamente, ao testemunhar cada uma das sílabas da assessora posicionada com o telefone em sua orelha, meu coração começou a acelerar. Senti um bolo crescer em minha garganta, a agonia expressada por Lilah se tornando, por consequência, a minha.

Porque ela estava falando da minha Violet. Tinha algo de errado com a minha filha, e eu não estava conseguindo fazer nada para sequer entender todo o momento.

— Ok, Vio, fique calma. – Os olhos da ruiva se voltaram para mim, e eu imediatamente assumi uma postura falsa de que tinha minhas emoções sob controle, fingindo evitar o assunto proibido. Segurei o abdome, para não demonstrar os resquícios da respiração descompassada, e, seguindo o teatro, engoli em seco algumas vezes, me livrando do choro.  Por favor, que esteja tudo bem com ela. — Tudo bem. Eu entendi.

Lilah balançava a cabeça algumas vezes, e cada vez que eu via suas mechas alaranjadas se fundirem com a capa transparente de seu celular, era como se uma parte de mim parasse de funcionar, ávida por notícias de alguém que eu sabia que não estava mais sob a minha responsabilidade. Alguém que dolorosamente não tinha mais qualquer vínculo comigo, embora a minha mente estivesse sempre me colocando em emboscadas, pensando na sua presença todos os dias e todas as noites.

Violet Alison – o último nome que deveria estar em sua certidão nem sequer fazendo parte do registro que ela recebeu ao nascer – veio ao mundo em quatro de fevereiro de dois mil e nove, quando eu tinha acabado de lançar o meu segundo álbum e quando, consequentemente, a minha carreira começou a deslanchar. Ela foi uma surpresa – nunca indesejada, mas sim, não planejada – e as pessoas que viviam ao meu redor, tanto profissional, quanto pessoalmente, concordaram que a sua presença em meus dias certamente me trariam um problema relacionado à minha vida profissional. Em miúdos, quando descobri que estava grávida, eu me dei conta de que era muito nova, e que teria que fazer uma escolha dolorosa se quisesse seguir com o cotidiano da cantora grandiosa que sempre sonhei que seria.

Eu não tenho orgulho do que eu fiz; não tenho sequer apreço pela escolha que tomei e, mesmo que isso vá contra algumas de minhas premissas pessoais, eu me arrependo profundamente da decisão que tomei enquanto estava deitada no leito frio daquela maternidade em Reading. Entenda, não sinto vergonha do caminho que trilhei depois; nem da carreira extremamente bem sucedida que construí, mas o que é uma vida inteira de conquistas quando somos empurrados aos nossos limites e precisamos abrir mão de quem mais amamos?

Eu amo Violet. Sempre amei. Nunca vou esquecer do sentimento que percorreu o meu coração quando aquele par de olhos azuis me encarou pela primeira vez, fazendo a minha mente e o meu corpo se darem conta de que eu tinha alguém que se parecia comigo naquele mundo enorme. Alguém que tinha nascido de dentro de mim. Não consigo descrever, até hoje, a onda de lágrimas que preencheu as minhas orbes quando eu percebi que aquela garotinha – aquele serzinho minúsculo que precisava urgentemente de alguém para cuidar de suas necessidades – estava sorrindo para mim.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora