and i'm yours, but you're not mine

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Notas iniciais:

Antes que vocês me matem com o gancho do final, eu juro - juro mesmo - que vou fazer de tudo pra tentar dar continuidade a ele até a segunda! Eu só não quis que ficasse um capítulo muito extenso e cansativo no ponto de vista de uma personagem só, porque estou tentando seguir a premissa de fazer capítulos mais emocionais e de, no máximo, dez páginas.

Muito obrigada pelos 17K!!! Eu nunca vou conseguir ser legal o suficiente e agradecer o tanto que vocês merecem. <3

***

Taylor

Meu telefone chamou até cair na caixa postal da minha agente pela décima quinta vez naquela manhã. Eu ainda não estava perto de ficar furiosa, mas, definitivamente, me sentia irritada.

Joguei o braço na lateral do corpo, me recostando no vidro do estúdio de dança. Estávamos num intervalo entre as eras, e como eu tinha acabado de dançar todas as músicas do 1989, precisava de um pouco de fôlego. O suor escorria entre os figurinos brilhosos, e meu cabelo grudava na testa. Meu cérebro, no entanto, estava num lugar bem longe da turnê.

Pensei em Violet. Quando acordei de manhã, meu despertador tocando como louco ao meu lado da cabeceira, o baque da realidade me atingiu em cheio. Eu precisava cuidar das coisas da The Eras, mas, ao mesmo tempo, queria continuar exatamente onde estava. Minha filha tinha ido ao meu encontro na madrugada anterior, deitado na cama do quarto de hóspedes em que eu havia me acomodado e dormido ali, bem ao meu lado, esparramando o cabelo entre meus braços. Foi como realizar um sonho.

E agora eu tinha voltado diretamente para o mundo real. Para a dureza de ter que deixá-la, ainda que fossem somente por algumas horas, pensando no dia em que precisaria de fato partir para uma viagem mais duradoura. Meu peito doía só de imaginar a nossa separação. A perspectiva de tê-la longe depois de ter conseguido ficar tão próxima à ela, de precisar me separar de quem eu mais queria manter por perto, doía tanto que me deixava sufocada. E foi exatamente por isso que, ao desligar o som de meu alarme naquele domingo, eu me agarrei mais à ela e fiquei ali por todo o tempo que meu horário me permitiu, sabendo que não haveria problema em me atrasar por poucos minutos que fossem.

"Eu te amo." Sussurrei depois de um tempinho, quando precisei perder a batalha contra o relógio e deixá-la dormindo mais um pouco, até quando seu corpo cansado quisesse. Violet continuou adormecida, os olhos fechados e os membros moles deixando claro que ela se encontrava num sono profundo e impenetrável. Beijei-lhe o topo da cabeça, cheirei seus cabelos e admirei um pouquinho o seu rosto. Eu a amava tanto que chegava a ser dolorido.

Me despedi da minha mãe avisando que provavelmente estaria de volta depois das duas horas da tarde. Ela sorriu e perguntou como andavam as coisas com minha Violet.

"Eu não poderia estar mais feliz." Comentei, exibindo um sorriso, e era verdade. Eu só não sabia que esta seria uma felicidade absurdamente temporária.

A surpresa veio durante os ensaios para a turnê, quando eu me encontrava mais ou menos na metade dos números do Evermore – tínhamos acabado de repassar a coreografia em que eu ficava sob uma mesa, interagindo com um bailarino que fazia o papel de companheiro desinteressado. Qualquer semelhança com a realidade era uma mera coincidência, mas eu gostava de poder me aventurar pelas performances, atirando as coisas enquanto engatinhava numa mesa de madeira e cantando os versos a plenos pulmões. Era uma forma de me desligar da realidade, e eu imaginava que ia poder, através daqueles números, me conectar ainda mais com o público. Em meio a tantos pensamentos, uma pausa para beber água e uma pequena conversa com a minha equipe principal de bailarinos, ouvi meu celular vibrar no canto do estúdio e, contrariada, tive um susto ao perceber que se tratava de várias mensagens da minha mãe.

seven (taylor swift)Onde histórias criam vida. Descubra agora